segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Rever em baixa (Parte 6)

«Eu oponho-me a Barack Obama porque ele é negro», Andrew Klavan; «O presidente imperial ataca outra vez», Ben Shapiro; «O escândalo “Rápidos e Furiosos” está a tornar-se no Watergate do Presidente Obama», Tim Stanley; «Bem-vindos à Primavera Árabe de Obama», AWR Hawkins; «Para derrotar Obama em 2012 contem a história do declínio de Chicago», Wayne Allyn Root; «Impostos e confiança – O calcanhar de Aquiles do ObamaCare e de Obama (Parte 1; Parte 2)», Patrick Caddell; «Pode o voto negro custar a Obama a eleição?», Edward Klein; «Presidente Obama tem a intenção de mudar completamente a América, para pior», David Limbaugh; «Obama necessita de uma lição de história sobre os negócios e os Estados Unidos», John Lott; «O manifesto de Obama», Robert J. Guenther; «O monte de palha de Obama», Joseph F. Petros III; «A jogada emblemática de Obama – desselar registos privados», Ann Coulter; «O caminho de Obama para a vitória – mudar de assunto, mudar a História», David Cohen; «Barack Obama bate Mitt Romney no jogo da confiança, mas irá provavelmente perder a eleição», Michael Medved; «Obama tem de ir», Niall Ferguson; «Irá Tel Aviv arder enquanto Obama toca?», Kenneth Timmerman; «Obama – o verdadeiro radical», George Will; «Obama – um discurso pedestre e demasiado confiante», Michael Tomasky; «Se você precisa de uma razão para votar contra Obama…», Stuart J. Moskovitz; «Se é “olá 1980”, é “adeus Obama”», David Bossie; «Porque usou Obama a palavra começada por “n” para descrever o avô dele?», Dinesh D’Souza; «Obama em vias de ter o pior registo de emprego desde a Segunda Guerra Mundial», Donald Lambro; «A fraqueza de Obama regressa a casa para assar», Bart Marcois; «O Mundo que Obama fez», Matthew Continetti; «Obama é um representante para a tirania», Stella Paul; «Presidente Obama, pare de culpar a vítima pela violência no Médio Oriente», Kirsten Powers; «Obama aprendeu que é um falhado», Jonah Goldberg; «Porque me recuso a votar em Barack Obama», Conor Friedersdorf; «Os cinco piores aumentos de impostos de Obama sobre as pequenas empresas», Ryan Ellis e John Kartch; «Obama a debater faz com que Jimmy Carter pareça espantoso», Charles Hurt; «Barack quebrado», William L. Gensert; «O mito Obama não sobreviverá aos debates», Anthony G. Dispenza; «As cinco principais ideias económicas falsas em que Obama e os seus apoiantes acreditam», Joel B. Pollak; «Obama paga o preço de evitar as perguntas», Dana Milbank; «Não o homem que ele pensava conhecer», James Taranto; «Porque está ele a cair aos bocados», Jim Geraghty; «Está Obama sobrestimado como candidato?», Chris Cillizza; «Obama acabou de mandar fora toda a eleição?», Andrew Sullivan; «Os media liberais amaram Obama até à morte», Noemie Emery; «Deve Barack Obama demitir-se esta noite?», Roger Simon; «Quando os americanos viram o verdadeiro Obama», Peggy Noonan; «O argumento progressivo contra Obama», Matt Stoller.                        

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

«Criminoso de guerra»…

(Uma adenda no final deste texto.)
… Foi como, há um mês, Ralph Nader, figura histórica da defesa do consumidor, da ecologia e da esquerda norte-americanas, cinco vezes candidato presidencial, classificou Barack Obama, Prémio Nobel da Paz em 2009.
