quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Motivo de orgulho

(Duas adendas no final deste texto.)
Já não há qualquer dúvida: o Obamatório foi – é – discriminado. Mais: censurado. As verdades são para serem ditas, e com as palavras adequadas. Não que eu me lamente, não que eu me esteja a queixar. Muito pelo contrário: limito-me a constatar e encaro isso como um motivo de orgulho, como que uma «medalha», uma «condecoração» que uso na «lapela». Um sinal de que estou a cumprir o que me propus quando iniciei este espaço, de que respeito o «credo» que o encima.
Alguém – que está identificado (eu sei quem é) – na TVI decidiu convidar bloggers portugueses que escrevem, exclusivamente e/ou principalmente sobre os EUA, a enviar artigos, para serem publicados no sítio do canal de cabo daquela estação (TVI24), antevendo o segundo mandato de Barack Obama. Foram meia dúzia: um, dois, três, quatro, cinco, seis. Porém, e como poderão reparar, neles não está um meu; o Obamatório não está representado. Exactamente: eu não fui convidado. Desconhecimento? Esquecimento? Distracção? Lapso fortuito, acto não premeditado? Claro que não. A mesma pessoa já promovera um «convívio audiovisual» - um «Google Hangout» - sobre a última eleição presidencial, com várias «sessões», em que o único blog(ger) a não estar presente foi este – com a «justificação» de que, por eu não ter (nem intenção de vir a ter) página no Facebook, isso significava que eu não queria participar! O que, obviamente, não era verdade… Houve, no entanto, outro blogger que então também não apareceu, e que agora não teve igualmente um artigo publicado: Alexandre Burmester, do Era uma Vez na América. Curiosamente, por «coincidência» decerto, ele e eu somos, temos sido, os mais constantes e veementes críticos dos democratas em geral e do Sr. Hussein em particular – eu muito mais do que ele, admito. E também deve ser por «coincidência» que a TVI24, no seu sítio, publica regularmente, desde há cerca de três meses, apenas os textos do mais «pró-BHO» de entre nós…
Este «incidente» não me surpreende e, mais uma vez, não me lamento, não me queixo por ele em concreto. Mas talvez me surpreenda, lamente e queixe, sim, por os meus «colegas», aparentemente, terem – agora e antes – pactuado com esta situação, terem aceite, eventualmente sem um reparo (já nem digo protesto), esta flagrante discriminação e censura. Para que fique registada a diferença de atitude e de comportamento, faço notar que, quando contactei o jornal Público no ano passado propondo-lhe que acrescentasse ligações no seu próprio blog sobre os EUA (o que aconteceu) e que fizesse uma entrevista ou reportagem com/sobre os bloggers portugueses que se «especializaram» na política norte-americana (o que não aconteceu), mencionei todos e não apenas (o m)eu. Mas deve-se igualmente e novamente salientar que a TVI não é o único órgão de comunicação social português a ser tendencioso (biased) no que se refere à actualidade de além-Atlântico: practicamente todos o são, com destaque para a RTP, cuja nova correspondente em Washington, Márcia Rodrigues, pretende, está visto, continuar o «bom trabalho» iniciado por Victor Gonçalves. São já três reportagens – sobre a mais recente conferência de imprensa de Barack Obama, a segunda «inauguração» do Nº 44, e a proposta de gun control da senadora (democrata) Dianne Feinstein – em que não há contraditório, não há um só depoimento do «outro lado», de republicanos; aliás, quando a peça sobre Feinstein foi exibida no «Hoje» (RTP2) de 26 de Janeiro, lia-se no pequeno ecrã «Senado proíbe armas»!
