domingo, 29 de junho de 2014

Coincidência ou conspiração?

Eis mais um «caso» que não é noticiado, e muito menos comentado, na imprensa e em alguma blogosfera de Portugal: o IRS dos EUA informou recentemente o Congresso de que milhares de mensagens de correio electrónico, enviadas entre 2009 e 2011, por sete funcionários daquele serviço, directamente envolvidos no escândalo – e no crime – de perseguição e de discriminação de indivíduos e de instituições conservadoras e/ou ligadas ao Partido Republicano, se perderam! Por uma «avaria», por crashes nos seus computadores! Cujos discos rígidos foram, depois, destruídos e inutilizados! E que essas mensagens, alegadamente, não podem, por isso, ser recuperadas!
O atrevimento, o descaramento, a sem-vergonhice dos «obamistas» colocados, infiltrados, nas estruturas do governo federal, não conhece, efectivamente, limites. Acaso eles pensam que as outras pessoas – e não só os republicanos, todos os norte-americanos em geral, incluindo independentes e até (alguns) democratas – são estúpidas, idiotas, ingénuas ao ponto de acreditarem que um «acidente» tão súbito e tão específico (terá ocorrido uma semana após o primeiro pedido de esclarecimento vindo do Capitólio) resultou de uma coincidência? Está-se perante uma óbvia (tentativa de) cover-up, de cobertura de uma ilegalidade – aliás, várias ilegalidades – que consiste numa autêntica conspiração porque envolve vários elementos. As sucessivas alegações de «inocência» - e, no fundo, de mera incompetência – por parte de John Koskinen, actual comissário (director) do IRS (que chegou ao cargo por ser um grande financiador do PD) não convenceram, entre outros, Paul Ryan e Trey Gowdy, que demonstraram implacavelmente porque é que já não acreditam nas explicações defeituosas, nas desculpas esfarrapadas que vêm do edifício na Avenida da Constituição, em Washington. Nem Wolf Blitzer, da CNN, acredita, e perguntou (muito bem) a Koskinen porque motivo é que os contribuintes não poderiam, no futuro, utilizar igualmente perante uma inquirição do IRS o «argumento» de que haviam perdido informações devido a um problema informático…
Jon Stewart esteve perto de acertar: não se trata de (quase) «idiotice criminal» mas sim de (autêntico) crime idiótico. De cuja – descomunal – dimensão se vai, lentamente, começando a ter uma ideia, e dois casos actuais para isso contribuem. Primeiro, e também recentemente, no que é uma – decisiva, e primeira (de muitas) – admissão de culpa, o IRS aceitou, para terminar um processo judicial, pagar à Organização Nacional para o Casamento 50 mil dólares como indemnização (na minha opinião, um valor muito reduzido) pela fuga de informação de dados confidenciais a favor de opositores daquela, concretamente a Campanha de Direitos Humanos, defensores do «casamento» entre pessoas do mesmo sexo. Segundo, descobriu-se um e-mail (dos poucos que sobraram?) da famigerada Lois Lerner – uma, mas a mais notória, das sete pessoas que tiveram os seus computadores alegadamente «queimados», e que por duas vezes invocou, em audiência perante uma comissão de representantes, a Quinta Emenda para não se incriminar! – a sugerir que Chuck Grassley deveria ser objecto de uma auditoria quando o IRS descobriu, acidentalmente (?), que uma organização local do Partido Republicano se tinha oferecido para pagar a viagem da esposa daquele senador a um evento… Sabendo-se disto, imagine-se – imagine-se! – o que restará ainda para descobrir!..
… E não só no IRS. Aparentemente, as «avarias» em computadores sob a actual administração são como que uma «doença contagiosa» que já se alastrou à Agência de Protecção Ambiental, outra estrutura do governo federal onde não têm faltado abusos, incompetências e malfeitorias, além de incidentes de defecação no interior de algumas das suas instalações, uma práctica que não é propriamente muito «amiga do ambiente» (de trabalho, pelo menos)… George Will explica bem porque é necessário um procurador (acusador) especial para o IRS; porém, outros serão necessários. 

domingo, 22 de junho de 2014

Crónica de duas catástrofes anunciadas

A julgar pelo que se escreve e se pode ler em outros blogs, um dos quais, em que abundam «erros ortográficos», é financiado por uma das três principais estações de televisão em Portugal para ocultar, manipular, desinformar, enfim, branquear ;-) o comportamento subversivo, ilegal e mesmo criminoso da actual administração norte-americana, dir-se-ia que o que de mais importante aconteceu nas últimas duas semanas foi a derrota, numa primária do Partido Republicano, do (ainda) líder da maioria na Casa, Eric Cantor, face a David Brat, apoiado pelo Tea Party, cujos integrantes continuam a ser acusados – difamados – de «extremistas» porque, muito simplesmente, na verdade se opõem, com toda a legitimidade, à sistemática (tentativa de) destruição, por parte do actual presidente e dos seus cúmplices, da Constituição do país, bem como dos seus principais fundamentos políticos, económicos e culturais que tanto progresso e sucesso proporcionaram ao longo de décadas…
… Mas não: apesar de significativo, importante e até inédito, aquele resultado eleitoral na Virgínia é minúsculo, mesmo insignificante perante o que está a acontecer em duas fronteiras dos EUA, uma real e outra simbólica. São duas catástrofes, políticas, militares/policiais, jurídicas, e humanitárias, porque ambas envolvem a deslocação e a (in)segurança de milhares – quiçá milhões – de pessoas; já eram previsíveis e foram como que anunciadas com a devida antecipação por aqueles que têm a lucidez de não se deixaram ofuscar, enganar, por preconceitos ideológicos; e tanto uma como a outra resultam da (ir)responsabilidade última de Barack Obama, da suas (más) decisões, ou da ausência delas…
… E a primeira dessas catástrofes foi, é, o aumento súbito e drástico do número de imigrantes ilegais que atravessam a fronteira do Sul com o México. Esta mais recente «invasão» tem como característica agravante e preocupante a de ser fundamentalmente constituída por crianças e jovens – serão cerca de 150 mil, que se aglomeram agora principalmente em provisórios e precários centros de acolhimento no Texas e no Arizona, mas que o governo federal está a tentar «distribuir» por outros Estados, tornando mais difícil, se não impossível, a sua expulsão e o seu repatriamento. Estes ii’s, oriundos principalmente da Guatemala, Honduras e El Salvador, organizados por bandos de criminosos e contando com a colaboração das corruptas «autoridades» do México, cuja embaixada em Washington não considera que tenham violado qualquer lei ao terem atravessado a fronteira sem autorização (!), decidiram fazer a (perigosa) viagem e arriscar a sua vida e a sua sorte porque souberam: da decisão, tomada pelo Sr. Hussein em 2012, de na práctica amnistiar (desistir de deportar) os jovens latinos trazidos pelos pais, e residentes, há bastante tempo, no país; e, nos dois anos que entretanto passaram, dos constantes apelos e tentativas por parte dos democratas, começando pelo presidente e pelo vice-presidente, de generalizar aquela amnistia e, ao mesmo tempo, aumentar o influxo de imigração de uma forma quase irrestrita de forma a (tentar) alargar definitivamente a futura base eleitoral dos «burros».        
A segunda catástrofe está a ocorrer no Iraque, fronteira simbólica – ou mais do que isso – que separa(va) a civilização da barbárie, e cuja (tentativa de) democratização, iniciada há mais de dez anos, tanto «sangue e tesouro» custou. Todos os veteranos decerto se interrogam agora se valeram a pena todos os sacrifícios que fizeram, que a muitos – quase cinco mil – implicou a perda da própria vida, quando vêem um autêntico exército terrorista, às ordens do ISIS (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), que é mais uma organização «filha», «aliada», da Al Qaeda, ocupar, vindo do Norte – da Síria – para o Sul, grande parte do território daquele país, incluindo as cidades de Mosul e de Tikrit, ao mesmo tempo que vão chacinando com a maior brutalidade (não fazem prisioneiros) centenas e até milhares de opositores, em especial elementos da polícia e do exército iraquianos, originando em simultâneo o êxodo de milhares e até milhões de civis e colocando em perigo, ameaçando cercar, a própria capital, Bagdad… e isto enquanto apreendem, utilizam e exibem armamento e equipamento norte-americanos! Não pode haver qualquer dúvida sobre o que, em última análise, causou esta situação: a decisão de Barack Obama em não insistir na obtenção de um acordo que permitisse a manutenção no Iraque, durante um período alargado de tempo (dezenas de anos, à semelhança do que acontece(u) na Alemanha, no Japão e na Coreia), de uma força militar considerável que ajudasse à estabilidade do país e que dissuadisse definitivamente os fundamentalistas islâmicos de aumentarem os seus ataques; mas, pelo contrário, e infelizmente, o Nº 44 optou pela retirada total e previamente – e publicamente – calendarizada, que, se lhe deu mais um argumento para conseguir (ilegitimamente) a reeleição, também proporcionou aos terroristas tempo e motivação suficientes para prepararem e executarem esta ofensiva, que ofende todos aqueles que lutaram por um Iraque o mais livre, democrático e moderno possível.      
Se então, em 2010, já soava demasiado a fanfarronice, agora aquela afirmação de Joe Biden de que o Iraque ainda iria constituir «um dos maiores sucessos desta administração» põe em perspectiva e em retrospectiva toda a inépcia daquela. Deviam antes, também neste âmbito, ter acreditado em Mitt Romney… Já em Janeiro deste ano, bem antes do agravamento da situação, Joel B. Pollak previa que BHO ficaria (igualmente, e tristemente) conhecido como «o presidente que perdeu o Iraque». Apercebendo-se do mau aspecto da sua posição, o Sr. Hussein (o Barack, não o Saddam), que, mais uma vez, terá sido, juntamente com os seus incipientes (quando não delinquentes) assistentes, alegadamente «apanhado de surpresa», lá veio, contrafeito, dar uma conferência de imprensa e debitar umas quantas generalidades e trivialidades; mas não serão cerca de 300 – não espartanos ;-) - «conselheiros militares» que farão uma grande diferença. Porém, não reagiu de imediato aos acontecimentos, tendo preferido então dar prioridade a assuntos realmente «importantes»: tirar (mais) uns dias de férias para jogar (outra vez) golfe, participar (outra vez) em (dispendiosos) eventos de angariação de fundos, reiterar ridiculamente a fraude das «alterações climáticas antropogénicas», e – por si próprio ou através dos seus «camaradas» no Senado – continuar a fortalecer o lobby LGBT. Enfim, ele parece acreditar que está tudo tão «cor-de-rosa», tão «arco-íris», que se atreve a declarar que «o Mundo é hoje menos violento do que alguma vez foi»!
Se ele não o consegue, outros há que têm os pés bem assentes na terra e que não vivem num mundo de fantasia. Como John Boehner, para quem «as rodas desta administração estão a cair». Não é credível por ser um dos principais dirigentes do Partido Republicano? Então há Megyn Kelly, para quem «a presidência de Obama está a implodir». Também não é credível por ser uma jornalista da Fox News? Então há Chuck Todd, jornalista da NBC e da MSNBC e cuja simpatia pelo Partido Democrata é evidente e inegável, para quem «as pessoas estão a dizer a Obama que a presidência dele acabou». Volto a dizê-lo: o melhor que ele tem a fazer, e quanto mais depressa melhor, é, obviamente, a demissão.   