Sim, «pior» do que George W. Bush: porque há quatro anos se opôs, tal como os seus apoiantes, a políticas que, afinal, continuou e até, em alguns casos, acentuou – em especial o programa de assassinatos selectivos e à distância através de drones, várias vezes com danos colaterais, e em que cidadãos dos Estados Unidos da América no estrangeiro podem igualmente ser alvos. E isto por parte daqueles que condena(ra)m a «tortura» do waterboarding – que, recorde-se, não causou qualquer morte e proporcionou muitas informações úteis, algo que terroristas… perdão, «combatentes inimigos» abatidos não podem dar. Osama Bin Laden pode estar morto (apesar de as imagens do cadáver não terem sido divulgadas…) mas a Al-Qaeda está viva, e não se recomenda. Muitos «progressistas pacifistas» do outro lado do Atlântico estão muito desiludidos com o actual presidente, mesmo que não se manifestem tão ruidosamente como faziam contra o antecessor…
… E sem dúvida que essa opinião se manteve, ou agravou-se, ao ouvirem na passada segunda-feira, durante o terceiro e último debate presidencial de 2012, o Nº 44 a pretender «explicar», arrogantemente, condescendentemente, ridiculamente (e orgulhosamente?), a Mitt Romney que as forças armadas são actualmente muito diferentes e melhores do que eram há 100 anos, que se utilizam menos cavalos (é verdade), menos baionetas (não é) e que existem umas coisas chamadas porta-aviões… Mais uma vez, os «jornalistas» membros do «clube de fãs» do Sr. Hussein riram e aplaudiram o suposto «momento alto do debate», mas eles já deviam saber que aquilo que parece, imediatamente, positivo, acaba por tornar-se, posteriormente, negativo… Na verdade, e novamente, Romney pareceu (e é) mais presidenciável, o incumbente, e Barack Obama um challenger… algo irritado e irritante. E que, também novamente, se enganou ou mesmo mentiu no debate, não só em questões técnicas mas também no que se refere às questões de financiamento da máquina militar, dizendo que não faria… aquilo que já fez: cortes consideráveis nas verbas para o Pentágono. E é Bob Woodward quem o confirma
Parece impossível, é incrível, que ainda exista quem insista que na política externa e de defesa Barack Obama tem vantagem, que é o seu «ponto forte», quando a cada dia se torna mais evidente o comportamento incompetente, irresponsável e até, eventualmente, criminoso desta administração nos negócios estrangeiros, tanto civis como militares. Exemplos? Um presidente que prescinde de encontros nas Nações Unidas com outros líderes mundiais mas não de uma entrevista para falar de futebol. Uma porta-voz (do Departamento de Estado) que admite que é paga para ser «mais parva» («dumber»). Aliás, parvoíce (ou algo pior…) é o que não falta na instituição liderada por Hillary Clinton, como ficou demonstrado através da nomeação de Salam al-Marayati, apologista de terroristas e «truther» (alegou que Israel poderia ser responsável pelos ataques em 2001/9/11!), como representante dos EUA numa conferência da OSCE sobre direitos humanos. Vários islamitas radicais fizeram centenas de visitas à Casa Branca para encontros, se não com o Sr. Hussein, pelo menos com elementos de topo do governo federal. Entretanto, soldados no Afeganistão recebe(ra)m ordens dos comandantes norte-americanos para não disparar sobre guerrilheiros taliban que colocam minas… porque isso pode incomodar os habitantes! Muitos homens e muitas mulheres de uniforme, ausentes no estrangeiro, arriscam-se a não participar na eleição presidencial devido a atrasos (deliberados?) no envio de boletins de voto. São cada vez mais, e maiores, as provas de negligência dolosa perante (antes e depois d)o ataque ao consulado de Benghazi, na Líbia. E ainda há bastante para esclarecer sobre as fugas de informação – confidencial, e mesmo secreta (sobre operações no estrangeiro) – para o New York Times ocorridas este ano.
Uma verdadeira, mais realista, aferição do sucesso (ou falta dele) de uma política externa é habitualmente dada… por pessoas de outras nações, aliadas ou não. Nesse sentido, são muito significativas as perguntas feitas por Ahmad Abu-Risha, um dos principais líderes tribais iraquianos, a Barack Obama, queixando-se da falta de colaboração e de empenho da actual administração, comparando-a – desfavoravelmente – com a anterior: «Porque deixaram o Iraque para o Irão? Porque desistiram depois de tantos sacrifícios feitos pelos americanos?» Não é de todo implausível que, depois de tanta diplomacia… macia por parte do Nº 44, se tenha de enfrentar militarmente Teerão, e então, aí sim, poderá fazer sentido uma pergunta recente de Joe Biden, susceptível de fazer parte do seu «best of».
(Adenda - Há quatro anos teve algum significado, mas tratou-se, fundamentalmente, de uma traição. Agora, o impacto é insignificante e é pouco menos do que ridículo. Colin Powell expressou mais uma vez o seu apoio a - e o seu voto em - Barack Obama. Se da primeira vez poderia haver alguma atenuante, algum benefício da dúvida, neste momento, em que há um registo, um «cadastro» das decisões do actual presidente, não há qualquer desculpa. Powell bem que podia tornar-se membro do Partido Democrata: este, ontem e hoje sempre racista, adora afro-americanos dispostos a colocarem as grilhetas neles próprios.) 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

iMEDIAtaMENTE! (Parte 2)

Este texto começou por ser uma adenda ao post anterior, mas o tema é suficientemente importante para merecer um post próprio… Ao contrário de outros, eu não «salto» logo a «declarar» o vencedor. Não é novidade – e esta semana isso foi novamente confirmado – que se deve esperar até à manhã seguinte a um debate político para se saber, com toda a certeza, o que de mais importante dele resultou… e ficou. Do segundo entre Barack Obama e Mitt Romney, realizado em Nova Iorque, mais do que as mentiras habituais por parte do incumbente, essa ideia – essa certeza – principal foi a de que o moderador, o «árbitro», entrou no «jogo» para beneficiar um dos contendores: o actual presidente.
Foi precisamente isso que Candy Crowley, jornalista da CNN, fez na passada terça-feira. Ao, inacreditavelmente, arrogar-se «corrigir» um dos candidatos em favor do outro, algo inédito (tanto quanto julgo saber) em toda a história política norte-americana, ela efectivamente «despiu» a capa de «imparcialidade», de «isenção», de «equidistância», e mostrou, e confirmou, aquilo que é: (mais) um(a) operativa(o) democrata sob um disfarce de observador. Note-se que ela seria merecedora de igual crítica e de condenação se, inversamente, tivesse beneficiado, ajudado, Mitt Romney. Mas sinceramente: é de acreditar que isso alguma vez pudesse acontecer? Pode-se e deve-se recordar afirmações anteriores por parte de Crowley que denunciavam a sua «inclinação», em especial a de que a adição de Paul Ryan ao ticket republicano poderia significar como que um «death wish». A sua actuação desastrosa, vergonhosa, só mostrou que os (pre)conceitos que os conservadores têm em relação a grande parte dos media estão correctos
… E o mais irónico, em última análise, é que Candy Crowley estava errada, que Mitt Romney tinha razão, como aliás ela própria acabou por admitir depois! Barack Obama não afirmou, especificamente, que o ataque ao consulado em Benghazi, era um «acto de terror», ou «terrorismo» - antes o designou, concretamente, como «(um) este tipo de violência insensata». Violência essa que seria consequência de um vídeo, disponível no YouTube, que «incitou à violência» dos muçulmanos, que na Líbia se traduziu inclusivamente na morte de quatro norte-americanos, incluindo o embaixador… Mentira, como agora se sabe; porém, o próprio presidente, a sua secretária de Estado Hillary Clinton, a sua embaixadora Susan Rice, o seu porta-voz Jay Carney, e outros na administração, durante semanas repetiram essa mentira, de que o ataque não fora planeado, que não tinham informação sobre possíveis ataques, que não tinham recebido pedidos de reforço da segurança…
Tudo isto existe (ou existiu, aconteceu), tudo isto é triste, e tudo isto não tinha de ser o «fado» da política norte-americana, desta campanha e deste debate. Mas foi, é, e há que reconhecê-lo. No entanto, há quem tenha escolhido destacar daquele um outro momento mais… «importante». Concretamente, o de quando Romney se referiu aos «binders (arquivos, ficheiros) full of women». Decididamente, para alguns, nunca nada do que o ex-governador do Massachusetts – e qualquer republicano em geral – possa dizer ou fazer será positivo. É «preso por ter cão» e «preso por não o ter»! Então em vez de o elogiarem, de o louvarem, por ter tomado a iniciativa de procurar e de contratar mulheres competentes e qualificadas para o seu gabinete em Boston, contestam-no por causa da expressão que utilizou… e que corresponde exactamente, prosaicamente, ao que aconteceu? Uma medida concreta de (tentativa de) diminuição das «desigualdades de género», que supostamente deveria agradar aos «progressistas de trazer por casa», é desvalorizada por não ser protagonizada pela «pessoa certa», e reduzida como que à condição de «piada de mau gosto» que «denuncia» o alegado «pouco respeito» que Romney e o GOP têm pelo «belo sexo». Enfim, é a «guerra às mulheres» que assim continua… em prejuízo dos «burros» que, por este andar, e a continuarem a insistir em insignificâncias (outra foi a do «Big Bird», o «Poupas» da «Rua Sésamo»), arriscam-se a perder e por larga margem.
Se querem escolher e destacar verdadeiras gaffes cometidas no segundo debate, que tal a de Barack Obama a dizer que um baixo preço de gasolina é sinal de uma má economia? Ou a de que – ecoando, mais uma vez, o «complexo de Messias» inerente ao seu culto da personalidade – ele terá, pela oração, recuperado, e curado, um jovem ferido? Não convém, pois não? Tal como não convém informar, divulgar, que nos três debates até agora realizados - «coincidência», claro! – os candidatos republicanos falaram menos tempo e foram mais vezes interrompidos (pelos opositores e pelos «moderadores») do que os seus congéneres democratas. Talvez porque - como ridiculamente sugeriu o chefe de Candy Crowley na CNN tentando desculpabilizar a sua colega - Barack Obama é mais lento a falar e, logo, diz menos palavras do que Romney… Estará a chamar «preguiçoso» ao presidente? «Racista»!
Também em Portugal se deu destaque ao ataque – a tiro! – a uma das delegações da campanha democrata. Todavia, não me parece que alguma vez tenham falado de incidentes semelhantes envolvendo instalações republicanas, nem vi, até ao momento, qualquer referência às (muitas) ameaças de morte contra o governador, e de motins, caso ele ganhe a eleição. Soube-se disto em Portugal sem ser no Obamatório? E quem é que soube, sem ser aqui, que houve «jornalistas» na Universidade de Hofstra que aplaudiram Barack Obama numa «sala ao lado», tal como Michelle no próprio auditório, assim desrespeitando as regras? Recuando mais um pouco no tempo, quem é que sabe que no tão «respeitável» New York Times há o hábito de enviar textos para a Casa Branca a fim de se obter «aprovação prévia»? Que na NBC há já uma «tradição» de editar vídeos enviesadamente? Que a CNN «revelou» que os economistas apoiam «relutantemente» Mitt Romney numa proporção de três para um? Estes são apenas alguns, poucos, exemplos, dos muitos, dezenas, quiçá centenas possíveis, que vêm sendo acumulados há décadas, e que o Media Research Center diligentemente tem descoberto, exposto e denunciado. Contudo, a situação nunca esteve tão má como agora. Para Patrick Caddell, consultor eleitoral democrata que trabalhou para George McGovern, James Carter e Gary Heart, o problema já não é «apenas» de bias mas sim de um autêntico comportamento criminoso que põe em causa o futuro do país; os media tornaram-se inclusivamente num «inimigo do povo americano».
Sim, os media mentem, imediatamente ou posteriormente, por acção ou por omissão, mas nem sempre é deliberadamente, maliciosamente. Por vezes é por ignorância ou por estupidez. Assim como houve gente capaz de acreditar que Mitt Romney queria abrir as janelas de aviões, também há os que acreditam que ele dançou «Gangnam Style» na convenção republicana. Claramente, não costumam ver «The Tonight Show» com Jay Leno nem sabem as brincadeiras que, com recurso à manipulação de imagens, regularmente se fazem por lá… Porém, e pelo menos, essas manipulações, por serem humorísticas, não são eticamente reprováveis.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Culto da personalidade

Quando se está na política faz-se propaganda. E esta é sempre melhor, mais eficaz, quando assenta na divulgação, na promoção, na recordação, mais do que de (boas) ideias e de propostas, de factos, de «obra feita», que se acredita que os potenciais eleitores considerarão positivamente. Porém, quando essa obra é controversa, insignificante ou nem existe, a propaganda dificilmente poderá ir além de ataques aos adversários. Outra alternativa é… o culto da personalidade – o elogio individual (e desmesurado) do candidato, do (grande e querido) líder, independentemente, isoladamente das suas acções, feito pelo próprio e/ou pelos seus correligionários. Os casos que a seguir se vão referir aconteceram – por incrível que isso possa parecer – nos EUA e não na Coreia do Norte…   
Pode-se começar pela «iconografia», e em especial pela «nova bandeira» do país que a candidatura para a reeleição de Barack Obama tinha (já não tem, devido aos protestos) para venda no seu sítio – uma «versão» anterior incluía uma imagem do Sr. Hussein. Menos grave, menos ofensiva, é a bola de basquetebol usada em eventos na Casa Branca. Mais ridículas são as «auras», ou «halos», que fotografias… objectivas «descobrem» no actual presidente. E também um documentário… hagiográfico, cujo realizador não encontra qualquer defeito no biografado, e cujo narrador afirma que ele não atirou as culpas a outros. As sucessivas designações «o primeiro presidente (preencher o espaço)». Evidentemente, há que referir: a «estátua» erigida na convenção democrata em Charlotte, e que se revelou, literalmente, um ídolo com pés de barro; e o «monumento» ao primeiro beijo entre Barack e Michelle. Enfim, escusado será dizer que o lema «Forward» significa «Avante», e tem uma longa tradição de ser usado por socialistas e por comunistas, incluindo, como se sabe, em Portugal…
Mais hilariantes – ou inquietantes – são (algum)as afirmações e acções dos apoiantes (ou adoradores), dos aliados… e da esposa. Antes de mais, a doutrinação de crianças nas escolas, de que abundam os exemplos. Jimmy Kimmel, qual «bobo da corte», a concordar que é sua função «fazer o presidente rir». Jessica Alba, Natalie Portman e Scarlett Johansson a «jurarem fidelidade» a BHO, inclusivamente marcando a mão – qual «ferro do proprietário» - com alusões a «causas progressistas» defendidas por aquele. Chris Matthews a criticar o «desdém» de Mitt Romney pelo incumbente, expresso na decisão de… concorrer contra ele (seria tudo tão mais fácil se só houvesse um candidato…) Rahm Emanuel a garantir que «quando Obama chega (a Chicago) a chuva pára», e Michelle que o seu marido «tirou-nos (aos norte-americanos) da escuridão e levou-nos até à luz». A própria plataforma (programa político) do PD, em que o nome do presidente é omnipresente. É pois de surpreender que se sintam à vontade para pedir aos apoiantes que lhes enviem as prendas de aniversários e de casamentos?
No entanto, as maiores demonstrações de culto da (sua) personalidade são dadas pelo próprio Barack Obama. Ao longo destes últimos quatro anos não faltaram as afirmações narcisísticas, quase sempre a roçarem o ridículo. Lembre-se, há quatro anos, a de que a sua eleição significaria o momento em que começou a ocorrer «a descida dos oceanos e a cura do planeta». Antes disso, em 2007, acreditava que a sua tomada de posse como presidente causaria uma diminuição da hostilidade dos muçulmanos para com os EUA (verificou-se, em especial no último mês, que tal não é verdade…) Assegurou ter respondido à «chamada da Bíblia» e de ter feito «o trabalho do Senhor» (embora tenha manifestado o seu apoio ao «casamento gay» e ao aborto tardio), e pediu um «ámen» aos estudantes cada vez mais endividados… De «regresso» à Terra, pediu que o ajudassem a aprovar uma lei como prova de que o amam… porque, afinal, «as pessoas querem que lhes digam como é que podem ajudar» (os políticos como ele). Do mesmo modo, apelou ao Congresso para não perder tempo com «falsos debates políticos» - isto é, e pode-se deduzir, em fazer aquilo que ele quer; e «esclareceu» os jornalistas (muitos dos quais são nos EUA, como se sabe, «modelos de isenção») que nem sempre a verdade se encontra a «meio caminho» entre as posições de democratas e de republicanos… está mais perto dos primeiros! E ele pensa que «ninguém pode sugerir que tentei dividir o país»! Pelo contrário, e contrariando-o, sondagens (da Gallup) deram-no como o presidente «mais polarizador» da História (em Janeiro deste ano) e como o oitavo com maior aprovação entre os últimos dez com 1138 dias no cargo (em Março).  