Já «desisti» da comunicação social «tradicional» mas não da blogosfera. E é por isso que, sempre que acho oportuno e relevante, continuo a intervir e a deixar os meus comentários em outros espaços… em especial aqueles em que os respectivos «locatários» deveriam mostrar maior lucidez. Destaco, nos últimos meses, os contributos colocados em: Aventar; Combustões; Delito de Opinião; Era uma Vez na América; Estado Sentido (um, dois); Farmácia Central; Forte Apache (um, dois); Horas Extraordinárias; Malomil; Margens de Erro; O Ouriço; Portugal dos Pequeninos (um, dois). Contudo, já não o posso fazer naqueles que, cobardemente, (ainda) não permitem comentários e que assim podem disparatar à vontade sem o receio de serem contrariados directa e imediatamente. «Som + Visão»? É mais «surdos e cegos»…
Enfim, é também um motivo de orgulho o honroso quinto lugar que o Obamatório… obteve no «Concurso Blogs do Ano 2012» do Aventar. Acredito que os muitos anos de desinformação e de deturpação em Portugal sobre os EUA impediram que este blog tivesse um resultado melhor. Porém, valorizo mais os que votaram – muito, muito obrigado a eles! – do que os que não votaram. No entanto, não posso deixar de declarar que o Resistir não mereceu ser o vencedor da categoria «actualidade política – internacional». Não porque seja – e é – um espaço da mais arcaica, demagógica e obtusa «esquerdalha», mas sim porque aborda em grande parte (metade?) assuntos de âmbito nacional.
(Adenda - Agora a colaboração também inclui «críticas de cinema» (primeira, segunda, terceira). A seguir, o quê? Receitas de culinária?)
(Segunda adenda - Já o expressei no próprio Delito de Opinião, mas reitero aqui o agradecimento a Pedro Correia pela «Ligação directa» ao Obamatório, e a este texto em especial.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

«Djangos» (ainda) acorrentados

Estreia hoje em Portugal «Django Unchained» («Django Libertado», na tradução), o mais recente filme escrito e realizado por Quentin Tarantino, «western» situado nos EUA antes da guerra civil entre Norte e Sul. A juntar a todos os previsíveis motivos de interesse decorrentes do tema, da reconstituição da época em cenários e em guarda-roupa, da música e da montagem, há um outro que não é de desprezar: o de se poder observar, através do «mau da fita» que é a personagem Calvin Candie (interpretada por Leonardo DiCaprio), como é que era um democrata típico daqueles tempos... ou seja, um esclavagista, não só no sentido de defender a escravatura mas também no de possuir escravos…
… Um dos quais, no filme, se chama Stephen (interpretado por Samuel L. Jackson) e é o arquétipo do «Uncle Tom», do «house slave», do negro conformista e delator. Sabendo-se como é que certas (e muito limitadas) mentes «pensam», era uma questão de (pouco) tempo até que alguém, de algum modo, relacionasse, equiparasse, aquela figura embaraçosa com um afro-americano contemporâneo e conservador. E aconteceu: Jason Whitlock, «jornalista desportivo», ele próprio negro, apontou para Thomas Sowell, eminente e notável académico, economista, filósofo. Compreende-se porquê: o mais recente artigo de Sowell é apenas mais uma numa longa série de intervenções e reflexões que desmentem os supostos benefícios do liberalismo para os afro-americanos, e não só.
Poucas coisas serão mais reprováveis e repugnantes do que o racismo. Mas nunca se deve esquecer de que não são só os brancos que podem ser racistas em relação aos negros, mesmo de que uma forma «suave», sub-reptícia, paternalista – por exemplo, Joe Biden («especialista» em chains) e Harry Reid a referirem-se a Barack Obama como sendo «articulado e limpo» e que «não fala com dialecto de negro»; também os negros podem ser racistas em relação aos brancos, e, pior ainda, em relação a outros negros… por não partilharem a «ideologia correcta», a do Partido Democrata, que foi e é – nunca é demais recordar e salientar – o partido dos esclavagistas e dos segregacionistas, dos racistas! Porque a raça, a cor da pele continua a ter, para os «burros», uma importância fundamental, e é por eles constantemente referida... e, afinal, há racistas «bons» e racistas «maus». Repare-se no ridículo: negros a criticarem e a condenarem outros negros por estes aderirem ao partido – e aos princípios – dos abolicionistas, por, no fundo, admirarem e emularem Abraham Lincoln!
Jason Whitlock é pois, sim, e não Thomas Sowell, um moderno, assumido e orgulhoso «escravo da casa», um «boy». Mas há outros… Wesley Morris, «crítico de cinema», também aproveitou o filme de Tarantino e a personagem de Jackson para achincalhar Alan Keyes, Clarence Thomas, Herman Cain e Michael Steele… Adolph (Adolfo!) Reed, «professor universitário», desvalorizou a nomeação de Tim Scott como senador da Carolina do Norte, classificando o substituto de Jim DeMint como uma dádiva insignificante, um mero «token», algo de artificial, não convicto, para enganar, para disfarçar o «racismo» do GOP… Rob Parker, outro «jornalista desportivo», que chamou a Robert Griffin III, jogador de futebol (americano) dos Washingtons Redskins, um «cornball brother» (ou seja, um «falso» negro) por – duplo «horror»! – ser conservador e ter uma noiva branca… Melissa Harris-Perry, «apresentadora» da MSNBC (é preciso dizer mais?) para quem Clarence Thomas não é representativo da «vasta maioria dos afro-americanos»… Goldie Taylor, «colaboradora» da MSNBC (idem), para quem todos os republicanos não negros são «perigosos» para as suas comunidades… E esta galeria de vendidos não ficaria completa sem, claro, Colin Powell, que, apesar de ter sido nomeado para as mais altas posições nas forças armadas e no governo dos EUA por presidentes republicanos, afirmou que o GOP tem uma «veia escura (!) de intolerância» e que «olha de alto para as minorias»… Enfim, não fez mais do que confirmar que já se passou para o «lado negro».            
É tão contra-natura um negro norte-americano votar no Partido Democrata como um judeu votar no Partido Nacional Socialista – embora, dado o crescente anti-semitismo, anti-Israel e pró-Palestina e pró-Irmandade Muçulmana que se nota entre os «azuis», também é cada vez menos lógico (ou nunca o foi) que os filhos de David votem no PD. A partir do momento em que os afro-americanos decidiram desrespeitar a memória de Martin Luther King e que é mais importante a cor da pele do que o conteúdo do carácter, que é mais importante ser preto do que ser pessoa, condenaram-se a uma nova escravidão por parte dos descendentes de Calvin Candie (fictício) e de Jefferson Davis (verídico). Sim, há muitos «Djangos» (ainda) acorrentados… e por vontade própria.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Ano Cinco

(Duas adendas no final deste texto.)
Hoje assinala-se o quarto aniversário do Obamatório. E, no momento em que ele entra no seu Ano Cinco de actividade, pode-se e deve-se perguntar se, desde 20 de Janeiro de 2009 (quando se «estreou» com um texto sobre o 43º presidente e outro sobre o 44º), ele tem correspondido à «declaração de intenções» que a partir dessa data sempre esteve no seu «cabeçalho»: «Um repositório de informações e de opiniões sobre Barack Hussein Obama em particular, e sobre a sua presidência, a política e a sociedade dos Estados Unidos da América em geral, que não são dadas habitualmente na comunicação social portuguesa, e não só. Um observatório da censura e da propaganda. Um laboratório contra a hipocrisia e a histeria.»
Eu acredito que sim, e espero que os meus leitores e leitoras concordem. Na medida das minhas possibilidades e condicionamentos (que não são só de tempo…), não me tenho poupado em procurar e em transmitir, em português, a verdade do que de facto – e sempre com factos – acontece nos EUA. Em Portugal a desinformação que começou a notar-se aquando da presidência de Ronald Reagan e que se agravou aquando da de George W. Bush não diminuiu com a tomada de posse de Barack Obama, muito pelo contrário. Pelo que o Obamatório se tornou o espaço principal, privilegiado, para a denúncia e o esclarecimento de falsidades, mentiras, mitos, preconceitos… e os exemplos são muitos.
