sábado, 25 de abril de 2015

Cheiro a gasolina

Barack Obama não só não tem qualquer problema em mentir sucessiva e descaradamente – basta lembrar a famigerada (e falsa) promessa de «se gosta do seu seguro de saúde, poderá mantê-lo» - como ainda se apropria de sucessos que não são seus ou que não se devem à sua actuação.
Um exemplo concreto e evidente: ele e a sua administração não merecem qualquer crédito pela descida do preço da gasolina porque têm-se oposto ao fracking e ao oleoduto Keystone – cuja construção o Sr. Hussein vetou depois de visitar a Arábia Saudita – além de que o aumento da produção de petróleo dos EUA deve(u)-se à exploração em terrenos privados (que subiu) e não à de terrenos públicos, federais (que desceu). O apelo, quase «grito de guerra», de Sarah Palin feito há anos de «drill, baby, drill» afinal teve (bons) resultados e era justificado, como quase tudo o que ela tem dito e feito. Não que isso resulte em reconhecimento, em apreço, por parte de Barack Obama em relação a ela ou ao Alaska: este Estado apenas tem servido ao Nº 44 de posto de reabastecimento do Air Force One nas suas viagens intercontinentais, mas não pode ainda explorar as suas – imensas – reservas petrolíferas situadas no denominado Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Árctico – que é, lá está, um (enorme) terreno público.
Talvez seja, pois, devido ao facto de os EUA se terem tornado o primeiro produtor mundial de petróleo que o Sr. Hussein não se preocupa em poupar combustível. Em Março último ele e a esposa deslocaram-se à Califórnia – principalmente para participarem em diferentes talk-shows – simultaneamente… mas separadamente, em dois aviões! Antes, no período de Natal de 2014 até ao ano novo, a «família presidencial» incorreu em «despesas de voo» num valor superior a três milhões e meio de dólares. Mais recentemente (esta semana), Barack Obama não encontrou melhor forma de celebrar o «Dia da Terra» do que ir de avião à Flórida e naquele Estado alertar novamente para os perigos do – inexistente - «aquecimento global antropogénico», tendo dado boleia a Bill Nye, um dos mais patéticos vigaristas climáticos ainda em actividade (e são muitos). Ou seja: as «pegadas de carbono» preocupantes são as dos outros…   
Entretanto, e como habitualmente, a Natureza teima em não colaborar com os alarmistas: dando mais uma vez razão a Prince, voltou a nevar em Abril, algo que só acontece, claro, quando está (bastante) frio… Aliás, esta década iniciada em 2010 tem sido a mais «nevada» desde que há registos, pelo que, havendo muita «matéria-prima» disponível e que pode ser conservada, não terá grandes e graves consequências mais um surto regulatório da actual administração – desta vez conduzido pelo «português» Ernest Moniz – agora contra… as máquinas de fazer gelo dos hotéis! Nada como identificar e combater os «verdadeiros» inimigos…
… E, na mais autêntica, flagrante e ridícula demonstração de «negação da ciência», rejeitar as evidências, os factos empíricos: as tempestades de neve – «insólitas» porque já não era suposto existirem – são pretextos, na MSNBC (e não só) para acusar e culpar o GOP e a «grande indústria do petróleo». Sim, o cheiro a gasolina pode frequentemente ser intenso e mesmo insuportável… em especial quando um comboio que transporta petróleo descarrila e se incendeia. Tão «perigosos» para o ambiente que são os oleodutos… pelo menos enquanto Warren Buffett, bilionário financiador dos democratas, for também proprietário de uma empresa ferroviária que muito dinheiro ganha a transportar petróleo.       

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A segunda guerra civil dos EUA

Hoje assinala-se uma triste efeméride, para os Estados Unidos da América e para o Mundo: os 150 anos da morte de Abraham Lincoln. Primeiro presidente eleito pelo Partido Republicano, assassinado por John Wilkes Booth, um democrata, que disparara na véspera contra o Nº 16 no Teatro Ford, em Washington
… E, como era de prever, Barack Obama não assinalou condignamente a data: limitou-se a proclamá-la como «Dia de Lembrança» («Day of Remembrance») e a ordenar o hastear da bandeira a meio mastro… e nada mais. Também não se pronunciara, no dia 9, sobre os 150 anos do fim da Guerra Civil norte-americana, concretizado pela rendição de Robert E. Lee a Ulysses S. Grant. Aliás, o actual presidente nunca fez qualquer intervenção, nos quatro anos dentro dos seus dois mandatos, em que a luta entre Norte e Sul, nos seus sucessivos episódios, atingiu o centenário e meio; por exemplo, o mais significativo, referente ao discurso em Gettysburg, em 2013, também não mereceu uma visita do Sr. Hussein àquela cidade da Pensilvânia.
