sexta-feira, 30 de maio de 2014

De veteranos a vítimas

(Uma adenda no final deste texto.)
Neste momento, nesta «altura do campeonato», o mais preocupante, o mais grave, já nem é o que de mau, de incompetente, de escandaloso, que Barack Obama e os outros democratas disseram e (não) fizeram, ou estão a dizer e (não) fazem. É, sim, mais, o que eles ainda vão dizer e (não) fazer nos próximos dois anos e meio que ainda faltam no segundo mandato do Nº 44. Há motivos concretos, justificações autênticas, para se ficar muito preocupado, e mesmo assustado…
… Porque não cessam os exemplos de cidadãos (que não cometeram crimes) cujas vidas são colocadas em perigo, e alguns até as perdem, devido ao desleixo – apenas involuntário, ou será deliberado? – da actual administração. «Bronca» mais recente (afinal, quase todas as semanas há uma nova…): durante a visita, no passado fim-de-semana que coincidiu com o feriado do Memorial Day, de Barack Obama ao Afeganistão, alguém (quem?) da sua equipa achou por bem inserir o nome do «chefe de estação» da CIA naquele país numa lista (enviada electronicamente a mais de seis mil pessoas!) de altos funcionários norte-americanos com quem o presidente se iria reunir! Por outras palavras: a sua carreira enquanto operacional de inteligência está destruída, ou, pelo menos, enquanto «espião no terreno» - terá de ficar confinado a uma secretária em Langley, e tanto ele como a sua família estarão sempre em risco. Britt Hume e Dana Perino têm toda a razão ao considerar este caso muito mais grave do que o de Valerie Plame, pelo qual George W. Bush e a sua administração foram tenazmente criticados e perseguidos.
Porém, esta não é a primeira vez que alguém da Casa Branca denuncia a identidade de indivíduos que os terroristas islâmicos adorariam assassinar: depois de Osama Bin Laden ter sido abatido no Paquistão, Joe Biden revelou que havia sido a Team 6 dos Navy Seals a conduzir a operação; posteriormente, muitos elementos daquela equipa foram mortos num ataque dos talibãs ao helicóptero em que se faziam transportar. No entanto, e insolitamente, o anúncio que Barack Obama fez em Kabul, e que terá inclusivamente constituído o objectivo principal da viagem, constituiu igualmente como que uma outra – e enorme – denúncia, e um «convite»: a retirada total das tropas em 2016, e a manutenção de apenas 9800 militares nestes próximos dois anos… ou seja, o tempo que os inimigos devem esperar para voltarem a tomar conta do país. Mais do que uma jogada político-eleitoral, esta decisão representará um «acto de narcisismo pessoal», para o Sr. Hussein poder dizer que cumpriu uma promessa… independentemente dos custos e das consequências. Ele fala em terminar a «mais longa guerra» em que os EUA estiveram envolvidos… mas como é que isso pode acontecer se, para os «outros», a guerra continua?..
… E não só no Afeganistão. Na Líbia a situação é tal que todos os cidadãos norte-americanos têm estado a ser aconselhados a não viajar para lá… ou, se estão lá, a saírem. Porquê? Porque novas ameaças foram feitas pelo Ansar al-Sharia – sim, o mesmo grupo afiliado da Al Qaeda que atacou o consulado de Benghazi em 2012. Até porta-aviões e outros navios de guerra estão a postos para proceder a uma evacuação… o que é mais, muito mais do que aqueles que sofreram o atentado há quase dois anos dispuseram. Tanto que Barack Obama e Hillary Clinton se vangloriaram do contributo que deram para o derrube de Muammar Qaddafi… e para quê? Entretanto, Adam Schiff avisou que ele e os seus colegas democratas que integrarão o comité selectivo do Congresso sobre Benghazi gritarão «bloody murder» (!) se os republicanos não se comportarem correctamente (na opinião dele) durante as inquirições; antes, a sua camarada Dianne Feinstein equiparara o mesmo comité a uma «lynch mob»… de, supõe-se, Hillary Clinton e de todo e qualquer elemento do Departamento de Estado relacionado com o caso. Pode concluir-se, portanto, que os verdadeiros (quatro) assassinatos sangrentos, quiçá linchamentos, que ocorreram parecem ter menos importância para Schiff e Feinstein do que umas repreensões a correligionários deles. Os democratas parecem ter algumas dificuldades em discernirem quem são as verdadeiras vítimas…
… O que também pode explicar porque é que, enquanto os veteranos não só não têm assistência médica adequada e atempada nos hospitais e serviços alegadamente destinados especialmente a eles, e vários têm morrido depois de esperarem meses e até anos por aquela, os terroristas que muitos deles ajudaram a capturar recebem os melhores cuidados possíveis na base de Guantánamo! Nas instalações dos VA o rácio doente-médico é de 35-1, enquanto em «Gitmo» é de 1,5-1! Barack Obama não deve – ou deveria – alegar desconhecimento do caso, pois já em 2008 criticava as deficiências nos tratamentos dos veteranos e prometia uma substancial melhoria durante a sua presidência. Seis anos depois, o panorama é pior do que nunca… Todavia, mesmo assim ele atreve-se agora a dizer que «não tolerarei más condutas nos assuntos dos veteranos, ponto!» Será que ele já se esqueceu de que fez (dezenas de vezes) uma promessa semelhante, e igualmente assertiva, sobre o «ObamaCare», mais concretamente a de se poder ficar com o médico e com o seguro de saúde que se tinha? E que, afinal, era (mais) uma mentira?
