domingo, 18 de novembro de 2012

Fica a promessa

(Uma adenda no final deste texto.)
No meu anterior texto aqui no Obamatório, publicado a 5 de Novembro último, escrevi: «(…) Estes e outros factos não significam, necessariamente, que Barack Obama vai perder a eleição. Porém, do que não resta qualquer dúvida é que ele não merece ganhá-la; aliás, já em 2008 ele não merecia, e agora muito menos. (…) Qualquer que seja o resultado de amanhã, ele não alterará, não apagará, o que aconteceu nestes últimos quatro anos. (…)»
Não só não duvido de que se saberá cada vez mais pormenores, mais informações e esclarecimentos, sobre os «casos» já conhecidos e que aqui foram relatados, como acredito, tal como outros, que se descobrirão mais «casos». Aliás, logo nos dias seguintes ficaram a saber-se mais dois, ocorridos antes das eleições mas que, por «coincidência», foram ocultados até os votos terem sido depositados e que, quem sabe, poderiam ter influenciado o resultado final, tal como o furacão Sandy, indubitavelmente, o fez: o ataque iraniano a um drone norte-americano e a demissão do General David Petraeus do cargo de director da CIA.  
Pelo que desde já fica a promessa, da minha parte, de que vou continuar por aqui, a fazer essa denúncia, a relatar factos que outros não se atrevem a relatar, a dar opiniões incómodas – mas assentes e validadas nos factos – que outros não têm a coragem de dar. Apesar da surpresa, e da decepção, pelo resultado do passado dia 6 de Novembro, devo continuar, tenho a obrigação de continuar «no meu posto», quanto mais não seja por respeito para com aqueles que visitam o Obamatório, e que são cada vez mais: Setembro e Outubro de 2012 foram os melhores meses de sempre, e, ironicamente, a 6 e a 7 de Novembro registaram-se os melhores números de visualizações num só dia! Nos próximos dois meses irei reduzir o «ritmo» de publicação, que aliás nunca foi muito intenso – sempre preferi a qualidade à quantidade. No entanto, a partir de dia 21 de Janeiro, voltarei «à carga» com regularidade, e até Barack Obama, de uma forma ou de outra, deixar de ser presidente dos Estados Unidos da América.
E é também por consideração para com os meus leitores que não me incomodo (muito) – aliás, já estou habituado – a que, de caminho, me tentem «ostracizar», que seja boicotado, discriminado, ignorado. Como? Fundamentalmente, pela não participação em (não ser convidado para): «combates de blogs» que supostamente dispõem de um «painel completíssimo» apesar da minha ausência; em programas em estações de rádio e de televisão; em «tertúlias» promovidas por juntas de freguesia; em colóquios organizados por universidades; em viagens aos EUA apoiadas por fundações… Mas não ter tudo isto não me tira autoridade, legitimidade… e vontade para (continuar a) fazer o que faço. Desenganem-se os que pensam o contrário.
E aconselho todos aqueles que ainda estão a comemorar mais um triunfo do Sr. Hussein a não se excitarem demasiado, a acalmarem-se… e a olharem bem, friamente, melhor, para os números. O actual presidente teve cerca de sete milhões de votos a menos do que os que teve em 2008 (69,4 para 62,8) – é, creio, caso único na história eleitoral dos EUA da era moderna um presidente incumbente ser reeleito com menos votos do que da primeira vez. O problema foi que o seu opositor não só não venceu como também teve cerca de 700 mil votos a menos do que o seu «antecessor no cargo» - Mitt Romney obteve 59,2 milhões, e John McCain (na verdade, Sarah Palin…) obteve 59,9. Ou seja, o desgaste, a desilusão, a dúvida relativamente ao Nº 44 existiram de facto, e tiveram tradução nas urnas, mas não houve um aproveitamento pleno dessa situação por parte dos republicanos. Todavia, estes, se é certo que também perderam lugares no Senado e na Casa, ganharam um governador, além de terem ainda a maioria dos legisladores estaduais.
Sim, a «vantagem» ainda é dos «burros», mas essa «vantagem» reduziu-se consideravelmente em relação há quatro anos… e os «elefantes» consolidaram as posições conquistadas há dois. Os democratas perderam mais do que os republicanos perderam, e estes, muito provavelmente, por culpa própria, por deficiências logísticas e técnicas que, espera-se, estarão corrigidas e superadas nas próximas eleições. Assim como é desejável que (re)conquistem os votos dos eleitores hispânicos, que poderiam ter sido atraídos este ano se um dos seus – Marco Rubio – tivesse sido candidato a vice-presidente. E também dos libertários, cujos candidatos, em várias corridas, obtiveram votos que seriam suficientes para derrotar os democratas se tivessem sido adicionados aos dos republicanos. A incredulidade, e até a indignação, pelo que aconteceu no passado dia 6 compreendem-se e justificam-se. Contudo, nada na história recente indica que o Partido Republicano esteja em risco de desagregação, de perda de influência e de implantação, quanto mais não seja porque o «fenómeno» Barack Obama, segundo os seus próprios subordinados, não é replicável por nenhum outro democrata; em muitos aspectos, é uma anormalidade.   
Entretanto, e para que tal acontecesse, seria igualmente conveniente e preferível que fossem definitivamente afastadas as suspeitas – e as provas? – de fraude eleitoral em larga escala a favor dos democratas (acaso há outra?) das quais diversos e inquietantes indícios voltaram a surgir neste ano, em especial no Maine e na Pensilvânia – neste existiram circunscrições eleitorais em que, entre milhares de votantes, Mitt Romney não registou um único! Para não falar de vários incidentes mais ou menos violentos, incluindo propaganda descarada – vestida e pintada – nos próprios locais de voto, discriminação (representantes do GOP expulsos daqueles!), intimidação (os Novos Panteras Negras, porque não foram punidos pelo que fizeram em 2008, voltaram ao «local do crime»), agressão e até ameaças com armas, com e sem roubo!
Enfim, soube-se a resposta à pergunta que, por curiosidade, muitos colocaram: a de saber se este ano faria lembrar, eleitoralmente, mais 1980 (Jimmy Carter vs. Ronald Reagan) ou 2004 (George W. Bush vs. John Kerry) Acabou por ser 2004 – um presidente contestado que acaba por vencer, por pouco e depois de alguns «sustos» (como o de um primeiro debate desastroso), um milionário do Massachusetts… Mas quem acredita em «movimentos cíclicos» na política, quem acredita que 2012 foi uma repetição «ao contrário» de 2004, então tem de aceitar que 2014 vai ser igualmente uma repetição «ao contrário» de 2006, e 2016 uma repetição «ao contrário» de 2008… Contudo, quem sabe se, a curto ou médio prazo, 2012 não acabará por parecer-se mais com… 1972?  
Esta eleição presidencial nos EUA de 2012 faz-me lembrar mais, isso sim, a eleição parlamentar no Portugal de 2009: um incumbente arrogante mas «elegante», conflituoso e insultuoso, falador e gastador, enredado em suspeições e em escândalos, que vence um(a) opositor(a) consensualmente tido(a) como competente mas com um discurso «aborrecido», «quadrado», nada «cool», a falar sempre na necessidade, e até urgência, em controlar as contas públicas e em reduzir a dívida… Sabe-se o que aconteceu, não muito tempo depois, deste lado do Atlântico. Acontecerá o mesmo do outro?
(Adenda - Pode ser um prenúncio do que aí vem: Jesse Jackson Jr., representante do Partido Democrata pelo... Illinois (e de Chicago!), que a 6 de Novembro havia sido reeleito facilmente, renunciou ao cargo. Problemas de saúde? É mais problemas com a lei... Sim, que «surpresa»!)  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Não merece ganhá-la

Michelle Obama disse que era no dia 2, para os «cabeças-duras» e não só, e o marido que é no dia 7… pois, nem nisto eles são dignos de confiança: é amanhã, 6 de Novembro. No último dia da campanha eleitoral «mais suja de sempre», na véspera da votação para a presidência dos Estados Unidos da América, quais são as palavras, as imagens, as ideias que mais se destacam?
