quarta-feira, 9 de junho de 2010

Há petróleo na praia

Uma vez mais, são a terra – e o mar – e as gentes do Louisiana quem mais sofrem. E não é agradável, mas tem de ser feito: comparar os efeitos do furacão Katrina com os do derrame de petróleo no Golfo do México, aos níveis político e mediático, leva, mais uma vez, à constatação de uma intolerável hipocrisia, de uma inadmissível dualidade de critérios.
George W. Bush e a sua administração foram considerados culpados pelo que aconteceu em 2005. E em 2010, quem são os culpados? A BP? Barack Obama e a sua administração? Para alguns, nem por isso... Continuando a recente, mas persistente, «tradição» de «blaming Bush» (e a anterior «Bush Derangement Syndrome»), existem «democraps» como Arianna Huffington, Frank Rich, Joe Klein e – «surpresa»! – Nancy Pelosi que não hesitam em proclamar que o Nº 43 em particular, e o Partido Republicano em geral, são os responsáveis principais pela maré negra que alastra na costa sul do país! Contudo, e como que para compensar, Dick Morris garante que uma das causas do problema pode ser encontrada em decisões tomadas durante a presidência do Nº 42.
Porém, apesar da diminuta (por comparação com o que aconteceu há cinco anos) condenação do governo federal por parte da «lamestream media» e dos seus «fazedores de opinião», o «dique democrata» começa a mostrar algumas «falhas». Vários «fiéis» exprimem as suas críticas e dúvidas sobre as capacidades do «Messias» e dos seus seguidores. Comparações desvantajosas são feitas – sobre tipos de comentários, número de visitas, rapidez nas respostas. Ligações embaraçosas são reveladas. Afirmações passadas – contraditórias com (in)acções presentes – são recordadas, não uma mas duas vezes (pelo menos). E o que pensam determinadas «celebridades» habitualmente tão preocupadas com o ambiente?
Karl Rove tem razão: o derrame de petróleo é o «Katrina de Obama». E este, como deve (re)agir? Como, segundo Bill Maher, um «verdadeiro presidente negro» e pegar em armas? Dar um «pontapé num rabo» (mas qual)? De qualquer forma, a sua presidência está irremediavelmente «manchada».

Sem comentários: