terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Levantem-se os «acusados»!

Se num ano «normal» as acusações feitas a políticos republicanos pelos seus congéneres democratas, e pelos cúmplices destes nos média, são elevadas, num ano «anormal» ou especial como é um de eleição presidencial (e em que o incumbente é um «burro»), já se sabe que os «processos de intenções» vão aumentar exponencialmente. 2012 ainda mal começou e já deu para perceber que não vai haver «excepção à regra». Vale tudo, ou quase, para a esquerda norte-americana, seja ela a «institucional» ou a «informativa», e o ridículo conhece sucessivamente novos e surpreendentes limites.
Antes de mais, e como não poderia deixar de ser, há as suspeitas de «racismo» em practicamente tudo o que os republicanos dizem e fazem… ou não dizem e não fazem. O GOP organiza um dos seus debates presidenciais no dia do feriado nacional em honra de Martin Luther King? Racismo! Porém, o Partido Democrata fez exactamente o mesmo em 2008… De qualquer forma, os espectadores desses debates são racistas! Mitt Romney dá dinheiro a uma sua apoiante afro-americana com problemas financeiros? Racismo! No entanto, imagine-se o que se diria se ele tivesse recusado ajudá-la… Newt Gingrich diz que Barack Obama é o «maior presidente das senhas de alimentação (food stamp president) da História dos EUA»? Racismo! Todavia, é verdade: nunca tantos norte-americanos beneficiaram como hoje daquele programa, e entre eles são mais os brancos do que os negros… Gingrich é também «racista» por causa da maneira como falou com Juan Williams (afro-americano liberal e colaborador da Fox)… Rick Perry já saiu da «corrida» presidencial, mas nem assim se livra de uma acusação de racismo… latente: a fofinha Wanda Sykes assegura que ele estaria quase, quase a proferir a palavra «nigger». Entretanto, Jan Brewer é acusada de ser… racista por se ter atrevido a «espetar» o dedo na cara de Barack Obama; contudo, o que nem todos dizem – como Brian Williams, que fez o mesmo a George W. Bush – é que a governadora do Arizona estava a reagir, irritada, a… uma acusação do presidente – de ela o ter denegrido num livro; aliás, o «racista» Bobby Jindal já havia sido protagonista de um incidente semelhante.
Compare-se com os democratas. Em Washington, Eric Holder defende-se das acusações de negligência (ou pior) no caso «Fast and Furious» alegando que aquelas são feitas… por ele e o presidente serem afro-americanos. Enfim, quem discorda de Barack Obama, quem o critica, só pode ser «racista». Mas, não esqueçamos, existem racistas «bons» e racistas «maus». Por exemplo, Bill Clinton, Joe Biden e Harry Reid podem fazer afirmações racistas envolvendo… Barack Obama, que pelo menos na MSNBC/MSDNC não serão chamados de… racistas.
Se não são acusados de racistas, o mais provável é serem acusados de… ricos. Neste caso, e recentemente, há apenas um visado: Mitt Romney. Com uma fortuna avaliada em 250 milhões de dólares, as insinuações sucedem-se, apesar de não haver um único indício – após divulgadas as suas declarações de impostos e as suas contas bancárias – de o antigo governador do Massachusetts ter obtido e mantido o seu dinheiro ilegalmente. Porém, o que a lamestream media não costuma repetir é que houve, e há, democratas tão ou mais abastados do que Romney. Exemplos? Franklin Roosevelt, John Kennedy… e John Kerry, cuja situação fiscal não mereceu da parte de John Heilemann a mesma atenção do que a tida para com a do candidato republicano. Este é igualmente, e regularmente, alvo de remoques por causa da Bain Capital, empresa a que pertenceu, e que costuma ser apresentada como um antro de especuladores sem escrúpulos. No entanto… surpresa! Aquela tem dado em campanhas eleitorais mais dinheiro a políticos democratas do que a políticos republicanos… numa proporção de três (dólares) para um! E nem sequer podem demonstrar que Romney é pouco generoso ou mesmo avarento: em 2010 e 2011 deu cerca de sete milhões de dólares a instituições de beneficência, o que correspondeu a 16% do seu rendimento. Já Barack Obama, em 2007, doou pouco mais de 240 mil dólares (5,7%); e Joe Biden, em 2010, doou 5350 dólares (1,4%). Não é muito, pois não?
Depois de tudo isto, só restava mesmo a um dos candidatos republicanos – no caso, Newt Gingrich – ser ridicularizado, por Jon Stewart mas não só, por ambicionar construir uma base lunar permanente. Há 50 anos qual foi a reacção ao desafio, lançado pelo então recém-empossado (e democrata) JFK, de mandar um homem à Lua até ao final da década de 60?      

