sábado, 3 de novembro de 2012

Escândalos à escolha (Parte 2)

Em 2012 assinalam-se os 40 anos do início do denominado «escândalo Watergate», que, desde então, como que se tornou o primeiro sinónimo de corrupção política em Washington… pelo menos em Hollywood, de onde resultaram dezenas de filmes e de séries televisivas que abordam, directa ou indirectamente, principal ou secundariamente, o acontecimento. Que envolveu arrombamentos (de instalações do Partido Democrata), escutas e gravações ilegais… e que terminou com a demissão do (republicano) Richard Nixon da presidência e a condenação e a prisão de muitos dos seus colaboradores.
Porém, e como tem sido salientado por, entre outros, John McCain, o escândalo Watergate não envolveu, não causou, perda de vidas inocentes… ao contrário dos escândalos «Fast & Furious» e de Bengahzi. Vidas de americanos e, no primeiro daqueles, também de estrangeiros. E a responsabilidade por essas mortes cabe a Barack Obama e à sua administração. O que aconteceu na Líbia a 11 de Setembro de 2012 constituiu um agravamento, como que um «aperfeiçoamento perverso» do que aconteceu na fronteira com o México entre 2009 e 2011: se no primeiro caso se permitiu que armas norte-americanas fossem entregues a traficantes estrangeiros sem monitorização, no segundo permitiu-se que norte-americanos com pouco armamento e equipamento fossem atacados por terroristas estrangeiros que estavam a ser monitorizados.
Nas últimas semanas têm sido vários os comentadores e especialistas que têm procurado estabelecer uma (tanto quanto possível) completa sequência dos acontecimentos, e uma das melhores e mais recentes foi dada por Pat Buchanan. Basicamente, foi isto: sabia-se, e informara-se o Departamento de Estado e a Casa Branca nos meses anteriores, que a área de Benghazi comportava muitos e graves riscos de segurança (após serem alvos de atentados, representações do Reino Unido e da Cruz Vermelha foram encerradas), e pedidos foram feitos para reforçar aquela, inclusivamente pelo próprio embaixador Christopher Stevens… o último dos quais poucas horas antes de ser morto; aquando do ataque (com lança-granadas e metralhadoras), elementos da CIA estacionados num local próximo pedem ajuda e autorização para auxiliar o pessoal diplomático, mas é-lhes dada a ordem para ficarem onde estão – ordem a que não obedecem, e não terão ajuda; poucas horas depois do início do confronto, um grupo aliado da Al-Qaeda reivindica a autoria da iniciativa – informação que é quase imediatamente transmitida para Washington, onde a situação terá sido acompanhada em directo; consumados os assassinatos, Barack Obama e vários dos seus coadjuvantes atribuem a culpa pelo sucedido a manifestantes descontrolados que se revoltaram contra um (desconhecido, obscuro, quase amador) filme anti-Islão exposto no YouTube.
É preciso dizer e explicar ainda mais até que ponto isto é extremamente, inacreditavelmente, grave? Porque é que o actual presidente teve este comportamento? Porque não quer(ia) admitir que o seu principal slogan para a reeleição - «Bin Laden está morto» - estava irremediavelmente comprometido. Ainda agora, na campanha, ele afirma que a Al-Qaeda foi «dizimada»!
«Benghazigate» já é um escândalo (suficientemente) mau no seu aspecto meramente político, mas torna-se péssimo enquanto (também) escândalo mediático. Em Junho último, Carl Bernstein e Bob Woodward revisitaram o caso que os tornou famosos, e assegura(ra)m que sabem hoje, quatro décadas passadas, que Watergate é «muito pior do que pensavam». Isso quer dizer… que foram descobertos cadáveres? Claro que não. Uma semana depois, entrevistado por Sean Hannity, Woodward mostrou relutância em reconhecer inequivocamente as implicações do que aconteceu na Líbia. E o Washington Post, o seu jornal e de Bernstein, está a colaborar, assim como quase toda a mainstream media, na construção de uma «cortina de fumo», recusando-se a revelar e a distribuir (grande parte d)a informação disponível. Mais do que incompetência e conivência, isto é cumplicidade. Que, claro, se estende a Portugal, onde o «apagão» sobre o que realmente aconteceu em (e a propósito de) Benghazi é quase total – (um)a excepção é o Obamatório.
Este é, incontestavelmente, o pior de todos os escândalos nestes últimos quatro anos, mas não é, evidentemente, o único – como já antes demonstrámos, há, neste âmbito, mais por onde escolher. Aliás, não faltam outras «listas» de «casos duvidosos» protagonizados por elementos da actual administração. Como o «Guia dos cinco maiores escândalos da administração Obama para totós da MSM» de Bryan Preston, que refere, para além dos dois principais mencionados aqui, também as ilegalidades cometidas por Kathleen Sebelius, as «propostas indecentes» feitas a fornecedores de material militar, e as fugas de informação de segurança nacional para o New York Times – um caso também «pior do que o de Watergate» e cuja possível e respectiva «garganta funda» já foi apontada. Ou as «14 das mais flagrantes mentiras, políticas e actividades fora da lei desta administração», de Dustin Siggins, de que se destacam o «ObamaCare», violações da Primeira Emenda (liberdade de expressão) e o assassinato de terroristas (confirmados ou suspeitos) no estrangeiro, mesmo que sejam cidadãos dos EUA (a famigerada «kill list»). Ou esta terceira lista, de Chris Gadsden. Ou o estudo que revela que poucas agências governamentais forneceram informações a que estavam obrigadas (tanta «transparência»!). Ou as doações estrangeiras – ilegais – para a campanha de BHO. Ou as «ajudas estatais» que beneficiaram um irmão e um amigo de Joe Biden.
Será que, daqui a 40 anos (ou 30, ou 20…), escândalos como o de Benghazi terão um tratamento – na comunicação social e no entretenimento – semelhante ao de Watergate? Se ambos os meios continuarem a ser dominados por esquerdistas preconceituosos, isso será muito pouco provável, quase impossível.             

1 comentário:

Anónimo disse...

procurem por fraude e obama para verem o que a grande midia esconde.