sábado, 14 de junho de 2014

Rever em baixa (Parte 9)

«Os falhanços de Obama podem movê-lo para a esquerda», J. T. Young; «O Presidente Obama odeia o Mal?», Shmuley Boteach; «Obama, Mao e a vingança dos pardais», Joy Overbeck; «O controlo de imagem orwelliano de Obama», Santiago Lyon; «O namoradeiro Obama deve-nos uma desculpa», Andrea Peyser; «Obama, o obliviante», Charles Krauthammer; «Promessas quebradas do ObamaCare, segundo mandato quebrado de Obama», Peter Morici; «É o Presidente Obama “demasiado grande para prender”?», Wayne Allyn Root; «A trindade impossível do ObamaCare», Michael S. Bernstam; «Dez pessoas, grupos e países atirados para debaixo do “autocarro” de Obama em 2013», Kerry Picket; «Para a esquerda, Bill de Blasio é a consolação pós-Obama», Joel B. Pollak; «A desvalorização interna de Obama aumenta a desigualdade de rendimento», Chriss W. Street; «O caminho de Obama de crítico a supervisor de espionagem», Peter Baker; «Um imperial, fora-da-lei Obama ameaça com mais acções unilaterais», David Limbaugh; «Obama é pior do que Bush nos abusos às liberdades civis», Jason Scheurer; «Um placebo presidencial – O maciço programa de espionagem de Obama está ainda vivo e bem», Andrew P. Napolitano; «É Barack Obama um presidente imperial?», Linda Feldman; «A falha de credibilidade do Presidente Obama», John Cornyn; «Os media culpam os pesares de Obama em tudo excepto nas suas políticas falhadas», John Nolte; «O estado falhado da presidência de Obama», Jamie Weinstein; «Obama, o autocrata favorito dos media», Brent Bozell; «Presidente Obama é o Senhor Desigualdade», Ken Blackwell; «O nosso Ícaro-em-Chefe», Victor Davis Hanson; «Se Obama fosse o CEO de uma empresa cotada na bolsa seria despedido», Tim Irwin; «”Eu posso fazer o que quiser” – O presidente janta caviar enquanto a dívida explode», Charles Hurt; «Nova promessa de Obama – Se gosta da sua vida pode mantê-la», Ann Coulter; «Presidente Obama é parte do problema no escândalo do IRS», Greta Van Susteren; «Os persistentes e simpatéticos falhanços de Wile E. Obama», Tom Karol; «A filosofia de Obama é “desviar e deixar arder”», Mike Huckabee; «A risível rotina de cómico de Obama», Jonah Goldberg; «O legado da tia de Obama imigrante ilegal», Michelle Malkin; «A Ucrânia e a “doutrina Obama” – A intrigante filosofia de “ir à guerra ou ignorar” do nosso presidente», Richard Grenell; «O Obama anti-negócios volta a atacar», Larry Kudlow; «A política externa de Obama não existe», Cal Thomas; «Obama num “ponto morto”», Rich Lowry; «Senhor Presidente, você não nos protegeu», Jeanine Pirro; «Barack Obama é um rei, não um presidente», F. H. Buckley; «A esquerda acorre para salvar o Presidente Obama», Bill O’Reilly; «O legado de Obama é uma nova guerra fria», Noah Rothman; «As cinco fases de um escândalo de Obama», Alex Van Ness; «A desonestidade intelectual de Obama e outros falsos puristas», Ron Fournier; «Só conversa e nenhuma acção de Obama», Neil Cavuto; «Obama “encosta-se às cercas” na política externa», John Podhoretz; «A tragédia da política externa de Obama», K. T. McFarland; «Como a política nuclear de Obama lhe saiu pela culatra», Rebeccah Heinrichs; «Porque é que Obama fez a troca com os talibãs», Joseph Miller; «Barack Obama é o MVP do GOP», W. James Antle III; «A equipa Obama tem mais vontade de negociar com terroristas do que com o Congresso», Mark Meadows; «Bowe Bergdahl é uma pessoa como Obama», A. W. R. Hawkins; «A presidência falhada de Barack Obama», Ben Domenech; «Seis desastres escondidos no “desastre Bergdahl” de Obama», Neil Munro; «Quando um presidente se tresmalha», George Will; «Porque é que Obama é um pigmeu comparado com Roosevelt», Max Hastings; «Porque é que Obama não quer falar sobre o 11 de Setembro», Patrick Howley; «Obama está a conduzir o país à ruína», Michael Goodwin; «A insustentável pequenez da visão de Obama», Andrew Klavan; «A actividade criminosa de Obama na imigração», Ben Shapiro; «Ao desvalorizar a ameaça Boko Haram, a administração Obama comete um erro crucial», Mindy Belz; «Será que Obama percebe que o Iraque pode em breve ser um Estado islâmico?», James Jay Carafano.      