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Agora também no Público

A partir de hoje os blogs Casa Branca, Era uma vez na América, EUA 2012, Máquina Política e, claro, Obamatório, passam também a dispor de ligações inseridas no blog Eleições EUA do Público – jornal de que sou colaborador, e cuja jornalista Rita Siza acedeu à minha sugestão, transmitida por telefone e por correio electrónico há cerca de duas semanas, de mencionar os nossos «espaços virtuais» exclusivamente dedicados à grande nação do outro lado do Atlântico. A ela e a toda a equipa do Público Online expresso aqui o meu agradecimento.
Pela minha parte já retribui a cortesia como devia, incluindo igualmente o Eleições EUA nos «Obséquios». Agora espero que os meus estimados colegas façam o mesmo. Um apelo que reforço em especial junto de Germano Almeida, do Casa Branca, que, desde que «reconverteu» o seu blog – de «2008» para «2012» - ainda não «reabriu» a sua área de ligações. Note-se que ele nunca colocou no CB uma imagem da capa do seu livro «Histórias da Casa Branca» (com ligação para a respectiva editora), ao contrário de mim, que o fiz assim que aquela obra foi publicada… Porém, e neste caso, dele se aguarda – e já tarda – uma demonstração de reciprocidade.       

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Terras da fantasia

Ontem, 24 de Janeiro, o dia ficou marcado por duas comunicações – uma ao início da manhã na Costa Oeste, a outra à noite na Costa Leste – provenientes das duas maiores terras da fantasia dos Estados Unidos da América: Los Angeles e Washington. Porém, a lista das nomeações para os Óscares de 2012, anunciada pelo presidente da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas, conseguiu ter uma maior relação com a realidade do que o discurso do Estado da União de 2012 proferido pelo presidente dos EUA… o que é dizer muito do distanciamento da Casa Branca perante o resto do país, já que os habitantes de Hollywood não são propriamente famosos por conhecerem e por se interessarem verdadeiramente pelas opiniões e pelos problemas dos seus compatriotas – ou, pelo menos, de metade daqueles (a que vota no GOP).
Para a grande (e mais antiga) festa do cinema, e quanto aos candidatos deste ano, aconteceu o mesmo que em outros: algumas ausências previstas, outras nem tanto. Não é de surpreender que Michael Fassbender, por «Shame», não esteja nomeado para melhor actor – os hipócritas de Hollywood são muito «prá-frentex» excepto quando se trata de nudez masculina. Mas já é de surpreender que Leonardo DiCaprio, por «J. Edgar», não esteja – afinal, este filme, escrito pelo mesmo argumentista de «Milk» (Dustin Lance Black, que ganhou um Óscar por aquele), reduz na práctica o impressionante percurso profissional do fundador do FBI à questão de saber se ele era ou não homossexual (aliás, não sou o único a pensar isso). Das outras categorias, e passando pela permanente anedota que é a de «melhor canção», destaque para a de «melhor documentário (longo)»: quando vi que um filme intitulado «Undefeated» estava nomeado exultei por um instante… até perceber que não se tratava de «(The) Undefeated» que é uma biografia de Sarah Palin mas sim de… outro. Sinceramente, alguma vez tal seria possível? Claro que não. Aldrabões como Al Gore e Michael Moore podem ser distinguidos na «Meca do cinema» mas nunca uma mulher conservadora que não aborta o seu filho deficiente.