«Felizmente» que o presidente pode contar com camaradas como Jay Rockefeller, que afirmou no Senado que a oposição ao (un)Affordable Care Act é «racista». Não é, pois, de deduzir que o senador da Virgínia Ocidental seja um dos democratas que, anonimamente, acusam o presidente de ser «alheado», «incompetente» e, imagine-se, «pé chato» (alguns até querem mesmo impugná-lo)! Problemas para os quais ele terá, de certeza, melhores respostas médicas do que os veteranos das forças armadas dos EUA.
(Adenda – Em poucos dias as forças armadas dos EUA pareceram ainda mais… desarmadas. Do início até ao fim das suas carreiras, em todas as fases do seu percurso, os militares norte-americanos vêem a sua actividade cada vez mais desvalorizada e fragilizada pelo actual presidente. Em discurso na semana passada na Academia de West Point, perante os cadetes recém-formados, Barack Obama voltou a relativizar o papel do país no Mundo. Entretanto, e finalmente, o Nº 44 despediu – ou «aceitou a demissão» - de Eric Shinseki, secretário para os Assuntos de Veteranos, inevitável depois de (quase seis) anos de burocracias e de despesas crescentes terem resultado nas mortes de dezenas de veteranos em listas de espera nos hospitais associados ao departamento respectivo; porém, e como habitualmente, culpou outros pelo (mais um) escândalo, incluindo, como não podia deixar de ser, a anterior administração, e ainda… computadores antigos! Mas então… para onde foram os muitos milhões de dólares adicionais que ele permitiu que Shinseki gastasse? Esta é uma pergunta, entre outras, para a qual seria interessante ter uma resposta por parte das pessoas que alvitraram que os VA seriam o modelo para a futura saúde pública dos EUA... ou, numa palavra, do «ObamaCare». 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Eu não disse?

E, agora, um texto «especial» com «adendas»… a textos anteriores mais ou menos recentes. Todas poderiam ter uma «etiqueta» em comum: «eu não disse?»
Em Janeiro, no texto «”The (New York) Times isn’t a-changin’”», escrevi: «(…) No conjunto de órgãos de comunicação social dos Estados Unidos da América que formam a habitualmente designada mainstream media – ou lamestream media, como lhe chama Sarah Palin – e que funcionam oficiosamente, quando não declaradamente, como extensões, suportes do Partido Democrata e da esquerda norte-americana, nenhum é mais antigo, fulcral e preponderante do que o New York Times. (…) A todos os ignorantes, iludidos, ingénuos, que ainda tomam o NYT como uma (boa) referência de jornalismo fica o conselho: deixem de o fazer. (…)» Depois de nos últimos anos a apelar, regularmente, ao fim da «discrepância salarial» entre homens e mulheres, o NYT foi «apanhado», tal como a Casa Branca, na situação «olha para o que eu digo, não para o que eu faço»: a administração despediu Jill Abramson de editor(a) executivo(a) – a primeira mulher a ocupar aquele cargo no jornal – porque ela terá protestado por receber menos do que o seu antecessor… e, pior ainda, por alguns dos seus subordinados (homens) terem vencimentos superiores ao dela! Porém, e segundo quem já lá trabalhou, esta discriminação sexista até já é bem antiga no mais «progressista» dos jornais. 