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Agora, até a traição

(DUAS adendas no final deste texto.)
Eu não disse… mais uma vez? No meu anterior texto aqui no Obamatório, escrevi: «(…) O mais preocupante, o mais grave, já nem é o que de mau, de incompetente, de escandaloso, que Barack Obama e os outros democratas disseram e (não) fizeram, ou estão a dizer e (não) fazem. É, sim, mais, o que eles ainda vão dizer e (não) fazer nos próximos dois anos e meio que ainda faltam no segundo mandato do Nº 44. Há motivos concretos, justificações autênticas, para se ficar muito preocupado, e mesmo assustado… (…)»
Nem uma semana passou… O que poderia ser pior do que, por uma inacreditável e indesculpável incompetência e irresponsabilidade (pelo menos…), revelar o nome do chefe de estação da CIA no Afeganistão? O quê? Talvez… isto: libertar cinco perigosos terroristas talibãs da prisão de Guantánamo em troca de um soldado norte-americano que, segundo várias informações credíveis, incluindo as de vários (um, dois, três, quatro exemplos) antigos companheiros de armas, desertou e se tornou um traidor, ou um «colaborador activo com o inimigo»…
… E foi exactamente isso que aconteceu: em 2009 Bowe Bergdahl não foi capturado mas, sim, abandonou deliberadamente a sua unidade. Antes, em mensagens dirigidas aos pais, manifestou vergonha pelo seu país e por ser soldado; mais, terá renunciado à cidadania norte-americana mesmo antes de fugir. E logo em 2010 surgiram relatos de que se teria convertido ao Islão e estaria a ensinar aos seus novos «irmãos de fé» (outras) formas de fabricar bombas! A Casa Branca tinha, e tem, um extenso ficheiro sobre Bergdahl, e sabia perfeitamente que o seu comportamento não havia sido caracterizado por «honra e distinção», ao contrário do que Susan Rice veio dizer – mais uma vez, e depois do que aconteceu em Benghazi com 2012, ela vê-se envolvida numa outra (grande e grave) mentira! Para cúmulo, ela declarou que tem «confiança de que as garantias que nos foram dadas serão mantidas», ou seja, de que os terroristas libertados não voltarão ao combate contra tropas dos EUA. Portanto, Rice, a mentirosa, acredita em promessas feitas por muçulmanos extremistas e criminosos?! Porém, nem Barack Obama parece acreditar nesse cenário ideal, de jihadistas empedernidos decidirem «reformar-se»…
… O que torna ainda mais censurável a sua decisão, que, em rigor, constituiu (mais) uma ilegalidade da sua parte – mais concretamente, o não ter informado previamente (no mínimo, 30 dias) o Congresso desta iniciativa. Quem o diz é Andrew Napolitano, Jeffrey Toobin e Jonathan Turley, juristas que estão em diferentes pontos do espectro ideológico. Além disso, vários jornalistas, apresentadores, comentadores na comunicação social, têm vindo a expressar as suas dúvidas e mesmo críticas – nem que seja sob a forma de (para variar…) perguntas agressivas – e naqueles se inclui aqueles que se sabe serem democratas ou simpatizantes deles… como Matt Lauer, Joe Johns e até Chris Matthews!
A administração, que, aparentemente, aguardava uma reacção mais entusiástica, e mesmo «eufórica», a este «negócio», está remetida à defensiva. E refugia-se em eufemismos: não reconhece que houve uma negociação com terroristas mas sim uma «troca de prisioneiros de guerra». Aliás, Jay Carney – que está de saída da função de porta-voz do Nº 44, depois de três anos a não responder e/ou a mentir – recusou-se a designar os talibãs como terroristas! Será que não ouvem o espanto e a indignação dos familiares dos (seis? Oito? Dez?) soldados que foram mortos quando estavam a tentar encontrar e recuperar Bowe Bergdahl? Tanto esses familiares como os próprios militares que sobreviveram e regressaram são practicamente unânimes: BB deve ser julgado em tribunal marcial. Todavia, e apesar disso, BO celebra a troca na Casa Branca com os pais do desertor, tendo Robert Bergdahl aproveitado para louvar (e não em Inglês) Alá!