Já o afirmei aqui, e reitero, que acredito que o motivo para este continuado e insólito alheamento da evocação de um período fulcral da história do país se deve ao facto de o partido do presidente, o Democrata, ter sido derrotado, naquele conflito, pelo Republicano… e essa circunstância contextualiza o cenário que tem vindo a agravar-se desde que Barack Obama tomou posse em 2009: o de que os EUA estão a viver uma segunda guerra civil, mais uma vez por culpa dos democratas, que, com as suas (más) posições em áreas e em assuntos fundamentais, têm vindo a colocar em causa seriamente a coesão, a integridade e o desenvolvimento da nação. Agora a luta não envolve literalmente canhões e espingardas mas outras armas, de outros tipos… políticos, judiciais, administrativos e burocráticos, económicos e demográficos.
Não sou o único a pensar isso. Em 2013 Pat Buchanan disse que o afluxo de dezenas de milhões de hispânicos com «uma linguagem diferente, uma cultura diferente, uma fé diferente, basicamente temos dois povos. E dois povos, eventualmente, tornam-se dois países. Isto é o que eu vejo como o futuro da América, a balcanização e a destruição de um país que se tornou uma nação por volta de 1960 quando todos os imigrantes que vieram da Europa de Leste e do Sul, entre 1890 e 1920, haviam sido assimilados e “americanizados"»; em 2014 o mesmo Buchanan reiterava aquele raciocínio ao afirmar que a acção executiva do Sr. Hussein para legalizar (ou não criminalizar) milhões de imigrantes ilegais representava «o início do fim dos Estados Unidos como uma nação» - e, nesse âmbito, as 73 cidades e condados cujos (ir)responsáveis subscreveram um documento de apoio àquela decisão representam como que uma «nova confederação» disposta a redesenhar a configuração, se não territorial então populacional, do país; no mesmo sentido foi Phyllis Schafly, que considerou aquela decisão do Nº 44 um «momento tipo Forte Sumter»; Mark Steyn, também em 2013, alertava para a possibilidade de existência de «movimentos sérios de secessão» se aquilo que ele designou de «socialismo de coelhinho fofo» preconizado pela actual administração não fosse travado. Já Tom Harkin acreditava (ainda em 2013) que «estamos agora mesmo num dos pontos mais perigosos da nossa História, tão perigoso como a quebra da União antes da Guerra Civil» - este senador democrata referia-se ao shutdown e culpava disso os republicanos, embora, obviamente, os culpados fossem outros…
A victória esmagadora do Partido Republicano nas eleições intercalares (estaduais e para o congresso) de 2014 terá evitado, ou pelo menos adiado, a concretização de várias iniciativas secessionistas surgidas em vários Estados antes daquelas. Nomeadamente na Califórnia (houve uma proposta para dividir o «Sunshine State» em seis), no Colorado e no Maryland (dois cada), tendo Pat Buchanan destacado outros impulsos separatistas, embora menos organizados, no Michigan e no Vermont. Ou seja, num dado momento pareceu que se poderia concretizar a asneira de Barack Obama em 2008 – que deveria ter sido suficiente para o desqualificar como candidato a presidente – de existirem (pelo menos) 57 Estados! Quase todos os «candidatos a secessionistas» foram (ou são…) cidadãos, eleitores, conservadores desagradados com governadores – e/ou funcionários estaduais – liberais. Isto é, contesta(va)m as políticas, ideologias, doutrinas esquerdistas habituais: impostos altos, controlo de armas, imigração desregrada, agenda LGBT, desrespeito da liberdade religiosa (invariavelmente a de indivíduos e de instituições cristãs), abusos ambientalistas (e não só os decorrentes da fraude do «aquecimento global antropogénico»). E tinham razão em fazê-lo, porque os Estados «encarnados» são melhor geridos e apresentam melhores indicadores, qualidade de vida e segurança do que os Estados «azuis»; aliás, basta comparar o Texas com a Califórnia para dissipar todas as dúvidas nesse âmbito…    