Em Fevereiro, no texto «Brincar aos médicos e enfermeiras», escrevi: «(…) Nos EUA só quem tem estado a dormir ininterruptamente desde Outubro é que não sabe que o “serviço nacional de saúde” que os democratas votaram e implementaram sozinhos continua a ser o desastre que se tornou evidente desde o princípio. Correcção: é um desastre ainda maior porque continuam a acumular-se novos factos sobre os (maus) efeitos da aplicação da lei. (…) É o que acontece quando idealistas inexperientes e irresponsáveis com demasiado tempo e poder nas mãos decidem brincar aos médicos e enfermeiras... fazendo de todo um país como que um enorme, imenso "hospital" para as suas experiências.» Antes da aprovação e implementação do «ObamaCare», já existia, na realidade, uma «experiência» estatal (de várias décadas) na prestação de cuidados de saúde: a que era, e é, conduzida pelo Departamento de Assuntos de Veteranos. Na semana passada soube-se que dezenas (talvez até uma centena) de antigos combatentes morreram nos últimos cinco anos enquanto, inscritos em listas de espera, aguardavam tratamento – uma situação que em Portugal conhecemos, infelizmente, demasiado bem. Barack Obama, como tem sido habitual nos vários escândalos que têm marcado a sua presidência, só terá sabido pela comunicação social. Sim, é um prenúncio do que o «(un)Affordable Care Act» poderá trazer a todo o país.   
Em Março, no texto «Onde está o senador Obama?», escrevi: «(…) Que, certamente, não organizaria uma iniciativa denominada “My Brother’s Keeper”, destinada a auxiliar as famílias carenciadas afro-americanas, e mantendo ao mesmo tempo, hipocritamente, uma relação problemática com… irmãos dele. Na verdade, ele não tem sido o “guardador” do seu meio-irmão George Hussein Obama, que (sobre)vive num bairro de lata em Nairobi, a capital do país (Quénia) onde ele antes dizia ter nascido. (…)» Ele distancia-se tanto dos parentes que estão em África como dos que estão nos EUA: em Abril a tia Zeituni Onyango morreu e o Sr. Hussein, em vez de comparecer no funeral (para cujo pagamento de despesas, vá lá, ao menos contribuiu), foi – mais uma vez – jogar golfe. O que não é particularmente insensível para os seus «padrões»: recorde-se que, após quatro norte-americanos terem sido mortos em Benghazi, ele foi para um evento de angariação de fundos em Las Vegas…
Também em Março, no texto «NA(u)S(e)A», escrevi: «(…) Barack Obama não autorizou, directa ou indirectamente, o desenvolvimento de um projecto de “regresso à Lua” nem a concretização de uma alternativa aos vaivéns após estes terem deixado de ser utilizados… definitivamente. Tão avessos a poupar, os democratas decidiram fazê-lo exactamente onde não convinha… Resultado? Os norte-americanos viram-se, e vêem-se, desde então na contingência – e na (dispendiosa) humilhação – de dependerem dos russos, seus históricos rivais desde o lançamento do Sputnik, para transportarem os seus cosmonautas até à Estação Espacial Internacional. Agora, a pergunta óbvia é: e se Moscovo decidir que as “boleias” nas Soyuz acabaram? (…)» Aparentemente, já decidiram, o que era quase inevitável desde que o Sr. Hussein aplicou algumas (tímidas) sanções à Rússia pela intervenção desta na Ucrânia… o que só aconteceu, recorde-se, porque o Nº 44 prometeu, se fosse reeleito, «maior flexibilidade» a Vladimir Putin, este é quem, na práctica, agora controla o programa espacial norte-americano… se é que ainda existe algum.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Trair Israel

Que «bom» que seria se Barack Obama – e a sua administração, e o Partido Democrata – se limitasse(m) a enfraquecer os Estados Unidos da América interna e externamente, chegando ao cúmulo de permitirem que (quatro) compatriotas fossem assassinados no estrangeiro, e de mentirem sobre o assunto, de modo a não ser prejudicada a campanha para a reeleição… Na verdade, países que têm sido tradicionais aliados dos EUA sofrem as consequências (negativas) da «política de apaziguamento» seguida pelo Nº 44 desde que aquele entrou na Casa Branca. Um, claramente, mais do que os outros: Israel.
Não é de agora que o distanciamento, e até a hostilidade mais ou menos dissimulada, para com a nação judaica por parte do Sr. Hussein e companhia têm sido manifestados. Porém, nestes últimos meses houve como que um recrudescimento dessa atitude. Em Março último a Casa Branca solicitou ao Congresso que reduzisse em 200 milhões de dólares o financiamento dos programas israelitas de defesa anti-mísseis… na mesma semana em que a Marinha de Jerusalém interceptou um carregamento de mísseis iranianos para a Faixa de Gaza! Aliás, poucos dias depois, Hossein Salami, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária do Irão, anunciou que a sua força estava em condições de destruir Israel a qualquer momento – com o «dedo no gatilho» - e assim que recebesse ordens para tal; e foi com esta gente que Barack Obama negociou um acordo e prometeu que vetaria novas sanções… Compreende-se que Benjamin Netanyahu acuse outros países, e os seus dirigentes, de hipocrisia.
É do Departamento de Estado e de John Kerry que têm vindo ofensas com maior regularidade. Também em Março, foi noticiado que cada vez mais cidadãos israelitas – ao contrário de sauditas! – estavam a ver recusados os seus pedidos de autorização para viajarem para os EUA… algo que até Chuck Schumer notou e criticou! Ainda no mesmo mês, Jen Psaki, porta-voz do DdE, afirmou, em entrevista ao Al-Quds, um jornal… palestiniano, que os… palestinianos não têm de reconhecer Israel como um Estado judaico; uma posição que, poucos dias depois, o próprio Kerry confirmou, em pleno Congresso; antes, porém, acusara o governo de Jerusalém de ser o culpado pelo impasse registado nas negociações de paz. Não satisfeito com estas desfeitas, o sucessor de Hillary Clinton conseguiu «superar-se»: numa recente reunião da (famigerada) Comissão Trilateral afirmou que Israel poderia transformar-se num «Estado de apartheid» - uma mentira, um insulto, uma acusação que não é nova porque teve origem na propaganda soviética. Previsivelmente, grande parte da comunicação social nos EUA não não referiu esta (gravíssima) gaffe, por causa da qual Ted Cruz exigiu a demissão do secretário de Estado; e que, como bem salientou Noah Rothman, faz com que, em comparação, a imagem de Hillary Clinton à frente da diplomacia norte-americana saia reforçada, o que é um feito deveras assinalável…
Não faltam exemplos de autêntico anti-semitismo por parte da actual administração. Assim, e tendo tudo isto em consideração, custa a acreditar que indivíduos e instituições judaicas continuem a homenagear Barack Obama. Como Steven Spielberg e a Fundação Shoah, que deram na semana passada o prémio «Embaixador da Humanidade» ao Sr. Hussein – isto é, a alguém que indirecta, ou mesmo directamente, preconizou o apoio à Irmandade Muçulmana, da qual faz parte Mohammed Morsi, ex-presidente egípcio que comparou os judeus a animais. Quem será o próximo premiado pela comunidade hebraica de Hollywood? George Soros?   

terça-feira, 6 de maio de 2014

Obviamente, a demissão

(Duas adendas no final deste texto.)
Há bastante tempo que, realisticamente, não havia quaisquer dúvidas, mas faltava ainda a prova concreta, definitiva, a «smoking gun», a «arma fumegante (do crime)»… E na semana passada ela foi obtida: através de documentos obtidos pela Judicial Watch, em especial e concretamente uma mensagem de correio electrónico, está enfim demonstrado que da Casa Branca – nomeadamente, de Ben Rhodes, assessor de Barack Obama – veio mesmo uma sugestão, uma ordem, uma directiva, primeiro para Susan Rice, e depois para todos os membros da administração mais ligados à política externa, a começar por Hillary Clinton, no sentido de mentirem sobre o que aconteceu em Benghazi a 11 de Setembro de 2012 – isto é, para se culpar o ataque numa «reacção espontânea» a um vídeo e para não o considerar um atentado terrorista premeditado e planeado. Bill O’Reilly enuncia e explica o novo contexto resultante dos novos desenvolvimentos aqui e aqui.
Já não restam, pois, também quaisquer dúvidas de que o Sr. Hussein venceu ilegitimamente as eleições de 2012: estas foram condicionadas não só pela ilusão de que a Al Qaeda estava derrotada ou quase (viu-se na Líbia que não estava), mas também pelas falsas promessas quanto ao ObamaCare («se gosta do seu plano poderá mantê-lo») e ainda pela perseguição a organizações conservadoras por parte do IRS. E poderia acrescentar-se a vigilância feita pelo Departamento de Justiça a jornalistas (e a congressistas?!)… e não cabem aqui as escutas feitas pela NSA a estrangeiros porque estes não votam nas eleições dos EUA. Porém, o caso de Benghazi é o mais grave de todos porque quatro cidadãos norte-americanos foram, de facto, deixados para morrer – e a muitos outros poderia ter acontecido o mesmo, tendo «apenas» ficado feridos – de modo a não prejudicar uma campanha eleitoral e a «narrativa» - a mentira, ou uma das (grandes) mentiras – que a sustentava; depois, eles e as suas famílias (e todos os norte-americanos) foram insultados por a Casa Branca (Barack Obama) e o Departamento de Estado (Hillary Clinton) terem não só mentido quanto às causas e circunstâncias do sucedido como também por, ao contrário do que prometeram, não terem ainda capturado e julgado qualquer culpado.