Recordemos alguns, e talvez os mais significativos: acusam-se os republicanos de terem iniciado a teoria da conspiração dita «birther», mas foram os apoiantes de Hilarry Clinton quem primeiro levantaram a suspeita, e, além disso, foi o próprio Obama a originar o problema, ao escrever numa sua biografia – ou permitir que nela fosse escrita – que tinha «nascido no Quénia», mantendo-se essa «informação» disponível e visível durante mais de 15 anos; afirma-se que é incorrecto, e até ofensivo, que ele seja apontado como esquerdista, extremista e até comunista, mas é certo que na sua vida avultaram vários marxistas – alguns dos quais até se tornaram terroristas! – que o influenciaram e o apoiaram, e, já presidente, permitiu ou promoveu mesmo a construção de um autêntico «culto da personalidade»; recusa-se e ridiculariza-se a alegação de que o Sr. Hussein é muçulmano (embora tenha tido um padrasto indonésio, e que lhe incutiu hábitos alimentares… «exóticos»), mas é incontestável que a sua presidência tem sido também marcada por uma exagerada deferência para com islamitas e uma acentuada negligência, quando não conflitualidade, para com cristãos; enfim, prolifera(ra)m as alusões e os elogios à (suposta) inteligência e competência de Obama, quase sempre comparando-o ao «estúpido» GWB, mas na verdade multiplica-(ra)m-se os casos, as gaffes, os incidentes, que demonstra(ra)m que, intelectualmente, BHO deixa muito a desejar… são os «Obamadorismos» (um, dois, três)… e como nunca lembrar que, segundo ele, «são» 57 e não 50 os Estados Unidos da América? No fundo, nada de surpreender por parte de alguém que se tornou um expoente máximo do «partido dos Pinóquios».        
Barack Obama inaugura amanhã o seu segundo mandato de uma presidência que é já a mais agressiva, conflituosa e divisiva dos tempos modernos, e que, aliás, mais não foi, e deverá continuar a ser, uma «longa (e permanente) campanha», na qual a sua «verdadeira agenda emerge»: a redistribuição de riqueza e a «transformação fundamental» do país nos seus principais fundamentos sociais e culturais. Que, obviamente, não será completamente concretizada (se o for…) sem oposição, sem contestação. Há como que uma nova «guerra civil» latente, não declarada, em que se aprofundam as diferenças entre os Estados «azuis» e os «vermelhos», em especial por protestos – e processos (em tribunal)! – quanto ao «ObamaCare» e ao «gun control». E se não são para serem levadas inteiramente a sério as ameaças de secessão, que «explodiram» após o passado dia 6 de Novembro, o mesmo não acontece quanto às de desobediência e às de impugnação («impeachment») que nos últimos dias têm sido adiantadas por, entre outros, Alex Jones, Edwin Meese e Steve Stockman. O Obamatório continuará, evidentemente, a acompanhar este tema, e outros…
… Mas hoje é, principalmente, dia de se lhe «cantar os parabéns». E até já recebeu uma boa «prenda»: ficou em quinto lugar na votação para «(melhor blog de) actualidade política – internacional» no «Concurso Blogs do Ano 2012» promovido pelo Aventar, pelo que vai (continuar a) estar presente na (segunda fase da) votação, que decorre a partir de amanhã e que se prolonga até 26 de Janeiro. O meu muito, muito, muito obrigado a todos os que votaram, e espero que continuem a fazê-lo durante a semana que agora começa.
(Adenda – No discurso inaugural do seu segundo mandato, em que não faltaram as «inovações» (as provocações, as falácias) dos «direitos LGBT» e das «alterações climáticas», Barack Obama reafirmou aquilo que é, e que os leitores do Obamatório já sabem: um rufia («Chicago thug») sectário, populista e revisionista que nunca esteve interessado em «bipartidarismo». Ele só é conciliador e consensual, só procura a «união» e a «paz», nos delírios da ingénua, ignorante e incompetente (isto é, não isenta) comunicação social portuguesa...)
(Segunda Adenda - ... Que, reconheça-se, ainda tem de «comer muita sopa (estragada)» para chegar (baixar) aos níveis de degradação e de ridículo d(e quase toda)a norte-americana.)  

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

«Vão se f*d*r!» ;-) (Parte 2)

(Duas adendas no final deste texto.)
