quarta-feira, 10 de abril de 2013

Nunca terá «ferrugem»

(Duas adendas no final deste texto.)
Não é incorrecto nem exagerado afirmar que o partido político que mais legitimidade tem para se declarar como herdeiro do legado ideológico da monárquica Margaret Thatcher é o Partido Republicano norte-americano. Não, não é o Conservador britânico: os «Tories» deixaram de ser conservadores este ano depois de David Cameron ter, surpreendente e vergonhosamente, cedido ao «politicamente correcto» tipicamente esquerdista e «progressista», e feito aprovar, no e pelo seu próprio partido, a falácia intelectual e social que é o «casamento entre pessoas do mesmo sexo».
Falecida no passado dia 8 de Abril, aos 87 anos, a extraordinária mulher que foi primeira-ministra da Grã-Bretanha entre 1979 e 1990 ainda terá, talvez, tido tempo para se aperceber da autêntica traição (mais uma…) cometida por um dos seus sucessores. Porém, do outro lado do Atlântico, e apesar de algumas, poucas, recentes «desistências» neste âmbito, não é de crer que o GOP venha a prescindir, enquanto instituição, de um dos seus maiores fundamentos, e que o distingue de democratas degenerativos. O que será uma forma de (continuar a) homenagear a «Dama de Ferro»: nos Estados Unidos da América, Margaret Thatcher conquistou um lugar muito especial junto dos right wingers através da especial relação pessoal e política que estabeleceu com Ronald Reagan. Conheceram-se em 1975 e viriam a dominar, durante a década de 80, a política mundial; foi, de facto, uma coincidência curiosa e (bem) afortunada que duas pessoas com tanto em comum tenham chegado à liderança das respectivas nações na mesma altura, e que, apoiando-se um ao outro, tenham imprimido às suas políticas, tanto internas como externas, os mesmos objectivos, os mesmos princípios, os mesmos valores.
O desaparecimento físico, que não histórico, de Margaret Thatcher, suscitou, como seria de esperar, inúmeras e variadas reacções e retrospectivas. Previsivelmente, há quem festeje a sua morte. No entanto, aqueles que não são estúpidos nem ignorantes nem pervertidos sabem que, apesar de não ter sido uma pessoa e uma política perfeita, o balanço da sua vida e da sua carreira apresenta um saldo final imensamente positivo. Tal como o seu amigo Ronald Reagan, conseguiu para o seu país e para o Mundo mais liberdade e mais prosperidade. O seu (bom) exemplo, o seu modelo, nunca terá «ferrugem».
A ler (e a ver/ouvir) também: «Margaret Thatcher, descansa em paz», Andrew Klavan; «Recordando (e esquecendo) Thatcher», Brent Bozell; «Lições oportunas de Thatcher para os conservadores americanos», Chris Stirewalt; «Uma independente mas fiável aliada, cujo conselho eu valorizei», George H. Bush; «Como Margaret Thatcher trouxe a liberdade económica à Grã-Bretanha», Ira Stoll; «Não, Margaret Thatcher não seria agora uma liberal», Jamelle Bouie; «Thatcher era às direitas, a esquerda era errada», Kevin D. Williamson; «Thatcher, liberdade, e mercados livres», Larry Kudlow; «Margaret Thatcher, a mais resoluta aliada de Reagan», Lou Cannon; «O que Reagan teria dito sobre Thatcher», Marc Thiessen; «A anti-declinista», Mark Steyn; «Margaret Thatcher era mais dura do que Reagan», Matthew Cooper; «Recordando Margaret Thatcher», Matt K. Lewis; «O que Margaret Thatcher pode ensinar a Hillary Clinton», Michael Hirsh; «Margaret Thatcher mudou o Mundo», Paul Johnson; «Margaret Thatcher foi uma mulher de ferro… com um travesso sentido de humor», Paul Wolfowitz; «Como Margaret Thatcher mudou o Iraque, a URSS e a indústria petrolífera», Steve LeVine; «Como Margaret Thatcher transformou a política britânica», Tunku Varadarajan; «Margaret Thatcher e o Presidente Obama», Bill O’Reilly.
(Adenda – Na Associated Press lamentou-se mais a morte de Hugo Chávez do que a de Margaret Thatcher.)
(Segunda adenda - Barack Obama decidiu não enviar um representante ao funeral da antiga primeira-ministra britânica; no entanto, fez-se representar no funeral do presidente venezuelano. Uma vez mais, é de notar as prioridades... e as preferências. E é mais uma gaffe a acrescentar à lista específica - há outras - das «gaffes relativas ao Reino Unido».

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