É precisamente quando se compara, conscientemente ou não, com os seus antecessores que Barack Obama produz as mais grandiloquentes, e surpreendentes, afirmações - é quando o culto da (sua) personalidade atinge o ponto mais alto (ou baixo, consoante a perspectiva…) Culpou os «pais fundadores» da nação por terem «desenhado um sistema que torna mais difícil fazer as mudanças de que eu gosto». Criticou Rutherford B. Hayes (republicano, 19º presidente, entre 1877 e 1881) por ser avesso às novas tecnologias – quando, na verdade, era o oposto disso. Colocou os «feitos» da sua presidência em quarto lugar entre todas, ao fim de dois anos de mandato! Talvez tenha sido por isso que a actual administração se permitiu inserir, no sítio da Casa Branca, referências ao Nº 44 nas biografias de outros presidentes! E, não satisfeito com a «prata da casa», colocou-se ao nível de um Mohandas Gandhi e de um Nelson Mandela!  
Em 1995 Barack Obama preconizou uma «democracia com “d” pequeno». Quase 20 anos depois, o seu nome é, por ele e para os seus partidários, como se fosse todo escrito em maiúsculas. A melhor resposta a esta arrogância pode ter vindo de Clint Eastwood: «não se deve idolatrar políticos, pois eles trabalham para nós». E quando mostram não ser competentes são «despedidos», substituídos, não (re)eleitos, sejam eles democratas ou republicanos. Tão simples quanto isso.
(Adenda - Confundir o país consigo próprio é outro dos indícios principais de um culto da personalidade.)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

«Best of» Biden

(Três adendas - sobre o debate dos «vices» - no final deste texto.)
Hoje realiza-se o debate entre os candidatos à vice-presidência dos Estados Unidos da América, entre Joseph «Joe» Biden e Paul Ryan, o que constitui um pretexto apropriado para se fazer uma espécie de «best of», um apanhado (não exaustivo) – há outros, como este – das melhores (ou piores…) gaffes do actual detentor do cargo…
… E, logo para começar, há a curiosidade em saber se Joe Biden voltará a designar o seu opositor como «governador Ryan». Ele também já chamou «presidente» a Mitt Romney. Enganou-se no século em que vive, enganou-se (tal como Barack Obama) no Estado em que estava (na Virgínia, e não na Carolina do Norte), chamou aos Everglades «Evergators», e confundiu os San Francisco Giants (equipa de baseball) com os San Francisco 49’ers (futebol americano). Gozou com o nome do mayor de Los Angeles (seu camarada de partido) e com a maneira de falar dos indianos. Fez o sinal da cruz numa convenção de rabis. Insultou os canalizadores. Já considerou Al Franken (ex-humorista e actual senador democrata pelo Minnesota) como um «eminente jurista académico». E pareceu não ter a certeza sobre se o seu pai já tinha morrido…   
Que bom que seria se Joe Biden limitasse as suas falhas a questões de tempo e de espaço, de geografia, de identificação de indivíduos e de instituições… Pior é quando decide rebaixar o seu próprio país: além de tomar como fonte de informação fiável a agência noticiosa oficial… da China, para ele as grandes cidades estão naquele país, não na América; e esta é que «era o problema» quando se discutia o programa nuclear do Irão. Ou quando espalha – a brincar ou não – o medo entre a audiência: saudou os sindicatos, aliados dos democratas, por terem «disparado o primeiro tiro» contra os republicanos; estes «mudam as leis» para «prender os que votam» (nos «burros»); as violações e os homicídios iriam aumentar se a jobs bill da Casa Branca não fosse aprovada; algumas das «reformas» da actual administração foram como «legalizar cobras cascavéis nos átrios de hotéis do Arizona»; e «ameaçou» que um dos agentes do Serviço Secreto dispararia sobre o comissário da conservação da vida selvagem da Flórida por este o querer «obrigar» a lutar com crocodilos…
Em «compensação», Joe Biden também pode ser divertido e malicioso… ao ponto de ser embaraçoso. Já divagou sobre as desvantagens das paredes… pouco grossas, e sobre o significado da palavra «lubrificado». Confessou que se sente «absolutamente confortável com o "casamento" gay», e jurou que Barack Obama «tem um grande pau»… deste modo «revelando», indiscretamente, algumas dos pormenores mais «íntimos» desta administração. ;-) E por vezes «a boca foge-lhe para a verdade», o que não deixa de ser útil: admitiu que a sua administração pretende (ou pretendia) criar uma «taxa mínima global», aumentar os impostos em cerca de «um trilião de dólares», e que a classe média tem sido (economicamente) «enterrada nos últimos quatro anos»… Só pode ser o resultado dos tais «shovel-ready jobs» prometidos por BHO...