A notícia foi dada em Portugal, embora em apenas (que eu saiba) um órgão de comunicação social – o Correio da Manhã - e apesar de o assunto não ser… discreto: John Bohner, do Partido Republicano, speaker (presidente) da Casa dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos da América, terceira figura na hierarquia política do país e segunda na linha de sucessão do presidente, disse no final de Dezembro a Harry Reid, do Partido Democrata e líder da maioria no Senado, «vai te f*d*r!» («go fuck yourself!»). O que é surpreendente não é que Boehner tenha dito o que disse a Reid mas sim que só o tenha feito agora…
… Porque, efectivamente, o senador «burro» do Nevada seria capaz de fazer perder a paciência a um santo com as suas constantes e absurdas – e afrontosas – afirmações e atitudes, já referidas especificamente no Obamatório aqui e aqui (mas com muitas outras e sortidas «menções desonrosas» neste blog desde o seu começo). A invectiva do representante «elefante» do Ohio foi feita no auge das discussões a propósito do «fiscal cliff» mas constituiu, sem dúvida, uma resposta… indirecta à acusação de Harry Reid de que ele se comporta como um «ditador» - o que para Reid não é «chamar nomes», algo que ele jura não fazer! Ele próprio «não» é um ditador – por isso é que 18 senadores democratas «não» se insurgiram, em Dezembro, contra a implementação de uma das taxas resultantes do «ObamaCare». O que ele faz, sim, é comparar furacões, e garantir que o Katrina (e as suas consequências) nada foi comparado com o Sandy!
Sim, John Boehner fez bem em dizer a Harry Reid para… fazer «aquilo» a ele próprio. No entanto, ele em particular e os republicanos em geral bem que poderiam repetir a frase mais vezes, em outras circunstâncias e contra outros democratas. Estes não devem ter o exclusivo da palavra «fuck» e das outras palavras e expressões derivadas daquela. E Bohner, que, com os seus «comandados» saiu do ano velho e entrou no novo a «homenagear» George H. «read my lips, no new taxes» Bush, isto é, a capitular perante Barack Obama e a aceitar aumentos de impostos após anos a insistir que tal não aconteceria, poderia começar por dizer ao Sr. Hussein, e a todos os democratas, «go fuck yourself!» por aquele(s) querer(em) ainda mais aumentos de impostos – talvez mais um trilião! – e por se recusar(em) a fazer cortes na despesa – esta, aliás, «não é um problema» para o Nº 44, tendo o próprio confessado isso a um atónito speaker durante uma reunião; essa, sim, teria sido uma ocasião apropriada para lhe dizer «go fuck yourself!» Tal como quando Obama disse – mentiu – que em 2011 tinha efectuado cortes na despesa superiores a... um trilião de dólares, o que parece estar em contradição com o que afirmou no dia seguinte, garantindo que «não podemos simplesmente cortar (fazer cortes n)a nossa via para a prosperidade». Não se deve confiar, negociar nem fazer acordos com quem está de má-fé, não tem honra nem credibilidade. A resposta adequada? «Go fuck yourself!»  
Ontem, em conferência de imprensa, o Sr. Hussein deu mais um «espectáculo» - habitual – de ameaças, de chantagens, de demagogias, de insultos… e pleno de contradições, acusando os republicanos de serem «raptores» que exigem um «resgate» para concordarem com (mais) um aumento do tecto da dívida – algo contra o qual, como lhe foi lembrado, ele se manifestou quando era senador. Entretanto, e pela quarta vez, a administração vai apresentar depois do prazo ao Congresso a sua proposta de orçamento. E BHO ainda tem a arrogância de querer dar lições de responsabilidade económica, financeira e fiscal? Pois… «go fuck yourself!» Faz lembrar um certo político português que levou o seu país à falência porque acredita(va) que a dívida não era para ser paga mas sim para ser «gerida»…
Não podia faltar na mesma conferência de imprensa uma metáfora violenta que remeteu (deliberadamente?) para a recente matança ocorrida numa escola primária do Connecticut: «os republicanos estão a apontar uma arma à cabeça do povo americano». Tudo aponta para que, depois de atacar a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, Barack Obama vai atacar também a Segunda, propondo e até mesmo concretizando – por ordem executiva – uma série de (19!) medidas que visam aumentar o «gun control» a nível nacional… talvez seguindo o «modelo» que tão «bons resultados» tem dado na «sua» Chicago. É incontestável que mais armas nas mãos de cidadãos cumpridores da lei e sem cadastro aumentam a segurança e diminuem a criminalidade… mas não é isso que mais interessa ao Partido Democrata - este quer, sim, fortalecer o poder do Estado e enfraquecer a sociedade civil. Os democratas não querem considerar a proposta da National Rifle Association de colocar guardas armados em todas as escolas, apesar de as filhas de Obama estarem numa que os tem, tal como os filhos de Rahm Emanuel. E sabiam que em 2004, ainda enquanto senador estadual do Illinois, o Sr. Hussein votou contra uma lei que autorizava cada cidadão a defender-se com uma arma dentro da sua casa? Pelo que estamos à espera que John Boehner, ou qualquer outro republicano, ou mesmo qualquer independente, lhe diga «go fuck yourself!»