Quanto à «grande (e mais antiga) festa da política norte-americana», viu-se… a «fita do costume» realizada e protagonizada por Barack Obama: retórica populista e divisiva num discurso que pareceu repetir… perdão, «reciclar» frases e expressões utilizadas anteriormente; como é que se pode levar a sério o seu «empenho» em criar empregos quando ele acabou com o oleoduto Keystone, que poderia proporcionar cerca de 20 mil postos de trabalho? Enfim, mais impostos para os «ricos» e mais «guerra de classes» parecem ser as «linhas de força» do «argumento» do Nº 44 para 2012. Na verdade, bem que ele poderia mudar-se permanentemente para Los Angeles, porque thrillers parecem ser a sua especialidade. É que, apesar de algumas reticências que surgiram recentemente quanto aos apoios financeiros e eleitorais que poderá receber dos «figurões» dos estúdios devido à sua posição ambígua face ao «Stop Online Piracy Act», Obama não deverá deixar de receber esses apoios… porque em Hollywood qualquer dúvida quanto a um democrata é invariavelmente e largamente superada pelo desprezo por um republicano.
De facto, e por vezes, parece que o Sr. Hussein já se está a «treinar» para uma carreira pós-presidência… como na semana passada, ao deslocar-se à (e discursar na) terra da fantasia por excelência que é o Walt Disney World. Newt Gingrich não perdeu a oportunidade de satirizar aquela visita, sugerindo que Mickey e Pateta teriam lugares garantidos na actual administração. Porém, a julgar pelo mais recente anúncio do Partido Republicano, construído como um trailer de um «filme» intitulado «1000 Dias sem um Orçamento», o «entretenimento» produzido pelo Partido Democrata não parece ser dirigido a todas as famílias.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Ano Quatro

O Obamatório celebra hoje o seu terceiro aniversário e entra, assim, no seu quarto ano de existência – um ano aliás especialmente importante, e mesmo decisivo, porque irá culminar, em Novembro, com uma eleição presidencial. Até lá, e para além disso, continuará a ser o que tem sido: o mais abrangente e o mais acutilante blog português exclusivamente sobre a política e a sociedade, a comunicação e a cultura nos EUA, e em que as opiniões são sempre sustentadas por factos; aqui prova-se o que se afirma. Há quem considere outro(s) o(s) melhor(es)… mas só por ignorância e/ou por parcialidade, certamente…
Porém, não tem sido unicamente neste espaço, evidentemente, que eu intervenho regularmente no debate sobre os grandes temas da grande nação do outro lado do Atlântico. Na blogosfera não faltam «territórios» a necessitarem de informações e de esclarecimentos que eu de muito bom grado providencio; continuam a existir muitos boatos, mentiras, mitos, preconceitos, a precisarem de erradicação. Dependendo dos interlocutores, nuns casos faz-se a bem, e noutros casos… faz-se «à bruta»; ocasionalmente, com humor; e, obviamente, sempre assumindo-se os nomes que estão na origem, tanto o deste blog como o do seu autor – que não tem igualmente qualquer problema em exprimir a sua concordância e o seu apoio ao que outros escrevem, quando o merecem. Assim, já «assinei o livro de visitas», entre outros, de: A Arte da Fuga; Aventar; Blasfémias; Cachimbo de Magritte; Espectador Interessado; Estado Sentido; Forte Apache; Jugular; Lugares Comuns; Os Meus Livros; Pedro Santana Lopes; Praça do Bocage; PsicoLaranja. Outros há, como A Lei Seca, que não permitem comentários… mas aos quais não deixei de os enviar por correio electrónico (e devo dizer que Pedro Mexia respondeu-me).
De igual modo já assinalei a minha presença em todos os blogs-apenas-sobre-os-EUA feitos pelos meus estimados colegas aos quais faço o obséquio (esse plenamente retribuído, e que agradeço) de divulgar na coluna à direita do Obamatório. No entanto, e na verdade, nem todos ainda retribuíram as visitas. Nomeadamente: os autores do mais recente EUA 2012, de quem ainda estou à espera que demonstrem com factos certas afirmações ali feitas; e os do Era uma vez na América, de quem ainda estou à espera… do mesmo. Aliás, não deixa de ser curioso que foi com Nuno Gouveia – de quem estou ideologicamente mais próximo, de quem li tantos textos (mais no «Cachimbo de Magritte» e no «31 da Armada», é certo…) que subscreveria por inteiro – que tive o maior número de «discussões», por vezes bastante «acesas»… e invariavelmente por um só motivo: mulheres «às direitas» como Michele Bachmann e Sarah Palin. E nenhuma delas foi «a mais estúpida de 2011»!    