O – por enquanto – vice-presidente é habitualmente apontado como uma «autoridade», um «especialista» em política externa, mas, como demonstrou Charles Krauthammer, ele quase de certeza «detém o recorde nacional pelo maior número de opiniões e de posições erradas» naquele âmbito… além de, provavelmente, dados os seus constantes deslizes verbais, precisar de um «ajustamento na medicação» - Krauthammer sabe do que fala, pois é também médico psiquiatra. Causou alguma surpresa o facto de ele ter estado uma semana «fora da campanha», «isolado», «retirado», a preparar-se para o debate de hoje com Paul Ryan? Se sim, não deveria, porque: ele está há mais de cinco meses (!) sem dar uma entrevista (talvez porque numa das últimas foram muitas as… «imprecisões»); participou (pelo menos) num encontro sobre «transparência» à porta fechada, vedada à comunicação social; e diversos elementos daquela queixaram-se de, durante uma recente visita à Virgínia, terem sido pressionados, e até controlados, por assessores de Joe Biden no sentido de relatarem favoravelmente o evento. O que «só pode ser» um exagero: como é possível dizer algo de negativo sobre um homem, adulto, político veterano, que tão alegremente participa com crianças num «combate» com pistolas de água?
«Não há» dúvida: Joe Biden tem «dignificado» o cargo de vice-presidente; as suas afirmações e as suas acções foram, têm sido, constantemente caracterizadas pela «contenção», pelo «equilíbrio», pela «sabedoria», pela «sensatez». Poucos, se é que alguns, seriam tão ou mais «qualificados» do que ele. Agora imagine-se por um momento – o «horror»! – que era Sarah Palin a ocupar o mesmo lugar. O que aquela mulher não seria capaz de fazer e de dizer! Sei lá, por exemplo, que o «ObamaCare» prevê a criação e actuação de autênticos (embora com outra designação, claro) «painéis da morte»! Incrível! Inacreditável! Impossível! O pior é que, sim, é mesmo verdade...
(Adenda – Brent Bozell, como de costume, tinha razão: bastaria que Joe Biden se mostrasse mais animado e energético do que Barack Obama – o que, aliás, não era difícil – para os seus apoiantes no partido e na imprensa o considerarem vencedor do debate e proclamarem que a candidatura democrata estava «de volta». Porém, ambos acabaram por se comportar mal, embora de formas diferentes. O actual «vice» foi mal-educado, desrespeitoso, condescendente, arrogante, com um sorriso - ou um esgar – constante (mais do que uma pessoa evocou o Joker!), interrompeu sucessivamente (85 vezes!) Paul Ryan, e tudo isso terá contribuído, em última análise, para prejudicar, e não para beneficiar, a campanha dos «burros». Pior do que tudo, as mentiras acumularam-se, mas isso já é «normal» para os lados «progressistas».)
(Segunda adenda - Em especial para os que pensam que Joe Biden «ganhou» o debate e que ainda não acreditam que ele é, apenas, uma anedota ambulante, deixo a sua mais recente (grande) gaffe, cometida no dia seguinte àquele: «por lei a Planned Parenthood não pode fazer abortos».)
(Terceira adenda - Depois das correntes, as balas (dos republicanos). Mas é certo que Biden havia dito que eles (os democratas) haviam disparado «o primeiro tiro»...)  

domingo, 7 de outubro de 2012

Reescrever a História

«Normalmente», os revisionistas procedem à adulteração dos factos anos após aqueles terem ocorrido… Porém, nos Estados Unidos da América, desde que Barack Obama é presidente, e especialmente neste ano de eleições, as tentativas de reescrever a História têm-se sucedido a um ritmo mensal, semanal, diário, ou mesmo mais rápido… quase hora a hora ou ao minuto! 
Dois exemplos entre muitos: o programa do Partido Republicano «parece ser de 1812» (o GOP foi fundado em 1854); e a recente convenção daquele parecia ser do tempo «da televisão a preto e branco» (dificilmente um defeito, pois os EUA eram mais fortes económica e militarmente quando não havia outras cores nos pequenos ecrãs.) Isto para não falar das «confusões» clássicas sobre qual dos partidos, sempre, ainda hoje, racista, é que tem um passado de escravatura e de segregação... É a dualidade de critérios e a hipocrisia levadas ao extremo, às últimas consequências. Mais do que isso, os democratas procuram – e muitas vezes conseguem – alterar as características do «jogo» à medida dos seus interesses, necessidades e objectivos. Não é tão «bom» ser uma «criança grande», ser imaturo e irresponsável, querer «jogar» tentando adaptar continuamente as «regras» às conveniências próprias e momentâneas, fazer desaparecer, como se não existisse, aquilo que não é agradável? 
Pôde-se assistir precisamente, e novamente, a tal triste «espectáculo» logo no dia seguinte ao do primeiro debate presidencial. Barack Obama disse que o «verdadeiro» Mitt Romney não é aquele que esteve em Denver… e que lhe foi totalmente superior, a ponto de se pensar se estaria a «debater» com uma... cadeira vazia; é, pois, de supor que será aquele que aparece nos anúncios do PD como sendo um homem cruel, ganancioso, mentiroso e até criminoso… Mais: o Sr. Hussein - que, ele sim, mentiu na véspera - disse também que o seu opositor deve ser responsabilizado - «held accountable» - pelas suas… decisões (?!) e pelo que tem andado a dizer no último ano. Mas então… o ex-governador do Massachusetts é que é o presidente?! Na verdade, e pensando bem, atendendo à atitude e ao comportamento de cada um, o candidato republicano – mais competente, mais experiente, mais sensato, mais… adulto – é que parece ser o incumbente.