Porém, e isso não é novidade, aos «liberais» e «progressistas» interessa menos a verdade dos factos do que a certeza das ideologias. Pelo que na luta pelo poder continuam a recorrer regularmente às mais agressivas e «criativas» mentiras, ofensas e ameaças. Em mais de sete anos já se reproduziram aqui muitos exemplos da vil linguagem dos democratas, e quem pensava que não seria possível ir-se mais longe ficará decerto «contente» por saber que eles são sempre capazes de fazer pior: os republicanos «estão a destruir o país, penso que temos de nos ver livres deles, são realmente um cancro nos Estados Unidos», e «não são americanos, estariam mais confortáveis na Ucrânia ou na Rússia, mantenham-se longe do nosso país»; a América seria salva se «Ted Cruz e John Boehner estivessem ambos num navio a afundar-se»; os membros do Tea Party são «inimigos domésticos»; «conservadores extremistas (que são contra o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a favor da posse e uso de armas) não têm lugar no Estado de Nova Iorque»; «a tolerância não é, não deveria ser, uma rua com dois sentidos… é uma rua de sentido único»; os republicanos «querem indiscriminadamente mandar crianças para a morte»; são «traidores, inimigos dos Estados Unidos da América»; «os intelectuais conservadores estão a fazer tentativas calculadas de subversão da nossa democracia»; o GOP «é realmente o partido de Jefferson Davis».
Os últimos quatro exemplos vêm da imprensa, de certa comunicação social que há muito perdeu o pudor (se é que alguma vez o teve...) de ser confundida com uma parte integrante e actuante do Partido Democrata. De que os editoriais (não assinados) do New York Times, acusando inclusive o Partido Republicano de «insurreição», constituem das mais histéricas manifestações. E quando o novo apresentador do «Face the Nation», da CBS, é alguém que aconselhou Barack Obama a «destruir, pulverizar» o PR, pouco mais é preciso para comprovar que uma nova «guerra civil» tem vindo a ser disputada e que os «burros» perante nada recuarão para assegurarem o poder. E isso inclui lançar petições electrónicas – autênticas tentativas de linchamento modernas – para que os «elefantes» sejam presos apenas por exercerem as suas prerrogativas políticas: a que surgiu após a carta dos 47 senadores ao Irão, acusando-os de «traição», não foi a primeira deste tipo, pois já antes outra, lançada em 2013 na sequência do shutdown do governo federal, acusava John Boehner, Eric Cantor e outros líderes republicanos no Congresso de «conspiração sediciosa contra os Estados Unidos»!
Todos estes desviantes e desviados, radicais, extremistas, candidatos a repressores e a ditadores, já existiam e já pensavam desta forma antes de Barack Obama aparecer e tomar o poder. Mas foi a ascensão do Nº 44 que lhes deu a «coragem», o à-vontade, a «legitimidade», a decisiva falta de vergonha, para saírem da sombra – e dos armários – e exercerem as suas ameaças, as suas violências – figuradas e por vezes literais – sobre os opositores de uma forma (ainda mais) explícita. E é frequentemente o próprio Sr. Hussein a dar o incentivo, o precedente, o pretexto nesse sentido: em Agosto de 2014 declarava em entrevista ao New York Times que ele e os seus camaradas são pessoas de «senso comum», sem «disparates ideológicos», que se baseiam nos «factos» e na «razão», «não negamos a ciência, não negamos as alterações climáticas, não damos a entender que de algum modo ter um monte de pessoas sem seguro (de saúde) é a maneira americana», e esperava que num futuro próximo o GOP «se libertasse da garra da sua ideologia extremista». Este patético e pedante exercício de projecção teve como resposta, três meses depois, uma enorme «tareia», o maior triunfo eleitoral da «ideologia extremista» em 80 anos
No entanto, os  - verdadeiros – herdeiros de Jefferson Davis nunca se dão por vencidos. Mais do que «apenas» desdenharem o primado da lei, eles declararam «guerra» há já bastante tempo. A questão está em saber se os conservadores a aceitam ou não. Se sim, e se deixarem de se comportar como reféns padecendo de uma espécie de «Síndrome de Estocolmo», a solução só pode ser uma: (tentar) extinguir definitivamente o Partido Democrata, algo que já devia ter sido feito há muito tempo… mais precisamente, há 150 anos, a seguir àquela funesta madrugada de 15 de Abril de 1865.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Nesta Páscoa quem foi «Judas»?

(Uma adenda no final deste texto.)
Foi há cerca de um mês, mas os «ecos» de mais uma polémica «progressivamente» - e artificialmente - empolada ainda podem ser escutados… Houve uns quantos histéricos, e histéricas, e hipócritas, que como que molharam as cuecas de indignação por 47 senadores republicanos terem escrito e divulgado uma carta aberta aos «líderes da República Islâmica do Irão» explanando e esclarecendo o óbvio: que o eventual acordo que a actual administração estava a tentar (e acabou por) estabelecer com a liderança daquele país sobre o seu programa nuclear poderá não ser aprovado, ratificado, pela câmara alta do congresso norte-americano…
… E depois não faltaram as acusações de «traição» - estampada desde logo numa vergonhosa primeira página do New York Daily News – por os republicanos terem supostamente feito algo… nunca antes feito. Os disparates sucederam-se, saídos das bocas de, entre outros, Joe Biden, John Kerry, Harry Reid, Howard Dean… até de Madeleine Albright, que deveria ser uma das últimas pessoas a ter esperança num «acordo nuclear» feito por uma administração democrata com uma ditadura estrangeira, algo de que até na CNN há quem se lembre. Entretanto, 235 mil pessoas de duvidosa capacidade mental assinaram uma petição para que aqueles 47 senadores fossem julgados por traição! Porém, e como habitualmente, os democratas têm uma «memória (muito) curta» que afecta principalmente as suas próprias falhas: em 2006 e 2007 pelo menos 12 democratas encontraram-se com funcionários governamentais iranianos; John Kerry não quis acreditar que os republicanos tivessem enviado uma carta aos iranianos, mas deve ter acreditado que ele próprio visitou a Nicarágua, os sandinistas e Daniel Ortega na década de 80 para afrontar Ronald Reagan; o mesmo fez Edward Kennedy mas em relação à União Soviética, solicitando a colaboração dos comunistas para eventualmente alcançar o poder; Nancy Pelosi disse que a sua viagem de 2007 à Síria para visitar Bashar Assad – quando George W. Bush era presidente – não é (foi) a mesma coisa que a carta do GOP… pois não, foi pior. Ben Shapiro e Stephen Hayes recordaram estes e outros casos, exemplos, de democratas a fazerem actos e a tomarem iniciativas tão «más» e mesmo mais graves do que as cometidas por republicanos…
… E que os torna(ra)m, eles sim, suspeitos, e até culpados, de traição. Aliás, se perguntarmos nesta Páscoa quem foi «Judas», quem no último mês – confirmando e acentuando uma tendência notada já há anos – não mereceu a confiança dos que deveria respeitar e defender em primeiro lugar, chegando ao ponto de abandonar, ou pelo menos se distanciar, de amigos, e de beneficiar, ou pelo menos desculpabilizar, inimigos, a resposta terá de ser, obviamente, Barack Obama… e os que o rodeiam. Que não têm cessado de elogiar e de favorecer muçulmanos, várias vezes em contextos e por pretextos dos mais insólitos. O Nº 44, numa importante cerimónia anual cristã que é o «National Prayer Breakfast», invocou as Cruzadas e a Inquisição como exemplos de que os seguidores de Jesus, e não só os membros do ISIS, são capazes de atrocidades… parecendo não saber que aquelas foram desencadeadas como reacção e resposta às invasões sarracenas da Europa e que, tal como o Tribunal do Santo Ofício, são acontecimentos com centenas de anos. Mais: ele declarou que o Islão está no «tecido» dos EUA desde a fundação da nação, o que não só é mentira, mais uma da longa lista do Sr. Hussein desde que tomou posse em 2009, mas também uma das mais anedóticas, estúpidas, ridículas que ele já disse – e que foi como que replicada por Jeh Johnson, secretário (do Departamento) de Segurança Doméstica, para quem a leitura do Corão lhe fazia lembrar «valores americanos fundamentais». Há quase um mês, a primeira-dama celebrou na Casa Branca o feriado iraniano do Nowruz. E, há cerca de duas semanas, John Kerry, quando interrogado por jornalistas em Genebra se um entendimento com os iranianos estava prestes a ser obtido, respondeu «Inshallah», ou seja, «se Alá quiser»!
