terça-feira, 25 de novembro de 2014

Os ditadores derrubam-se

(DUAS adendas no final deste texto.)
Barack Obama já não é um aprendiz de ditador: com o seu discurso do passado dia 20 de Novembro, e a decisão nele anunciada de conceder, na práctica, uma amnistia a cerca de cinco milhões de pessoas, ele já é, de facto, um ditador de… «pleno direito» - ou falta dele. E os ditadores derrubam-se, são – devem ser – destituídos. Porém, o «impeachment», a impugnação, a demissão, já não é suficiente; agora, o Sr. Hussein deve ser também preso, julgado e condenado; ele é – na verdade, e por vários outros motivos, já era – um criminoso; porque está a ajudar criminosos, a premiar comportamentos criminosos e, logo, a incentivar a ocorrência de mais comportamentos criminosos. Com efeito, e como seria de esperar, já há novos «candidatos» para «visitarem», sem autorização, os Estados Unidos da América que se sentem «inspirados» pela iniciativa do presidente…
A atitude de desafio e de desrespeito de BHO para com a Constituição dos EUA, a separação de poderes, o Congresso, a vontade dos eleitores, explica-se pelo seu narcisismo – e um sentimento de infalibilidade e de impunidade – que um culto da personalidade persistente mais não tem feito do que agravar. Culto esse que começa, obviamente, pelos que lhe estão mais próximos: é ouvir, por exemplo, Denis McDonough, chefe de gabinete do Nº 44, dizer que em Washington se trabalharia melhor se «este presidente impusesse a sua vontade»; é ouvir, por exemplo, Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, dizer que «o presidente está sempre disponível para autorizar o speaker a mudar de opinião», e que para BHO «ser chamado de “imperador” é um distintivo de honra».
Jeff Sessions, portanto, não exagerou ao chamar a Barack Obama «imperador dos Estados Unidos». Aliás, essa e outras designações, como «rei» e «monarca», não faltaram nesta última semana a propósito de mais um (grande, e talvez o mais grave) atropelo à lei por parte do Sr. Hussein, utilizadas, nomeadamente, por Joel B. Pollak, Andrew P. Napolitano e Matthew Boyle. Com tal sentimento de superioridade não surpreende, pois, que o Nº 44 não tenha seguido o conselho de Mitt Romney: «aprender (convencer-se de) que perdeu a última eleição» e, por isso, «respirar fundo (…) e deixar o Congresso e o eleitorado tomarem a palavra». Com efeito, após as midterms, Obama afirmou que os resultados daquelas significavam que os americanos queriam que (republicanos e democratas) trabalhassem em conjunto. Mas será que uma acção unilateral, polémica e provocatória é «trabalhar em conjunto»? Claro que não; irritado pela derrota, decidiu fazer uma «birra» para (re)conquistar relevância e, assim, negar que seja um «lame duck».
Saliente-se, no entanto, que o descontentamento não existe apenas entre os republicanos: são vários os democratas que duvidam, e que até discordam, da decisão do presidente. Na CNN, Jay Carney (quem diria!), finalmente liberto da necessidade de mentir diariamente, reconheceu… o óbvio: que o seu ex-chefe decidiu fazer o que antes afirmou, várias vezes, que não podia nem devia fazer. No Capitólio, quatro senadores «burros» - Claire McCaskill, Heidi Heitkamp, Joe Donnelly e Joe Manchin – expressaram a sua oposição à ordem executiva do Sr. Hussein de impedir as deportações de cinco milhões de imigrantes ilegais. E no Oregon, Estado que continuou maioritariamente «azul» em 4 de Novembro, nesta data foi também aprovada – com 66% dos votos! – uma proposta – apresentada por republicanos! – denominada «Medida 88» que proíbe a concessão de cartas de condução a imigrantes ilegais – no que pode ser entendido como que uma rejeição, por antecipação, por parte de (bastantes) liberais de mais uma amnistia obamista – mais grave do que a de há dois anos, porque esta aplica-se a adultos que cruzaram consciente e irregularmente a fronteira.      
BHO, com esta decisão, conseguiu igualmente irritar: segmentos importantes da população afro-americana – que, aliás, já haviam condenado outra «evolução» do Nº 44, mais concretamente a sua «aceitação» do «casamento gay»; todos os imigrantes legais que muito tempo e muito dinheiro gastaram nos seus processos e que agora se sentem, compreensivelmente, defraudados… e alguns exigem até ser reembolsados(!); a generalidade dos agentes da autoridade, que passam a sentir-se desautorizados e até inúteis. Não se pense, todavia, que Barack Obama tem uma grande consideração por aqueles que agora veio proteger: em dois discursos – o primeiro na Casa Branca quando anunciou a ordem executiva, e o segundo em Las Vegas no dia seguinte – referiu-se àqueles como sendo principalmente apanhadores de fruta, trabalhadores domésticos e limpadores de arrastadeiras… o que não tem qualquer importância, desde que votem no Partido Democrata. Apesar de humildes, tais funções são bem mais honrosas do que as de ladrão, violador e assassino, e que caracterizam practicamente todos os quase 170 mil criminosos que são imigrantes ilegais actualmente à solta nos EUA, muitas vezes libertados após pressões da administração junto dos procuradores estaduais.
Barack Obama apresenta como «argumento» principal desta amnistia-que-não-se-chama-amnistia-mas-que-é, marcada por flagrantes mentiras e ilegalidades, e que não deverá servir – que «surpresa»! – de precedente e de pretexto legítimo para que, por exemplo, futuros presidentes diminuam e até eliminem impostos, a impossibilidade de deportar, de expulsar, cerca de 11 milhões de pessoas – pois é, ainda há mais uns quantos por lá que ainda não beneficiaram da magnanimidade de «Barack I»… Mas será que tal não é mesmo possível? Provavelmente é; levaria mais tempo, seria mais difícil, mas, havendo vontade, bastaria aplicar novamente o «método» que Dwight Eisenhower aplicou quando foi presidente, na década de 50 do século passado. 
(Adenda – Os que acreditaram na promessa de Barack Obama e dos democratas de que a «despenalização» de imigrantes ilegais traria benefícios, para a economia em especial e para o país em geral, podem estar interessados em saber que, na verdade, tal «integração» poderá acarretar para os contribuintes um custo de cerca de dois triliões de dólares nas próximas décadas. Porém, não é novidade que os «azuis» têm sempre alguns problemas em fazer contas correctamente: há uma semana soube-se igualmente que os números de adesões ao «ObamaCare» foram artificialmente – e irregularmente – inflacionados com as subscrições de… planos dentários! O que dá uma especial acuidade à expressão «mentir com quantos dentes se tem na boca».
(Segunda adenda - Era só uma questão de tempo - e não muito - até BHO se «descair» e admitir que a sua acção executiva, efectivamente, «alterou» a(s) lei(s) da imigração. O presidente não foi, porém, o único dos «burros» principais a ter recentemente uma «crise» de sinceridade: Chuck Schumer afirmou que, em retrospectiva, não terá sido acertado privilegiar a aprovação e a aplicação do «ObamaCare»; o senador por Nova Iorque pode ser mais um «rato» a abandonar o «navio» do «obamismo»... mas não é um «rato»  qualquer.)  

Sem comentários: