segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Nem armas nem religião

Não é novidade que a insolência, a agressividade (verbal e física), a intolerância, os preconceitos, os impulsos totalitários da esquerda «democrata» e «progressista» dos Estados Unidos da América duram todo o ano, mas tais «qualidades» parecem ser acentuadas quando se aproxima o Natal e o Ano Novo… É uma época que traz à superfície o (ainda) pior do que eles têm…
… E essa tendência vai ao ponto de colocar em causa a própria festividade, o feriado, o conceito de Natal. Antes de mais, na sua vertente… ambiental. Sendo indispensável a neve para que esta quadra alcance o mais pleno significado, e para que o trenó puxado pelas renas e conduzido pelo senhor idoso vestido de vermelho – que alguns pensam pertencer ao Partido Democrata – melhor possa distribuir as prendas, é (penosamente) hilariante ver e ouvir os que continuam a acreditar na existência do «aquecimento global antropogénico» a defenderem a sua «crença» quando o frio, naturalmente, começa a fazer-se sentir, mais intenso do que no ano anterior, muitas vezes ainda em pleno Outono e não no Inverno, e a neve cai em locais pouco habituais… Entretanto, o combate às «alterações climáticas» soma – felizmente! – sucessivos e justificados desaires, que, «obviamente», são culpa de George W. Bush! Tal como o «fim do Mundo»!
Porém, os ânimos «liberais» agitam-se mais, previsivelmente, contra a vertente religiosa do Natal. Nos EUA continuam a ocorrer os incidentes que envolvem tentativas, por vezes concretizadas, de proibição de exibição de imagens, textos, e símbolos, alusivos a Jesus Cristo e ao Cristianismo. Árvores, concertos, cruzes, presépios, são alvos da pulsão proibicionista dos «apóstolos» do laicismo extremista e do «politicamente correcto». Que não são mais do que um «bando de alegres fascistas» segundo Bill O’Reilly, crónico «cavaleiro em (meritória) cruzada» contra ateus confessos e outros… que não se sabe muito bem o que são, como Lincoln Chafee, governador (independente) de Rhode Island, que insiste, ano após ano, em chamar «holiday tree» à Christmas tree. Entretanto, na Casa Branca, estão não uma mas sim… 54 árvores de Natal, o que significa, como muito bem faz notar Sean «Jim Treacher» Medlock, quase uma por Estado segundo as peculiares «contas» de Barack Obama!
O actual presidente queixou-se, na campanha em 2008, dos americanos que «se agarram às suas armas e religião» («cling to their guns and religion») – isto é, os seus opositores conservadores, sendo a «religião» referida, claro está, a cristã. E ele e os seus apoiantes têm-se esforçado para que os cidadãos comuns abandonem tanto umas como a outra. Contestar o Natal já não é suficiente, e o monstruoso massacre ocorrido a 14 de Dezembro numa escola primária em Newtown, no Connecticut, deu-lhes o pretexto que tanto procuravam. Tal como em Tucson em 2011, as hienas não se contiveram e passaram logo ao ataque, aproveitando-se de um crime horrível para tentarem concretizar o seu objectivo de inutilizar a Segunda Emenda da Constituição dos EUA. Sempre sem noção do absurdo em que vivem permanentemente, os democratas na política e na comunicação social aclamaram a decisão de Barack Obama de iniciar um processo de revisão do sistema de aquisição e utilização de armas no país através da formação de uma comissão (?) encabeçada por… Joe Biden, que ficou encarregado de apresentar um plano detalhado até final de Janeiro. O mesmo Joe Biden que, em 2008, avisava o então seu rival na nomeação pelo PD de que não se atrevesse a tirar-lhe a sua Beretta! E que credibilidade tem uma administração que entregou armas norte-americanas a criminosos mexicanos – sim, o caso «Fast & Furious» - sem qualquer controlo para, agora, vir dar «sermões» sobre controlo de armas? Nenhuma! Talvez possam pedir conselho a Harry «sou-mórmon-como-Mitt-Romney-mas-não-espalhem-isso» Reid, que, em 2010, aparecia em público ao lado do agora tão vilipendiado vice-presidente da National Rifle Association e confessava que levava uma arma para todo o lado.