Mais preocupante e mais sinistra do que a bajulação, por parte da actual administração norte-americana, de muçulmanos em geral e de iranianos em especial, é a – concomitante, paralela – hostilização de Israel, e em particular do seu actual primeiro-ministro. Que atingiu um momento culminante com o discurso feito por Benjamin Netanyahu ao Congresso, a convite de John Boehner e sem a «autorização» (não obrigatória) de Barack Obama, e que valeu aos republicanos os primeiros remoques, se não de traição, pelo menos de desconsideração e de incorrecção. A animosidade – pessoal e ideológica – de Barack em relação a Benjamin já vinha de trás, pelo que não é de surpreender (muito) que o primeiro tenha tentado apear o segundo do poder… enviando uma equipa dos seus operacionais de campanha para Tel Aviv de modo a tentar conseguir uma victória para a oposição. Fracassada esta, a desilusão foi evidente na Casa Branca, e, maus perdedores como sempre, as birras dos «obamistas» não tardaram: primeiro, Denis McDonough, chefe de gabinete do Sr. Hussein (e, logo, uma «extensão» deste e certificada «voz do dono»), afirmou na (quinta) conferência anual da J Street (agremiação de judeus norte-americanos conformistas, desinteressados e mal informados) que «uma ocupação (da Margem Ocidental do rio Jordão por Israel) que dura há mais de 50 anos tem de terminar»; depois, e mais grave, o Departamento de Defesa desclassificou e divulgou um relatório confidencial que confirma (a existência) e pormenoriza as características do programa nuclear israelita. Mais uma «pequena» traição ao mais importante aliado dos EUA no Médio Oriente, que com Obama cada vez menos o parece.
Outro «Judas» que já se suspeitava que fosse, e que agora, acusado de deserção e de mau comportamento perante o inimigo, há a certeza de ser, é Bowe Bergdahl. Conhecida a decisão do Comando do Exército dos EUA, tornam-se (ainda mais) patéticas a declaração de Susan Rice de que aquele soldado havia «servido com honra e distinção» e a cerimónia, num dos jardins da Casa Branca, de Barack Obama com os pais daquele como se de um herói se tratasse – para os que morreram a procurá-lo, e para as suas famílias, é que não houve qualquer homenagem. E mais desastrosa se tornou esta decisão do Nº 44 em 2014 – tomada sem ter consultado, como devia, o Congresso (pelo que não tem de se queixar de aquele lhe ter «retribuído o favor» com Bibi) – de ter trocado Bergdahl por cinco comandantes talibãs porque, destes, três já terão tentado «voltar ao activo» - isto é, regressar ao terrorismo – o que era, aliás, perfeitamente previsível…
… E os mesmos que negociaram e festejaram a libertação de Bowe Bergdahl querem agora convencer-nos de que o acordo com o Irão é bom. Mas se em Teerão se festeja nas ruas e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Java(r)d(o) Zarif, é recebido como um herói, isso significa, seguramente, que o acordo é mau para todos os outros. E os factos de aquele não ser – o próprio John Kerry admitiu-o! – legalmente vinculativolegally binding») e de haver diferenças de conteúdo entre as versões em Inglês e em Farsi bastariam para desencadear dúvidas e para provocar preocupações legítimas. E há outros elementos a considerar neste âmbito, uns risíveis, outros nem tanto: o Departamento de Estado a apresentar as condolências a Hassan Rouhani, presidente do Irão, pela morte da mãe; a Casa Branca a desvalorizar os (continuados) apelos em Teerão de «morte à América» - incentivados pelo próprio Ali Khamenei - como um assunto de «política doméstica» iraniana; um dos mais importantes chefes militares do Irão a garantir que «apagar Israel do mapa» ainda é uma prioridade do regime dos «ai-as-tolas»; este terá encontrado na equipa de negociadores norte-americanos, segundo o jornalista iraniano (tornado dissidente) Amir Motaghi, os seus representantes (!) junto das delegações dos outros países participantes…