Estas recentes revelações, ou confirmações, impunham uma resposta adequada, e John Boehner fez isso mesmo: anunciou a criação de um «comité selectivo», uma comissão de inquérito (que será presidida por Trey Gowdy, ex-procurador) com mais poderes e prerrogativas do que aquelas que já foram feitas sobre este assunto (e outros)… e que, quase de certeza, terá outras, grandes e preocupantes, consequências… para os democratas. Estes, como seria de esperar, estão furiosos e desesperados. As reacções, como é costume entre os «burros», têm oscilado entre o hilariantemente histérico e o inadmissivelmente insultuoso. Ouvir, nomeadamente, Bill Maher (que comparou, aparentemente, quatro compatriotas – funcionários públicos – mortos a quatro prostitutas mortas), Bob Beckel, Cenk Uygur, David Plouffe, Jay Carney (que tem o descaramento de dizer que a mensagem sobre Benghazi… não era sobre Benghazi), Jonathan Chait e Nancy Pelosi (que, candidamente, perguntou «porque é que não se fala noutra coisa?») é como ouvir cães a ladrarem à caravana… da verdade, da justiça, dos factos; não há que ter medo porque eles só fazem barulho e não «mordem». 
Uma reacção, no entanto, merece destaque especial pelo seu acentuado absurdo, por ser «digna» de entrar no anedotário político norte-americano, e ser demonstrativa… de como aquela gente «pensa»: a de Tommy Vietor, ex-porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, que «desabafou» perante um insistente «interrogatório» de Brett Baier: «Meu, isso foi há dois anos!» Para os democratas, já se sabe, só se está perante um escândalo se um republicano estiver envolvido; e nunca é tarde demais para se falar num assunto… se estiver um republicano em causa – é por isso que o ataque em Benghazi, ocorrido em 2012, foi há «muito tempo» e deve-se por isso «esquecer e passar à frente», mas, por outro lado, é sempre «actual» culpar George W. Bush e Ronald Reagan por tudo e mais alguma coisa, e até ir «desenterrar» travessuras alegadamente cometidas por Mitt Romney há mais de 50 anos, quando era não mais do que um adolescente…    
Sim, «Benghazi-gate» é pior, muito pior do que Watergate. É por isso compreensível, normal e previsível que as alusões, as comparações entre os dois casos sejam feitas. Como eu previ, Barack Obama está a seguir o (mau) caminho de Richard Nixon. O acumular de incompetências e de ilegalidades está a atingir um tal volume que, em breve, e se ele quiser impedir a impugnação («impeachment»), algo que se antevê como cada vez mais inevitável, muito provavelmente só lhe restará uma saída, uma solução minimamente digna para os problemas que ele causou, ou que permitiu que ocorressem, ou que não foi capaz de resolver: obviamente, a demissão. O próximo dia 8 de Agosto até que seria uma data apropriada para tal.
(Adenda – Todos aqueles que pensam, e que acreditam, que a impugnação e/ou a demissão não se justificam para Barack Obama devem conhecer as 76 acções ilegais cometidas até agora pela sua administração, e cuja lista - provisória, evidentemente - foi apresentada por Ted Cruz; são factos, e não ficções.)
(Segunda adenda – Laura Ingraham pergunta bem: porque é que aqueles que, justamente, se indignam com o rapto, e venda para escravatura, de raparigas – cristãs – nigerianas pelos islamitas fundamentalistas do Boko Haram (que já têm um historial de atrocidades, incluindo o assassinato, a tiro e pelo fogo, de dezenas de rapazes), e que exigem inclusivamente uma intervenção armada contra aquele movimento, também não se indigna(ra)m com o assassinato de quatro norte-americanos em Benghazi, por um grupo – a Ansar al Sharia – também com ligações à Al Qaeda? Neste caso, há que reconhecê-lo, Hillary Clinton mostrou «coerência»: é que durante dois anos opôs-se a que o BH fosse classificado como «organização terrorista» pelo Departamento de Estado!)