Estará mesmo o Mundo – ou, pelo menos, os EUA - «ao contrário», virado do avesso? Num certo sentido, Ben Shapiro tem razão: ao contrário do que se andou a gritar na convenção nacional democrata em Charlotte, Osama Bin Laden está «vivo» e a General Motors está «morta». São os símbolos do fracasso desta presidência, no plano externo e no plano interno: extremistas islâmicos tão ou mais activos e perigosos do que antes; e uma (grande) empresa norte-americana dependente do apoio governamental, refém dos sindicatos, (ainda) em risco de falência e que não se reestrutura nem se moderniza. Que interessa se a nação está enfraquecida, dentro e fora das suas fronteiras? O «importante», segundo Touré Neblett, é que ela «prove», mais uma vez, que não é racista… reelegendo BHO. É a repudiação total de Martin Luther King: a cor da pele sobrepõe-se ao conteúdo do carácter.
O tempo é outro conceito que, consoante se seja «azul» ou «encarnado», «burro» ou «elefante», é muito… relativo. É perfeitamente «admissível» falar de Mitt Romney quando, n(o início d)a década de 60, ele era um adolescente no liceu – e, supostamente, um bully – ou quando, n(o início d)a década de 80, já pai de família, «maltratou» um animal colocando-o no tejadilho do carro – mas não o comeu, ao contrário de uma certa pessoa… No entanto, nem pensar em ir ao passado recente de Barack Obama. Como em 2007 (já candidato à presidência!), quando elogiou Jeremiah Wright (que depois renegaria e tentaria subornar para se calar), acicatou a conflitualidade racial, e mentiu sobre a ajuda dada às áreas e às populações afectadas pelo furacão Katrina. Como em 2002, quando recorreu à «luta de classes» falando de «ricos» e de «não-violência». Como em 1998, quando afirmou que «acredito na redistribuição de riqueza».
E quanto aos números… tanto que haveria para dizer (outra vez). Por agora, fiquemo-nos pela taxa de desemprego recentemente divulgada: 7,8%. Credível? Não. E nem é por uma suspeita de que a administração tenha feito uma adulteração dos dados – embora, considerando o «cadastro» dos democratas em ética e em legalidade, tal não constituiria uma surpresa. Muito simplesmente, não são tidos em conta os que desistiram de trabalhar, pelo que a taxa efectiva é sem dúvida superior a 10%, talvez até 15%. E mesmo entre os que trabalham as situações, e as perspectivas, são muito variáveis: nem todos têm um emprego com o ordenado, benefícios e «ajudas de custo» como o do actual presidente – os gastos da Casa Branca ascenderam, no último ano, ao valor recorde de 1,4 biliões de dólares! Eis outro número para ficar na História deste mandato... cujo relato final e definitivo não ficará escrito e concluído assim tão cedo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

«Obamadorismos» (Parte 3)

(Uma adenda - sobre o primeiro debate - no final deste texto.)
Barack Obama por vezes (várias) faz (e diz) «coisas estúpidas (boneheaded things), erros». Foi ele próprio que o disse! E tem razão: muitas têm sido as idiotices desde que é presidente dos EUA, e que demonstram à saciedade o seu amadorismo, a sua incompetência, quando não a sua leviandade, cinismo e até maldade. 
Algumas, à primeira, dão mesmo vontade de rir, embora à segunda se tornem algo assustadoras pelo que podem indiciar quanto às (in)capacidades do «comandante-em-chefe». Por exemplo(s), falar dos produtos que ostentam «três orgulhosas palavrasMade in the USA» (Joe Biden já falara da «palavra de três letras… jobs»). Ou acrescentar um «s» ao nome da equipa de basquetebol campeã da NBA. Ou sair de um restaurante sem pagar a conta, literalmente, depois de acusar George W. Bush de o ter feito figuradamente. Ou mostrar que não sabe utilizar um iPhone. Ou chamar «Jack Ryan» a Paul Ryan. Ou referir-se aos «para-legais» quando queria dizer «paramédicos». Ou confessar que, em encontros internacionais, é mais provável que esteja a fazer desenhos do que a tirar notas. Ou admitir que não sabe se é legal o fabrico de cerveja na Casa Branca – incrível «ignorância» por parte de alguém que, não só é presidente, mas também licenciado em Direito… e por Harvard! Ou estar «disponível» para, além de «lavar os carros» dos republicanos, «passear os cães» daqueles… o que não é muito aconselhável porque haveria o risco de comê-los!