… De que se deduz que a actual administração norte-americana não merece confiança quando se trata de defender os interesses do Ocidente. E considerando que, como salientou (o democrata) Leon Panetta, baseando-se na sua experiência enquanto director da CIA e secretário de Estado, «os iranianos não são de confiança», o cenário que se perspectiva para o futuro é duplamente preocupante. Além de confuso: como fez notar Richard Engel, da NBC, os EUA, além de negociarem com o Irão na Suíça, luta(ra)m com o Irão no Iraque, contra o Irão no Iémen, e com e contra o Irão na Síria! Por isso, não é de surpreender que a Arábia Saudita tenha decidido lançar uma ofensiva no Iémen e a disso avisar os EUA só mesmo em cima do acontecimento…
... E estes estarão a sofrer as consequências de, por decisão de Barack Obama, não terem apoiado o movimento pró-democracia que brevemente surgiu no Irão em 2009. Os activistas dissidentes da então chamada «revolução verde», muitos dos quais são presentemente prisioneiros políticos, voltaram a manifestar-se através não de uma mas sim de duas cartas abertas endereçadas à Casa Branca, criticando esta por negociar (mal) com um regime repressivo, que não respeita os direitos humanos e não aceita a democracia, que apoia o terrorismo mundial e quer construir armas nucleares. Ou seja, a carta dos senadores republicanos teve «resposta» e justificação, e Tom Cotton, o principal proponente da iniciativa, superou este particular «calvário» - feito de insinuações e de insultos - em prol de uma verdade e de um bem maiores.
(Adenda – Quando se pensa que é impossível que a actual administração possa dar exemplos mais ridículos de incompetência e de (Obam)adorismo do que os que já deu, ela volta a demonstrar… que é possível. Não era difícil de prever que surgiriam divergências entre Washington e Teerão quanto às características e às consequências do acordo e que os «ai-as-tolas» não desistiriam de construir armas nucleares, apenas desacelerando o seu programa «para inglês (e norte-americano) ver(em)»; ou seja, o problema não foi, não está, resolvido, e a «batata quente» passará para o Nº 45, seja ele(a) quem for. Entretanto, para (novo) cúmulo, Josh Earnest criticou John McCain como sendo «ingénuo» e «irresponsável» por levar a sério as ameaças que Ali Khamenei faz contra os EUA e Israel! Isso quer dizer que John Kerry e os outros «negociadores» em Genebra não deveriam ter acreditado nas promessas que os seus homólogos iranianos fizeram? Perante este descalabro, não é surpresa que uma emenda ao orçamento para 2015 prevendo a criação de um fundo de reserva relativo a sanções contra Teerão tenha recebido no Senado 100 votos a favor… sim, todos concordaram, até os democratas! Destes, Chuck Schumer, que deverá suceder a Harry Reid na liderança da minoria na câmara alta, afirmou que «acredito fortemente que o Congresso deveria ter o direito de reprovar qualquer acordo». Estará o liberal senador nova-iorquino entre os que Barack Obama classificou de adeptos da «linha dura» que nos dois países «se opõem a uma solução diplomática»?)              

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Até parece mentira… (Parte 6)

… Que, entre muitos outros parceiros de golfe de Barack Obama, um tenha sido Joe O’Neill, um lobbyist para a Bain Capital, empresa de Mitt Romney que foi demonizada pelos democratas durante a campanha presidencial de 2012. Mas, sim, é mesmo verdade. 
… Que um restaurante na Carolina do Norte que decidiu proibir a entrada de clientes armados – assim cedendo aos democratas que querem subverter a Segunda Emenda – tenha sido assaltado depois desse anúncio. Mas, sim, é mesmo verdade.
… Que Barack Obama tenha dito que «a minha tradição é não comentar casos que possam estar ainda sob investigação». Mas, sim, é mesmo verdade (que ele mentiu outra vez).
… Que as contas de Twitter e de YouTube do comando central das forças armadas norte-americanas tenham estado (durante quase uma hora) sob o controlo de hackers simpatizantes do ISIS. Mas, sim, é mesmo verdade. 