Em termos de dinâmica, notou-se nitidamente, e simultaneamente, um crescendo – em apoio, em entusiasmo, em optimismo – na candidatura de Mitt Romney, e um esvaziamento – nos mesmos itens – na de Barack Obama. Há factos que podem constituir sinais reveladores, confirmadores, dessa asserção: no Ohio, e no mesmo dia, o republicano falou para uma audiência de 30 mil pessoas, e o democrata… para uma de 2800; e em Cleveland o Sr. Hussein passou de 80 mil em 2008 para… quatro mil em 2012. Nem Bruce Springsteen nem Stevie Wonder foram grandes ajudas desta vez… Também no aspecto das escolhas (endorsements) por parte de jornais também se está a verificar uma tendência que parece favorecer o ex-governador do Massachusetts: são muitos mais os que, no que se refere a apelo ao voto, mudaram de «azul» para «encarnado» desde há quatro anos; e, pela surpresa da posição e/ou pela veemência com que a explicam e a defendem, são de salientar o Des Moines Register, o Las Vegas Review-Journal, o Los Angeles Daily News, o Nashville Tennessean, o Newsday, o New York Daily News, o Orlando Sun-Sentinel e o Wisconsin State Journal.
Estes e outros factos não significam, necessariamente, que Barack Obama vai perder a eleição. Porém, do que não resta qualquer dúvida é que ele não merece ganhá-la; aliás, já em 2008 ele não merecia, e agora muito menos. E basta ouvir o que ele tem dito nestes últimos dias de campanha para se dissiparem as (muito) poucas dúvidas que ainda pudessem subsistir sobre o mau carácter – e, sim, a sacanice – do actual presidente. Exemplos? Ao referir-se à «romnesia na fase três» do seu adversário insultou todos os doentes de cancro, em que se incluem Ann Romney e a própria mãe dele, Ann Dunham, falecida em 1995. Chamou a Romney um «vendedor», mas ele próprio tem sido um, e mau, e até o admite ao prever que «alguns dos negócios que encorajamos irão falhar»… como se viu com a Solyndra, e não só. Pior, chamou a Romney um «m*rd*s*» («bullshitter»). Ainda pior, declarou que «votar é a melhor vingança», ao que Romney respondeu apelando a que se vote «por amor ao país». Que tal para «raiva republicana»? Onde já vai a «civilidade», a «esperança» e a «mudança»… Provavelmente, nem ele imaginava em 2008 que as palavras com que descrevia os seus opositores haveriam de se aplicar, na perfeição, à sua actual situação: «If you don't have any fresh ideas, then you use stale tactics to scare the voters. If you don't have a record to run on, then you paint your opponent as someone people should run from. You make a big election about small things.»
Nunca a «verborreia de diarreia» dos «liberais e progressistas» foi tão «stale» e «small», tão desagradável como agora – aliás, Michelle Obama bem que falava que a retrete poderia estar entupida no dia da eleição… Lena Dunham, uma starlet de terceira categoria, protagoniza um anúncio, quase de certeza copiado de outro de… Vladimir Putin (!), em que equipara a perda da virgindade com o voto no Sr. Hussein. Bill Maher avisou os votantes em Mitt Romney de que «os negros sabem quem vocês são e irão atrás de vocês». Michael Moore realizou um anúncio em que idosos lançam palavrões contra os republicanos. No entanto, é preocupante, e perigoso, quando, sem dúvida inspirados pelo «chefe», os seus apoiantes se dispõem a passar, ou passam mesmo, das palavras agressivas… aos actos agressivos – o que, aliás, representa o «business as usual» dos democratas: roubo de material de propaganda por parte de activistas sindicais; vandalismo; (acusações de) fraude eleitoral, no Colorado, no Texas e na Virgínia; assédio sexual; mais ameaças de motim, violência e morte, tanto generalizadas como específicas; espancamento, no Wisconsin, do filho de um senador estadual do GOP. Não relacionado directamente com a eleição presidencial, há ainda os casos do traficante de droga na Carolina do Norte e o da ladra – que fora antes eleita «democrata do ano» no seu condado! – no Colorado. E para que não digam que eu só menciono as malfeitorias dos «burros», também é de assinalar o caso de uma mulher do Nevada identificada como «republicana registada» que tentou votar pela segunda vez. Sim, foi o único acontecimento negativo similar que eu encontrei do «outro lado» no mesmo período de tempo. Quando o assunto é ilegalidades, a desproporção ainda é (muito) «favorável» ao Partido Democrata.