(Adenda - Afinal, não foram 19 mas sim 23 (!!) as «ordens executivas» sobre «controlo de armas» que ele anunciou durante uma cerimónia em que se serviu de quatro crianças como adereços. O que faz sentido, porque, como explica Rich Lowry, se tratou de «um espectáculo infantil».)
(Segunda Adenda - Mais uma prova de como o «gun control» pode ser, e é, inútil, contra-producente e até ridículo, é a lei assinada esta semana no Estado de Nova Iorque pelo governador (democrata) Andrew Cuomo, que como que «ilegaliza» a presença de polícias armados nas escolas!)          

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Gorou-se!

A notícia foi dada em Portugal, embora em poucos órgãos de comunicação social e discretamente: Al Gore vendeu a Current, a estação de televisão por cabo de que foi um dos fundadores e accionistas principais. A quem? Nem mais nem menos do que à… Al Jazeera. A seguir são explicitados e explicados os três motivos que fazem deste negócio uma tripla hipocrisia. Vergonhosa, mas não completamente surpreendente.
Primeiro, o democrata e ex-vice presidente de Bill Clinton tornou-se, depois de perder a eleição de 2000 para George W. Bush e de sair da Casa Branca, o grande apologista das (supostas) causas «verdes», o maior especialista em «aquecimento global» causado (alegadamente) pela actividade humana expressa em emissões de dióxido de carbono. Mas a quem pertence maioritariamente a Al Jazeera? Ao governo do Qatar, grande produtor de petróleo e a nação com a maior «pegada ecológica» do Mundo. Segundo, Al Gore recentemente concordou com Barack Obama sobre a necessidade de os mais ricos pagarem mais impostos, de contribuírem com a sua «fair share». Mas tentou concluir a venda da Current até ao fim de 2012 (não o conseguiu) de modo a beneficiar de taxas mais baixas. Terceiro, Gore recusou vender o canal a Glenn Beck por este «não estar alinhado com o nosso (deles) ponto de vista», por não partilhar da mesma ideologia e «mundividência», da mesma «missão»… um problema que, aparentemente, não se coloca com a Al Jazeera, famosa por ser a estação preferida pela Al Qaeda para divulgar os seus comunicados e onde são frequentes manifestações de anti-semitismo, elogios a terroristas islâmicos e críticas às sociedades ocidentais. Mas é de espantar que «progressistas» liberais norte-americanos prefiram estrangeiros islamitas a (com)patriotas conservadores?
Os muçulmanos pagaram 500 milhões de dólares pela Current, o que significou para Al Gore 100 milhões (tinha 20% das acções). Com esta operação talvez se tenha tornado mais rico do que Mitt Romney, mas não é de esperar que seja criticado e caricaturado pela esquerda como um milionário ganancioso e insensível, à semelhança do candidato presidencial do Partido Republicano. Com excepção, talvez, dos trabalhadores da Current, que foram apanhados de surpresa e que já estão a lidar com a «nova gerência»; um deles chamou ao ex-patrão «bullshitter» («m*rd*s*»).