Enfim, agora, até a traição é desvalorizada, se não mesmo incentivada, pelo actual presidente e pela sua equipa. Não só a (eventual, muito provável) de Bowe Bergdahl mas também a deles próprios: como Andrew Napolitano afirmou, libertar um «dream team» de (chefes) terroristas é auxiliar objectivamente o inimigo; o Sr. Hussein não aceitou neste caso o parecer de especialistas, do Pentágono e da CIA, repetidamente reafirmado, mas esta não foi a primeira vez que o fez. Ou então esta é a forma – alternativa – que ele escolheu de encerrar a prisão de Guantánamo: libertar aos poucos os (perigosos) prisioneiros que ainda lá estão… Harry Reid, pelo menos, acha que isso é uma boa ideia: «estou contente por me ver livre daqueles cinco». Contudo, e dados os antecedentes nestes casos, não é de todo implausível que eles voltem para lhe fazer uma «visita».
(Adenda – Este escândalo de trocar alguém que é, de certeza, um desertor - e, quase de certeza, um traidor – por cinco importantes elementos talibãs é de tal modo grave e está a gerar uma tal – e crescente – controvérsia que vários dos mais fiéis «obamistas» estão a ultrapassar novos limites de ridículo no seu afã de defender e de justificar a decisão do presidente. Nota-se uma tendência comum neles: a de atacar e a de (tentar) descredibilizar os ex-colegas de Bowe Bergdahl e até o próprio exército dos EUA! Dos Departamentos de Estado e do Urbanismo, do New York Times e do Think Progress vieram novos exemplos de desafio à sensatez; já Harry Reid… imitou Hillary Clinton. Porém, no espaço da esquerda surgiram alguns assomos de dignidade: Dianne Feinstein não hesitou em denunciar a ausência de um (obrigatório) aviso ao Congresso por parte da Casa Branca, e ainda a fraqueza das justificações para a operação; já o New York Daily News foi ao ponto de afirmar, em editorial, que o Nº 44 cometeu uma traição e que se rendeu sem honra.)
(Segunda adenda – Sobre Bowe Bergdahl as suspeitas e mesmo os factos continuam a acumular-se: a deserção de 2009 não foi a primeira vez em que abandonou o seu posto deliberadamente mas sim a terceira (pelo menos); e, em 2010, terá declarado o seu apoio à Jihad… Quanto aos cinco terroristas libertados em troca do desertor, pelo menos um deles já declarou que voltará a combater contra os EUA; e um chefe talibã declarou que agora, perante as condições desta troca, tem ainda mais vontade de capturar outros norte-americanos… Entretanto, em Washington, é a confusão: a Casa Branca afirmou (oficiosamente) que a decisão final pela operação coube ao Pentágono, mas Chuck Hagel, em audiência na Casa, «devolveu» essa responsabilidade a Barack Obama… afinal, em que é que ficamos? Além de quem tomou a decisão, há ainda a questão do atraso – ou ausência – da sua comunicação ao Congresso: quase 100 pessoas no governo federal terão sabido dela antes de alguém no Capitólio; e John Boehner lembrou que ele e os seus colegas foram informados previamente da operação contra Osama Bin Laden, mas não desta. Em simultâneo, as tentativas de desculpabilização por parte dos democratas estão cada vez mais patéticas: uma das mais recentes é a de Jackie Speier, representante – obviamente! – da Califórnia, que assegurou que os talibãs são «parte do tecido social do Afeganistão» e «não é rigoroso dizer que eles são terroristas». Entre muitos outros, os paquistaneses que protegem actualmente o aeroporto de Carachi provavelmente discordam dessa asserção…)