Todavia, mesmo que não houvesse violações da lei, sempre haveria a criticar aos «azuis» a sua atitude, de arrogância, de intolerância e de negligência, de leviandade e de superficialidade, que teve em Barack Obama um expoente máximo. E que lhe permite fazer afirmações como a de que é «rebuçado para os olhos» («eye candy») das senhoras do programa «The View» ou a de que é um «adereço» da sua própria campanha. Que lhe possibilita votar antecipadamente (em Chicago), antes do dia 6 (o primeiro presidente a fazê-lo, e nitidamente como forma de tentar animar as suas desanimadas bases), e apresentando – naturalmente, normalmente – um cartão de identificação sem que idiotas como George R. R. Martin o apresentem, indignados, como uma vítima de «racismo». Que proporciona a Joe Biden afirmar que «não houve um dia nestes últimos quatro anos em que senti orgulho de ser seu vice-presidente»! Mais uma gaffe a juntar a tantas outras?
Em conclusão, pode-se e deve-se recorrer, não uma mas sim duas vezes, a Andrew Klavan, um dos melhores «cronistas» deste mandato, se não mesmo o melhor: os «conteúdos do (mau) carácter de Obama» (tão longe do de Martin Luther King…) traduzem-se em «uma eleição de fantasia, um homem imaginário». Qualquer que seja o resultado de amanhã, ele não alterará, não apagará, o que aconteceu nestes últimos quatro anos. Nem tudo o que havia para fazer foi feito, mas tudo o que havia para dizer e escrever foi dito e escrito. Agora, há que aguardar. Com paciência e de consciência tranquila.

sábado, 3 de novembro de 2012

Escândalos à escolha (Parte 2)

Em 2012 assinalam-se os 40 anos do início do denominado «escândalo Watergate», que, desde então, como que se tornou o primeiro sinónimo de corrupção política em Washington… pelo menos em Hollywood, de onde resultaram dezenas de filmes e de séries televisivas que abordam, directa ou indirectamente, principal ou secundariamente, o acontecimento. Que envolveu arrombamentos (de instalações do Partido Democrata), escutas e gravações ilegais… e que terminou com a demissão do (republicano) Richard Nixon da presidência e a condenação e a prisão de muitos dos seus colaboradores.
Porém, e como tem sido salientado por, entre outros, John McCain, o escândalo Watergate não envolveu, não causou, perda de vidas inocentes… ao contrário dos escândalos «Fast & Furious» e de Bengahzi. Vidas de americanos e, no primeiro daqueles, também de estrangeiros. E a responsabilidade por essas mortes cabe a Barack Obama e à sua administração. O que aconteceu na Líbia a 11 de Setembro de 2012 constituiu um agravamento, como que um «aperfeiçoamento perverso» do que aconteceu na fronteira com o México entre 2009 e 2011: se no primeiro caso se permitiu que armas norte-americanas fossem entregues a traficantes estrangeiros sem monitorização, no segundo permitiu-se que norte-americanos com pouco armamento e equipamento fossem atacados por terroristas estrangeiros que estavam a ser monitorizados.