domingo, 15 de janeiro de 2012

Carregar a cruz

Mais um grande «escândalo», mais uma grande «polémica»: foram reveladas e divulgadas imagens de soldados norte-americanos no Afeganistão a urinarem sobre cadáveres de talibãs que tinham abatido. Envergonhada, indignada, a actual administração norte-americana não tardou… a pedir desculpa. Hillary Clinton e Leon Panetta exigiram investigações às chefias militares e deram explicações a Hamid Karzai, esse tão grande «aliado» e «amigo» dos EUA…
Pelo que até agora foi possível observar, Barack Obama não é responsabilizado pessoalmente por este caso como George W. Bush o foi pelo de Abu-Ghraib. E não seria inteiramente despropositado se assim acontecesse: de facto, o Nº 44 retirou tropas do Iraque e reforçou-as no Afeganistão – esta tornou-se efectivamente a «sua» guerra. Mais um caso de dualidade de critérios? Que ideia! Aliás, nenhuma ligação com os presentes inquilinos da Casa Branca fora estabelecida aquando de outros dois casos recentes: o de (alegados) abusos sobre prisioneiros e o de assassinato de civis afegãos, por outros grupos de militares dos EUA. No segundo desses casos os envolvidos já foram julgados e condenados em tribunal, tal como haviam sido os da famigerada prisão de Bagdad. Enfim, é a hipocrisia em todo o seu esplendor: pode-se matar terroristas, cara a cara com balas ou à distância com drones, mas não se deve «desrespeitar» as suas carcaças. Porque, afinal, os talibãs são tão «dignos» de respeito…
… E, segundo Joe Biden, não são o inimigo! Como é que os secretários de Estado e da Defesa não tremeriam de medo da reacção à «profanação» de terroristas muçulmanos quando é o próprio vice-presidente a declarar que eles não são os «maus da fita» e merecem ser parceiros de negociação? É a «lógica» democrata de apaziguamento, demonstrada também por: John Kerry, ao encontrar-se no Egipto com representantes da Irmandade Muçulmana, tendo saudado os resultados das eleições naquele país que deram a maioria dos votos a fundamentalistas islâmicos; Jeffrey Feltman (adjunto de Hillary Clinton), ao declarar que o seu governo quer dialogar com todos os partidos islâmicos que tomarem o poder nos seus países na sequência da «Primavera Árabe»; Dalia Mogahed, conselheira (muçulmana) de Barack Obama para «assuntos árabes e islâmicos», ao cancelar um encontro do presidente com o patriarca maronita (cristão) do Líbano; Mike Quigley, representante do Illinois, ao pedir desculpa «em nome da América» numa conferência islâmica em Chicago (nada de especial, estava só a seguir o exemplo do «chefe»); Leon Panetta, de novo, ao ratificar a classificação de «violência no local de trabalho» atribuída ao massacre em Fort Hood pelos seus subordinados no Departamento de Defesa! E convém lembrar que até a NASA foi «reorientada» para um «intercâmbio cultural» com o Médio-Oriente          
Não se pode, pois, dizer que os homens e as mulheres em uniforme que combatem no Afeganistão contam com uma «retaguarda» consistente e credível em casa. E, fora, no estrangeiro, no terreno, estão constantemente à mercê de ataques traiçoeiros: na semana passada um soldado afegão disparou sobre «colegas» norte-americanos que… jogavam voleibol, matando um e ferindo três. Este caso (o mais recente de vários semelhantes) mereceu igual destaque na comunicação social? Hamid Karzai pediu desculpa e prometeu que iria investigar? Não custa a acreditar que, lá longe, o moral das tropas esteja em baixo, sintam dúvidas e fiquem mais furiosos e predispostos a cometerem actos… menos honrosos. E nem sequer são autorizados (aqueles que o são) a mostrarem que são cristãos: até uma simples cruz que adornava uma capela improvisada, numa das bases da NATO, foi retirada pouco tempo antes do Natal!          
Mesmo que metaforicamente, os soldados que se «aliviaram» de tanta insegurança terão de «carregar a cruz» de terem desrespeitado, sim, a instituição a que pertencem, e não os que mataram. Eles erraram, «pecaram» (um pouco…), mas quem é que lhes pode «atirar a primeira pedra»? Os talibãs «bons» são os talibãs mortos: merecem, tanto na vida como na morte, serem tratados com violência e com desprezo; para eles não deve haver compreensão nem compaixão. E àqueles que disserem que tais sentimentos não são compatíveis com o Cristianismo, eu contraponho que no Afeganistão, e em outros países que têm o crescente nas bandeiras, trocar Maomé por Jesus pode traduzir-se numa execução. Há limites para «dar a outra face».
(Adenda: não são apenas os norte-americanos... quatro soldados franceses foram mortos por um soldado afegão.)     