… Que John Kerry, aquando da sua visita à França para mostrar solidariedade contra os ataques em Paris em Janeiro último, tenha trazido James Taylor para cantar «You’ve Got a Friend» aos franceses. Mas, sim, é mesmo verdade.
… Que Barack Obama tenha aceitado encontrar-se (para uma entrevista) com uma mulher (GloZell Green) que come(u) cereais com leite de uma banheira, mas não com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aquando da mais recente visita daquele a Washington (para discursar no Congresso). Mas, sim, é mesmo verdade.
… Que Joe Biden tenha afirmado que «os últimos seis anos foram realmente muito duros para este país». Mas, sim, é mesmo verdade (que ele o disse e o que ele disse).
… Que Barack Obama tenha afirmado que os EUA estão actualmente, e em comparação com quando ele tomou posse, «mais fortes, mais prósperos, mais seguros e mais influentes (no Mundo)». Mas, sim, é verdade (que ele o disse mas não o que ele disse). Já é mentira que ele seja o primeiro presidente desde George Washington a fazer cerveja na Casa Branca… porque nesta o Nº 1 não viveu: a residência oficial só ficou concluída no final do mandato do Nº 2, John Adams.
… Que Eric Holder tenha afirmado que «não houve politização» do Departamento de Justiça enquanto ele foi o seu (ir)responsável máximo. Mas, sim, é mesmo verdade (que ele o disse mas não o que ele disse).
… Que o Exército dos EUA tenha aprovado o financiamento (público) de uma terapia hormonal para Bradley Manning, militar julgado e condenado por entregar informações confidenciais à Wikileaks e a Julian Asssange, e que pretende mudar de sexo e passar a ser uma «mulher» chamada Chelsea Manning. Mas, sim, é mesmo verdade.
… Que Joe Biden tenha tido uma atitude imprópria (tocou-lhe e pareceu cheirar-lhe o cabelo) para com a esposa de Ash Carter, novo secretário de Estado da Defesa, aquando da tomada de posse daquele. Mas, sim, é mesmo verdade (e é um tipo de comportamento que o vice-presidente já teve em outras ocasiões).
… Que na Casa Branca tenham, em documentos oficiais, escrito «February» (Fevereiro) incorrectamente pelo menos seis vezes. Mas, sim, é mesmo verdade.
… Que o Conselho dos Assessores Económicos da actual administração tenha utilizado a expressão «americanos-em-espera» («americans-in-waiting») para designar imigrantes ilegais. Mas, sim, é mesmo verdade.  
… Que o Departamento de Justiça tenha contratado, para dar aulas a muçulmanos numa prisão federal do Maryland, Fouad ElBayly, imã egípcio que em 2007 afirmou que Ayaan Hirsi Ali deveria morrer por ter criticado o Islão. Mas, sim, é mesmo verdade.
… Que Josh Earnest tenha (re)afirmado que a actual administração, de que é o porta-voz principal, é a «mais transparente» da história dos EUA. Mas, sim, é mesmo verdade… e é para rir. Aliás, uma semana depois, a Associated Press noticiava que havia sido batido um recorde na «recusa (atraso na entrega) e censura de documentos governamentais».
… Que Hillary Clinton não tenha querido responder a perguntas de jornalistas numa cerimónia de entrega de um prémio de jornalismo (Toner para Excelência em Reportagem Política) e, que mesmo assim, tenha sido aplaudida por aqueles depois de proferir um discurso em que brincou com (e tentou desvalorizar) a sua utilização irregular e até ilegal de um servidor próprio e de contas de correio privadas para tratar de assuntos enquanto secretária de Estado. Mas, sim, é mesmo verdade.  
… Que Barack Obama, durante uma conferência de imprensa em Washington com Mohammad Ghani, o novo presidente do Afeganistão, lhe tenha chamado «(Hamid) Karzai», o nome do antecessor. Mas, sim, é mesmo verdade.
… Que Tim Cook, homossexual assumido, condene (tal como outros hipócritas e ignorantes) a lei de liberdade religiosa recentemente aprovada no Indiana enquanto a Apple, de que ele é responsável máximo, continua a fazer negócios com países em que os LGBT podem ser, e são, executados judicialmente. Mas, sim, é mesmo verdade.