Pergunto a quem está a ler se tinha conhecimento destas – e de outras anteriores - (verdadeiras) gaffes, e se tal aconteceu através da comunicação social portuguesa, televisiva, radiofónica ou impressa. A resposta a ambas as perguntas será, quase de certeza, «não». Certos «jornalistas» nacionais preferem falar de – falsas – gaffes de Mitt Romney, como a de «abrir janelas de aviões». E também não é através deles que igualmente se fica a saber das mais recentes, verdadeiras, muito mais graves, e sem graça alguma, de Barack Obama. A recente crise no Médio Oriente resultante dos ataques a embaixadas norte-americanas demonstrou, como se tal fosse necessário, até que ponto o Nº44 é irresponsável, tal como a sua administração.
O Sr. Hussein tem em si «alguma preguiça». Foi ele próprio que o disse! Pelo que não se deve considerar incorrecto, injusto, e muito menos «racista», o slogan «Obama não está a trabalhar» lançado pela campanha de Mitt Romney. Slogan esse que se aplica não só na política interna, na situação económica, cujos principais indicadores apresentam valores piores do que os de há quatro anos – um dos quais é o da (descomunal) dívida pública, que não constitui, para o presidente, algo com que se deva ter preocupação «no curto prazo». Também na política externa e de segurança ele não está a trabalhar como deve ser, e até se tem revelado algo… absentista: ao longo da sua presidência faltou a mais de metade dos intelligence briefings diários, com especial enfoque nos que foram realizados na semana anterior a 11 de Setembro último. O que ajuda a explicar as respostas desastrosas dadas tanto pela Casa Branca como pelo Departamento de Estado: o governo democrata já não consegue esconder que ignorou avisos quanto à eventualidade de acções terroristas planeadas, e que não tomou as medidas necessárias para assegurar, e mesmo reforçar, a segurança de instalações diplomáticas em países muçulmanos, em especial no Egipto e na Líbia.     
Ao descuido, ao desleixo, à negligência, sucederam-se as «desculpas esfarrapadas» e de «mau pagador», as justificações contraditórias, as declarações escandalosas. Para quem pensava que já era suficientemente mau – e vergonhoso – continuar a apontar um «filme no YouTube» - até na ONU! – como o culpado pela violência de há quase um mês no Médio Oriente (pondo em causa, ao mesmo tempo, a Primeira Emenda da Constituição, isto é, a liberdade de expressão), só pode ter sido revoltante ouvir Barack Obama: a dizer que os protestos de fanáticos – que causa(ra)m prejuízos e até perdas de vidas – são «naturais»; a reduzir, na práctica, a morte de quatro norte-americanos – incluindo um embaixador – a meros «saltos na estrada»; a pedir aos muçulmanos ajuda, «cooperação total», na protecção dos cidadãos dos EUA – tendo em conta a «amostra» recente, tal é «sem dúvida» uma expectativa «razoável»… A trapalhada já chegou a um tal ponto que nem todos os democratas vão na conversa, e exigem explicações; e BHO chega ao cúmulo de ser corrigido por membros do seu gabinete – seus subordinados! – na questão de saber se o Egipto ainda é, ou não, um aliado. Compreende-se agora muito melhor porque é que é «perigoso» ele afastar-se do teleponto e porque é que ele costuma «reciclar» os discursos para «consumo interno», e repetir a mesma «frase de circunstância» quando se encontra com líderes estrangeiros.
Apesar de algumas (poucas) excepções na lamestream media que mais não fazem do que confirmar a regra, os erros de Barack Obama e dos seus camaradas não têm o destaque que, normalmente, se justificariam. Na CBS até se omite uma passagem de uma entrevista em que ele admite que a sua campanha… cometeu erros – sim, pode-se inclusive listar os 10 maiores. Porém, ninguém comete erros piores do que o próprio Sr. Hussein. Alguns, no entanto, até são… positivos, surpreendentes, bem-vindos: a sua – espantosa! – admissão de que não se consegue – ele não conseguiu! - «mudar Washington por dentro» significou, pura e simplesmente, a confissão do falhanço de toda a sua presidência. O «yes, we can» transformou-se em «no, we can’t» ou «no, I couldn’t»! Assim sendo, pode-se concluir que ele não vai levar a mal, compreenderá, e até concordará, se perder a 6 de Novembro.
(Adenda – Só os que têm vivido numa «realidade alternativa» nos últimos quatro anos, ou, o que vai dar no mesmo, os que acreditam no que os esquerdistas nos media espalham… e não lêem o Obamatório, é que ficaram surpreendidos com o desfecho do primeiro debate presidencial. Mitt Romney não se limitou a vencer Barack Obama… «arrasou» com ele!  Conhecendo os muitos «(ob)amadorismos» em que ele tem sido prolífico, como os dados no texto anterior a esta adenda e não só, e sabendo que ele nunca havia enfrentado um adversário - mais, um interlocutor - tão competente, experiente e motivado como o ex-governador do Massachusetts, quem é que honestamente acreditaria que o Sr. Hussein «sairia por cima»? Enfim, um momento memorável, esclarecedor… e talvez decisivo. Entretanto, podemos divertir-nos com as reacções – de desespero, (in)conformismo, incredulidade, e mesmo histeria – de Al «a culpa foi da altitude» GoreAndrew Sullivan, Bill Maher, Chris «temos as nossas facas» Matthews, Ed Schultz, James Carville, Michael Moore)