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Entretanto, em Washington…

… E enquanto quase toda a gente anda entretida e distraída com as primárias do Partido Republicano, gastando milhares de caracteres em análises, especulações e previsões de resultados como se aquelas constituíssem uma qualquer competição desportiva, Barack Obama e a sua administração continuam a practicar o seu «business as usual». Mais concretamente, (tentar) «transformar fundamentalmente» os EUA nos seus… fundamentos - políticos, jurídicos, institucionais, ideológicos, culturais.
O mais recente «golpe(zinho) de Estado» (inconstitucional, ou quase) foi a nomeação de Richard Cordray como director do (novo) Gabinete de Protecção Financeira dos Consumidores, e de três membros para o Conselho Nacional de Relações Laborais… sem confirmação, aprovação, prévia do Congresso. E tais iniciativas presidenciais só são permitidas quando no Senado há um «recess» - isto é, uma pausa nas sessões legislativas – de pelo menos três dias, o que não aconteceu desta vez. O normalmente contido John Boehner classificou a decisão do presidente como «uma apropriação, sem precedente, de poder»; já o Nº 44 justificou-a dizendo que «tenho uma obrigação como presidente de fazer o que puder sem eles». Esta é pois mais um conflito criado pela Casa Branca, e desta vez não só entre democratas e republicanos: a Câmara de Comércio dos EUA ameaçou levar o caso a tribunal. Que «condenará» a Administração se seguir o «parecer» de Charles Krauthammer, de que esta acção é apenas «a última de uma longa série de acções fora-da-lei. Ao estilo de uma república das bananas».
Talvez típica também de uma ditadura da América Latina ou de África é o Acto de Autorização da Defesa Nacional, cuja disposição mais controversa é a (possibilidade de) detenção de suspeitos por tempo indeterminado – no que vai mais longe do que qualquer medida tomada por George W. Bush. Será que a ACLU e outros grupelhos esquerdistas extremistas, alegadamente pacifistas, irão levar os seus protestos ao ponto de chamarem igualmente a Barack Obama «criminoso de guerra»? Talvez não, porque, como que para «compensar», a Administração decidiu criar uma linha telefónica «especial» para prestar assistência a imigrantes ilegais que tenham sido presos (!); e poderá tentar utilizar dinheiro de impostos para produzir anúncios a favor do controlo de armas.
São acções – e intenções – como as referidas acima que fazem com que comentadores como David Limbaugh considerem que a esquerda norte-americana é algo «orwelliana». Afinal, pode não haver (ainda) um «Big Brother» mas já há uma... «Big Sister».          