Nas últimas semanas têm sido vários os comentadores e especialistas que têm procurado estabelecer uma (tanto quanto possível) completa sequência dos acontecimentos, e uma das melhores e mais recentes foi dada por Pat Buchanan. Basicamente, foi isto: sabia-se, e informara-se o Departamento de Estado e a Casa Branca nos meses anteriores, que a área de Benghazi comportava muitos e graves riscos de segurança (após serem alvos de atentados, representações do Reino Unido e da Cruz Vermelha foram encerradas), e pedidos foram feitos para reforçar aquela, inclusivamente pelo próprio embaixador Christopher Stevens… o último dos quais poucas horas antes de ser morto; aquando do ataque (com lança-granadas e metralhadoras), elementos da CIA estacionados num local próximo pedem ajuda e autorização para auxiliar o pessoal diplomático, mas é-lhes dada a ordem para ficarem onde estão – ordem a que não obedecem, e não terão ajuda; poucas horas depois do início do confronto, um grupo aliado da Al-Qaeda reivindica a autoria da iniciativa – informação que é quase imediatamente transmitida para Washington, onde a situação terá sido acompanhada em directo; consumados os assassinatos, Barack Obama e vários dos seus coadjuvantes atribuem a culpa pelo sucedido a manifestantes descontrolados que se revoltaram contra um (desconhecido, obscuro, quase amador) filme anti-Islão exposto no YouTube.
É preciso dizer e explicar ainda mais até que ponto isto é extremamente, inacreditavelmente, grave? Porque é que o actual presidente teve este comportamento? Porque não quer(ia) admitir que o seu principal slogan para a reeleição - «Bin Laden está morto» - estava irremediavelmente comprometido. Ainda agora, na campanha, ele afirma que a Al-Qaeda foi «dizimada»!
«Benghazigate» já é um escândalo (suficientemente) mau no seu aspecto meramente político, mas torna-se péssimo enquanto (também) escândalo mediático. Em Junho último, Carl Bernstein e Bob Woodward revisitaram o caso que os tornou famosos, e assegura(ra)m que sabem hoje, quatro décadas passadas, que Watergate é «muito pior do que pensavam». Isso quer dizer… que foram descobertos cadáveres? Claro que não. Uma semana depois, entrevistado por Sean Hannity, Woodward mostrou relutância em reconhecer inequivocamente as implicações do que aconteceu na Líbia. E o Washington Post, o seu jornal e de Bernstein, está a colaborar, assim como quase toda a mainstream media, na construção de uma «cortina de fumo», recusando-se a revelar e a distribuir (grande parte d)a informação disponível. Mais do que incompetência e conivência, isto é cumplicidade. Que, claro, se estende a Portugal, onde o «apagão» sobre o que realmente aconteceu em (e a propósito de) Benghazi é quase total – (um)a excepção é o Obamatório.
Este é, incontestavelmente, o pior de todos os escândalos nestes últimos quatro anos, mas não é, evidentemente, o único – como já antes demonstrámos, há, neste âmbito, mais por onde escolher. Aliás, não faltam outras «listas» de «casos duvidosos» protagonizados por elementos da actual administração. Como o «Guia dos cinco maiores escândalos da administração Obama para totós da MSM» de Bryan Preston, que refere, para além dos dois principais mencionados aqui, também as ilegalidades cometidas por Kathleen Sebelius, as «propostas indecentes» feitas a fornecedores de material militar, e as fugas de informação de segurança nacional para o New York Times – um caso também «pior do que o de Watergate» e cuja possível e respectiva «garganta funda» já foi apontada. Ou as «14 das mais flagrantes mentiras, políticas e actividades fora da lei desta administração», de Dustin Siggins, de que se destacam o «ObamaCare», violações da Primeira Emenda (liberdade de expressão) e o assassinato de terroristas (confirmados ou suspeitos) no estrangeiro, mesmo que sejam cidadãos dos EUA (a famigerada «kill list»). Ou esta terceira lista, de Chris Gadsden. Ou o estudo que revela que poucas agências governamentais forneceram informações a que estavam obrigadas (tanta «transparência»!). Ou as doações estrangeiras – ilegais – para a campanha de BHO. Ou as «ajudas estatais» que beneficiaram um irmão e um amigo de Joe Biden.
Será que, daqui a 40 anos (ou 30, ou 20…), escândalos como o de Benghazi terão um tratamento – na comunicação social e no entretenimento – semelhante ao de Watergate? Se ambos os meios continuarem a ser dominados por esquerdistas preconceituosos, isso será muito pouco provável, quase impossível.             

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

«Frankenstorm»

(Três adendas no final deste texto.)