Enfim, neste como em outros assuntos, não são mais do que o que costumam ser: hipócritas incompetentes. E continuam a não prestar atenção à realidade, a não quererem saber e reconhecer os factos: menos armas e/ou maior controlo de armas correspondem a aumento da criminalidade. Na verdade, as estatísticas têm indicado uma diminuição daquela nos EUA, e atrocidades como a que ocorreu no Connecticut são, cada vez mais, a excepção, e não a regra – é a cobertura mediática histérica promovida por aqueles que não respeitam o luto das famílias, e que não perdem tempo em tentar avançar a sua agenda à custa do sofrimento das vítimas, que dá a ilusão de serem mais e maiores do que de facto são. Ann Coulter refere, e demonstra, que os locais onde ocorrem mais frequentemente estes massacres são aqueles que não permitem a presença de armas: escolas (de todos os níveis, primário, secundário, universitário), centros comerciais, igrejas… Como ela diz, os homicidas podem ser loucos mas não são estúpidos: escolhem os locais que, à partida, estarão mais desprotegidos, em que provavelmente não encontrarão opositores armados. Mais, abundam os casos em que a intervenção de cidadãos responsáveis… e com um revólver impediu a ocorrência de tragédias maiores, mas que não são – «surpresa»! – divulgados pelos media.
Aqueles que querem saber, e convencer-se, de que o controlo de armas não funciona, não têm mais do que atentar nos Estados dos EUA, nas cidades, em que tal sistema impera. E até em outros países: sabem os «anti-armas» norte-americanos o que acontece no Brasil e no México, em que os cidadãos estão indefesos perante traficantes de droga impiedosos e polícias impotentes, e são mortos às centenas e mesmo milhares? Mais do que o Connecticut, o Illinois, e, neste, em especial Chicago, «paraíso» de quase todas as taras democratas, os tiroteios e os homicídios são tão frequentes que em cada mês é alcançado o mesmo número de mortos atingido em Newtown. Mortos esses que também incluem muitas crianças afro-americanas, o que levou Cornel West – longe de ser um conservador, pelo contrário – a afirmar que Barack Obama é um «cobarde» porque só se preocupa com as «crianças baunilha». Não é só BHO: a comunicação social nacional não se preocupa com o matadouro em que se converteu a «windy city»… porque isso significaria reconhecer o fracasso da ideologia que professam. Certo é que o actual presidente teve um comportamento deplorável após o morticínio na escola Sandy Hook: aproveitou-se deste caso para, numa conferência de imprensa e como que numa acção de «chantagem emocional», tentar forçar os republicanos a chegarem a um acordo fiscal com a Casa Branca; e não referiu o ataque em Fort Hood como outro exemplo recente de um assassinato em série perpetrado por um único atirador. Entretanto, prossegue a demonização da NRA, acusada pelos «suspeitos (idiotas) do costume» como Lawrence O'Donnell de querer assassinatos em massa. Acaso algum dos culpados dos tiroteios é, ou era, membro da associação? Se sim, talvez possam culpá-la; se não… não. E a proposta da NRA de colocar polícias nas escolas foi recebida com incredulidade e até escárnio por aqueles que trabalham e vivem em locais com seguranças armados, apesar de ser idêntica a uma ideia que Bill Clinton teve quando era presidente.      
Em resumo, o fundamental: Adam Lanza era um desequilibrado mental que os pais não quiseram, não souberam, não conseguiram controlar. Pior, a mãe levava-o a practicar tiro, não obstante saber que ele tinha atitudes e comportamentos estranhos e inquietantes! Em consequência da sua irresponsabilidade, o filho fez de Herodes, causando um autêntico massacre dos inocentes. Eu sou pai, e por isso posso, melhor do que os que não são, imaginar o sofrimento horrível, absoluto, daquelas famílias. Para elas é como se o Mundo tivesse mesmo acabado. Neste Natal todos nós, seja onde for que estivermos, também sentimos a sua tristeza. E por isso é-nos difícil, quase impossível, acreditar que 2013 será um feliz ano novo.  

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