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A mais estúpida de 2011

Os «balanços do ano» (anterior) devem sempre fazer-se… no (início do) ano seguinte. É pouco menos do que ridículo fazê-los com o ano em causa a decorrer, e em especial perto do Natal, quando falta uma semana para mudar de calendário e ainda tanto pode acontecer… O Obamatório não é adepto de retrospectivas prematuras…
… Pelo que é no primeiro texto de 2012 que anuncia aquela que escolheu como «a mais estúpida de 2011». Poder-se-á perguntar: «Mais estúpida? Mas quem ou o quê? Personalidade ou afirmação?» Sinceramente, a resposta é… ambas! Trata-se de um autêntico «dois em um», ou, mais correctamente, «duas em uma». Ao ter afirmado que os republicanos «estão a tentar viciar eleições ao bloquear o acesso de pessoas aos locais de voto porque sabem que não conseguem vencer pelos seus próprios méritos», Debbie Wasserman Schultz atingiu um nível de estupidez, de idiotice, de ordinarice que será difícil de igualar, quanto mais de superar. E qual é a «prova» que ela apresenta para uma acusação tão grave? A iniciativa por parte do GOP de (tentar) aprovar leis, se possível em todos os Estados, que exigem a todo o cidadão a apresentação de um documento de identificação que o habilite a votar! Parece, e é, algo de básico, de elementar, não é verdade? Imagine-se o que aconteceria, o que se diria se, por exemplo, em Portugal o Partido Socialista defendesse que era perfeitamente normal exercer-se aquele direito/dever cívico sem se mostrar o bilhete de identidade e/ou o cartão de eleitor!
Não se pense, porém, que Debbie Wasserman Schultz é a única no seu partido a pensar e a proferir tamanha parvoíce. Na verdade, é convicção generalizada entre os democratas que qualquer um pode e deve votar quando, onde e como quiser, independentemente de reunir as condições, os critérios, para tal. Outra representante «burra», Barbara Lee, equiparou a exigência de identificação eleitoral a um acto de racismo e de segregacionismo. John DeStefano, mayor de New Haven (cidade do Connecticut), quer que os imigrantes ilegais possam votar em eleições municipais. Caroline Heldman, «professora universitária», declara que a identificação (prévia de um eleitor) é «anti-democrática» e que a fraude eleitoral é menos provável do que ser-se atingido por um relâmpago! Perante tais opiniões (a que correspondem, sem dúvida, acções), é de surpreender que existam casos como o da ACORN? Que assinaturas como «Adolf Hitler» e «Mickey Mouse» sejam consideradas válidas nas tentativas de destituição de Scott Walker? Que em 2008 tenham existido irregularidades nas primárias democratas do Indiana que terão favorecido Barack Obama? No entanto, contraditória e ironicamente, um sindicato que é pró-PD (não são practicamente todos?) exige uma identificação com fotografia nas suas eleições internas!             
A afirmação citada acima seria sempre suficiente para valer à presidente do DNC a escolha como «a mais estúpida de 2011» (um critério para o cargo que ocupa?) Todavia, a verdade é que ela, no ano passado, cedo e por mais do que uma vez se «esforçou» por merecer tal «distinção». Destacámo-la logo aqui e aqui. E como não «admirar» a sua relutância em admitir o óbvio, o incontestável – o facto de o desemprego ter aumentado desde que o Nº 44 tomou posse? E o seu descaramento em apresentar-se como «líder judaica»?
Agora, e depois desta, sempre quero ver se certas pessoas continuam, levianamente, a (tentar) denegrir e diminuir Michele Bachmann e Sarah Palin…