Uma (grande) vantagem, pelo menos, resulta deste episódio, e constitui como que uma… «verdade inconveniente» para o «vice» de «Bubba»: a sua influência, o seu estatuto, a sua credibilidade enquanto «líder de opinião» mundial… gorou-se definitivamente. Ele poderá negá-lo, os seus aduladores poderão negá-lo… mas é um facto: acabou. Já é suficientemente mau ser-se um charlatão das «alterações climáticas». Mas um charlatão vendido – literalmente – a apoiantes da Sharia que vendem gasolina? Isso é pior ainda. «Citando» Paul Simon, poder-se-ia dizer «you can cal me (him) Al». Mas qual? Al Gore ou Al Jazeera?
Seja qual for, bem que ele se pode juntar a Matt Damon, cujo mais recente filme, «Promised Land», que ataca a práctica conhecida como «fracking» (extracção de gás e de petróleo a partir de rochas), foi financiado em parte por… uma empresa dos Emirados Árabes Unidos - que, compreensivelmente, não desperdiça(ra)m uma oportunidade de prejudicar potenciais concorrentes do seu próprio «ouro negro». Pois é, a coerência e a consistência (e a inteligência?) não são características comuns entre os esquerdistas norte-americanos (e não só).   

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

No Aventar, votar no Obamatório

Começa hoje, 7 de Janeiro, e termina no próximo dia 19 de Janeiro, a primeira fase da votação do «Concurso Blogs do Ano 2012» promovido pelo blog Aventar. No qual participa o Obamatório, e em três categorias: «actualidade política – blog individual»; «actualidade política – internacional»; e «blogger do ano».
Ao tomar conhecimento da iniciativa, pensei «porque não?» e fiz a inscrição. Sem elevadas ou exageradas expectativas, reconheço. Mas quem quiser participar na escolha e dar a sua preferência – o que desde já muito agradeço – a este espaço que eu mantenho há quatro anos, pode fazê-lo – uma vez por dia! – aqui (nas duas primeiras categorias) e aqui (na terceira).
(Adenda - O Aventar suspendeu a votação por «problemas técnicos». Deverá ser retomada no próximo dia 14 de Janeiro, e o seu término deverá ser igualmente adiado.)
(Segunda Adenda - A votação recomeçou, e as ligações para as votações, referidas acima, mantêm-se. Tal como 19 de Janeiro enquanto último dia.)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A mais estúpida de 2012

Era com «expectativa» que se aguardava o momento para se saber, e se anunciar, a afirmação – e a personalidade que a proferira - «vencedora» da «distinção» atribuída pelo Obamatório de «A mais estúpida de 2012». Quem iria suceder a Debbie Wasserman-Schultz, a «campeã» da «época» passada? A concorrência era muita e forte, os candidatos vários… em especial, obviamente, do lado dos democratas: a própria Debbie Wasserman Schultz mais uma vez, Barack Obama, Joe Biden, Harry Reid, Nancy Pelosi e algumas das suas conterrâneas, Touré Neblett, George R. R. Martin, Bill Maher, entre tantos outros «progressistas» e «liberais»… Inevitavelmente que é a esquerda a estar mais representada, mas, do lado dos republicanos, Todd Akin e Richard Mourdock, com as suas afirmações desastrosas sobre aborto e violação, deram à direita a «honra» de ter elementos a figurarem também entre os «nomeados» para as maiores asneiras ditas no ano passado…
… Mas o «triunfo» muito dificilmente poderia fugir – e não fugiu – à «sinistra», e desta vez através de um dos seus maiores «contendores» nos EUA: Chris Matthews. Com a afirmação «estou tão contente que tenhamos tido aquela tempestade (o furacão Sandy) na semana passada», o apresentador da MSNBC foi provavelmente até onde nunca nenhuma figura pública tinha ido… pelo menos em frente a uma câmara e a um microfone: expressar alegria por uma catástrofe natural que matou e que feriu centenas de pessoas, e que causou dezenas de biliões de dólares em prejuízos, mas que, apesar – ou por causa – disso, ajudou ao sucesso eleitoral de um candidato e/ou de um partido que apoi(av)a. Sim, é de uma baixeza, de uma vileza, nunca antes vista e ouvida, mas não se pense que se atingiu o limite… que Matthews atingiu o limite, porque ele já deu muitas provas anteriormente de que quer, e consegue, «superar-se» continuamente…      