Neste ano o Halloween, o «Dia (e Noite) das Bruxas» nos Estados Unidos da América, não proporcionou propriamente uma festa, uma celebração em toda a nação, porque aconteceu em simultâneo com um susto a sério, enorme, e que provocou muitos mortos. Mais do que monstros de brincadeira, vampiros, lobisomens e fantasmas a fingir, o que houve desta vez foi uma tempestade «perfeita» e monstruosa – o furacão Sandy, que atingiu a costa leste do país e que não tardou a receber a alcunha de «Frankenstorm».
Compreensivelmente, as campanhas eleitorais para a presidência dos EUA, tanto por parte de democratas como de republicanos, foram suspensas durante algum tempo – com a excepção, nomeadamente, de Michelle Obama… Porém, esta pausa forçada não significou que não existissem alguns aproveitamentos político-partidários, ideológicos, da calamidade. A começar, claro, por Al Gore, que não deixou de… alegar que o furacão é uma consequência, e uma prova, do «aquecimento global», no que foi secundado por «eminências da ciência» como Cenk Uygur, Chris Matthews e Martin Bashir… O que não é de surpreender, tal como a exaltação da destruição por parte do (que resta do) movimento Occupy Wall Street.
Para além do oportunismo dos charlatães do clima (que parecem «esquecer» que existiram tempestades, e piores, no passado), houve inevitáveis – e até normais – demonstrações de calculismo em relação à eleição da próxima semana: especulações sobre se o Sandy afectaria ou não a eleição, e, se sim de que modo; se poderia até causar o adiamento do próprio acto eleitoral… E, dos «suspeitos do costume», vieram as previsíveis acusações a Mitt Romney, mas que, aliás, seriam dirigidas a qualquer republicano na sua posição: a da sua suposta desvalorização dos auxílios governamentais federais de emergência – para a esquerda esta «Frankenstorm» foi mais uma «prova» de que o «grande governo» é necessário; e, para cúmulo, a da suposta irrelevância, e mesmo falsidade, da ajuda aos afectados e desalojados que o governador e a sua equipa de campanha prestaram!      
Para Barack Obama este furacão providenciou mais uma oportunidade a Barack Obama para parecer «presidenciável» - e bem que ele tem precisado dessas oportunidades… No entanto, comentadores como Charles Krauthammer não deixaram de notar, correctamente, que o Nº 44 não se comportou da mesma maneira aquando – e a propósito – do ataque em Benghazi. Mais: se foi divulgada agora uma fotografia da «sala da situação» a monitorizar o Sandy, porque não foi divulgada uma antes a mostrar a reacção – ou a falta dela – da administração ao atentado terrorista que matou quatro norte-americanos, incluindo o embaixador na Líbia? Estes, ao contrário das vítimas da tempestade, foram «deixados para trás», e – os indícios nesse sentido acumulam-se crescente e inquietantemente – de uma forma consciente e deliberada, quiçá criminosa. Todavia, e como salientou Jonah Goldberg, ao menos o Sr. Hussein não atribuiu a culpa pelo furacão a um vídeo; nem (digo eu) a George W. Bush…
Outro aspecto positivo da tragédia, sem dúvida menor mas algo significativo: Samuel L. «votei em BHO porque ele é negro» Jackson, que desejou em Agosto último que o furacão Isaac devastasse Tampa e destruísse a convenção republicana, desta vez (porque será?) não se pronunciou.
(Adenda - Aqueles que, «ingenuamente», acreditam que o furacão Sandy possa ter beneficiado Barack Obama provavelmente ainda não sabem, ou não querem saber, das notícias e das imagens de filas para abastecimento de combustível (a fazerem lembrar os tempos de Jimmy Carter) e, o que é pior, as de violência, morte e miséria, mesmo que momentânea (gente a procurar comida em contentores de lixo!))
(Segunda adenda - Nova Iorque depois do Sandy começa a parecer-se com o Louisiana depois do Katrina? Algo que os dois Estados têm em comum: governadores democratas aquando das respectivas calamidades.)
(Terceira adenda - Michael Bloomberg, que deu o seu apoio a Barack Obama em especial pela posição do actual presidente sobre o «aquecimento global», diz que o «frio é o próximo grande problema para nós». De notar que ainda se está no Outono... ah, a ironia!)