… E tal já demonstrámos aqui numa e noutra ocasião. O «evangelho» deste «Cristóvão Mateus» é o da difamação, da discórdia, da desunião. Mas Chris Matthews é especial porque corporiza, personifica, todas as deficiências, todas as idiotices, todas as obsessões dos modernos esquerdistas e liberais norte-americanos. É um autêntico «one-man show», um verdadeiro «homem-orquestra». Vai a todas, tem uma parvoíce pronta a proferir para cada tema e em cada situação, é «um homem para todas as estações» do preconceito, da arrogância, do insulto, da incompetência, da mais inacreditável estupidez. Ninguém consegue ser mais ridículo do que ele de uma forma tão constante, tão regular, tão… «consistente». Por incrível que pareça, é verdade: ele tornou-se pior do que Keith Olbermann…
… E, como qualquer democrata convicto, é intrinsecamente racista, apesar de não o admitir… e de projectar esse racismo nos outros. Com ele qualquer palavra ou expressão dita pelos republicanos pode ser, é, «racista», mas já não é se for dita por democratas, incluindo ele próprio… Segundo Chris Matthews, é «racista» dizer as palavras «Chicago» e «urbano»; é racista questionar o custo de uma viagem de Barack Obama à Índia; Newt Gingrich é racista por ter referido o aumento de utilização de senhas de alimentação nos EUA… e pela maneira como disse o nome de Juan Williams; Mitt Romney é racista em geral, e em especial porque contestou a ideia de «votar por vingança» defendida por Obama… mas talvez antes isso do que ser comparado a Adolf Hitler. E se não são racistas, os conservadores são chamados de, ou comparados a, «porcos»: os irmãos Charles e David Koch, Rush Limbaugh e todos aqueles que não acreditam na teoria do «aquecimento global».
Inevitavelmente, e regularmente, os seus excessos acabam por traí-lo… e o seu – (re)descoberto – passado mais ou menos recente denuncia-o como o hiper-hipócrita que é. Descobre-se que ele mentiu quanto ao seu local de residência. Que em 2007 classificou a segurança social como sendo uma vigarice («a bad Ponzi scheme») – algo que posteriormente criticou outros por fazerem. Que em 2004 elogiou Barack Obama por ele ter a «experiência de imigrante» - antes de repetidamente vituperar os alegados «birthers». E, após sucessivas alusões à suposta incapacidade intelectual de Sarah Palin – partilhadas por muitos dos seus «camaradas» em ambos os lados do Atlântico – e especulações sobre como ela se comportaria se participasse no «Jeopardy!», acabou por ser ele a falhar vergonhosamente no popular concurso televisivo norte-americano! «Pela boca morre o peixe…» Na verdade, e no fundo, Matthews só se dá ares… literalmente!         
Não é de agora que se passa regularmente em revista o longo «currículo de controvérsias» de Chris Matthews e se acumulam provas de que ele é, quase de certeza, completamente louco. Aliás, quem acredita que a comunicação social norte-americana trata equilibradamente o Partido Republicano só pode ter alguns… problemas de percepção. Entretanto, até mulheres liberais como Amy Tennery se insurgem contra o seu machismo e sexismo! Porém, não é de esperar que Matthews seja de alguma forma repreendido, punido ou até corrido do seu posto enquanto Phil Griffin, presidente da MSNBC, o equiparar a um «estadista»! Uma «qualidade» que, no entanto, não terá sido suficiente para lhe assegurar uma visita à Casa Branca juntamente com os seus colegas de canal… talvez, quem sabe, por medo que, depois de ter ficado famoso pelo seu «arrepio na perna» ao ouvir Barack Obama, ele aproveitasse a ocasião para se agarrar, como um cão, à do presidente…