domingo, 31 de maio de 2015

A «troca da prioridade de topo»

No Obamatório são vários os jornalistas, comentadores, especialistas, que têm presença habitual, sendo as suas opiniões, os seus textos, as suas intervenções citadas e alvo de hiperligações. Um deles é Ben Shapiro, cujo recente artigo na Breitbart, intitulado «O partido da grande tenda colapsa» merece uma atenção especial…
… E não tanto pela crítica que nele se faz à – excessiva, segundo o autor – diversidade de posições dos candidatos (tanto os já declarados como os que, supostamente, ainda se vão declarar) à nomeação para Presidente dos Estados Unidos da América pelo Partido Republicano. Ben Shapiro considera e analisa as características de Rand Paul, Ted Cruz, Mick Huckabee, Marco Rubio, Scott Walker, Jeb Bush, Ben Carson, Carly Fiorina e Lindsey Graham, e pergunta: «O que têm estes candidatos em comum? Realmente, nada». Não é verdade, e mais adiante rebaterei esta asserção… mas o mais interessante deste texto vem logo a seguir: «E essa é a questão: não que eles não sejam sinceros ou estejam a fingir para ter votos – embora alguns deles estejam – mas representam eleitorados bizarramente aglomerados que se mantêm juntos, em muitos casos, por conveniência. Já os democratas aperfeiçoaram a arte da “troca da prioridade de topo”: para os hispânicos, supostamente, a prioridade de topo é a imigração ilegal, e assim os negros devem ser relegados para trás neste assunto; para os negros, supostamente, a prioridade de topo é, são, os subsídios governamentais, e assim os mais abastados devem ser relegados para trás neste assunto; para os gays, a prioridade de topo é o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e assim os hispânicos e os negros devem ser relegados para trás neste assunto; para as elites ricas das costas, a prioridade de topo é o ambientalismo, e assim todos os outros devem ser relegados para trás neste assunto. O resultado é um partido com uma coligação coerente de esquerdismo extremo»…
… Ou, por outras (minhas) palavras, e o que não é uma novidade, um partido rigidamente estratificado, fortemente hierarquizado, tendencialmente – ou mesmo declaradamente – totalitário, em que o «colectivo» (cuja definição, de facto, vai variando consoante as circunstâncias e as exigências) se sobrepõe sempre ao indivíduo. Entretanto, e ainda segundo Ben Shapiro, «com os republicanos, nenhuma coligação desse tipo existe. Os estabelecidos ("establishment republicans") recusam-se a reconhecer a prioridade de topo para os evangélicos, que é o aborto, e a prioridade de topo para o Tea Party, que é o fim dos subsídios tanto para os indivíduos como para as empresas; os evangélicos recusam-se a reconhecer a prioridade de topo para os libertários, que é o afastamento governamental em assuntos como as drogas, e a prioridade de topo para os estabelecidos, que é a desregulação. O Partido Republicano é, por outras palavras, uma barafunda ("mess")»…  
… Mas é precisamente essa «barafunda» que torna o GOP um espaço de verdadeira liberdade e de autêntica diversidade que, ao contrário do que décadas de desinformação e de propaganda dos dois lados do Atlântico querem fazer crer, não existe nos «demoncrats» (ou, se preferirem, «democraps»). E, sim, há convicções, princípios, valores, que unem – ou que deveriam unir – todos os republicanos: o respeito pela Constituição, e em especial as suas duas primeiras emendas, que democratas querem cada vez mais relativizar ou mesmo anular; a desconfiança e até o desprezo por um governo, um poder central, desmesurado; o combate ao racismo, cuja expressão máxima, a escravatura, esteve aliás na origem da formação do partido; a defesa do casamento normal e tradicional, outro dos factores basilares, logo em meados do século XIX, do PR – então contra a poligamia e agora contra o «casamento gay», que alguns supostos «conservadores», talvez «esquecidos» da (honrosa) história do partido de Lincoln, decidiram levianamente apoiar.
Enfim, se é esta a «coesão» da esquerda, é sempre preferível a «confusão» da direita. No Partido Democrata o crime é a regra; no Partido Republicano o crime é a excepção.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O drama de Obama (Parte 2)

(DUAS adendas no final deste texto.)
Tal já havia acontecido antes, mas ver e (sobretudo) ouvir um (outro) democrata – de alguma nomeada – a criticar o actual presidente é algo que tem vindo a repetir-se recentemente com alguma insistência.
É o caso de Tulsi Gabbard, representante do Havai, veterana da guerra no Iraque, que há uma semana voltou a criticar a estratégia (ou a falta dela) da actual administração para lidar com o ISIS, e a relutância em utilizar a expressão «Islão radical». As suas preocupações, e as de outros (tanto democratas como republicanos), decerto aumentaram e ganharam maior justificação nos últimos dias com a notícia da tomada da cidade de Ramadi pelas «forças do (bárbaro, brutal) Califado», que dista apenas cerca de 100 quilómetros de Bagdad… e com a «reacção» (ou falta dela) da Casa Branca: Josh Earnest afirmou que tem sido «um sucesso» a actuação dos EUA em relação ao ISIS, e que não se deve «incendiar o cabelo de cada vez que há um contratempo». Enfim, uma contínua atitude de negação que vem dar razão à sugestão de Liz Cheney: a de, em vez de se perguntar aos candidatos republicanos para presidente se, sabendo-se agora o que se sabe, se invadiriam o Iraque de Saddam Hussein, perguntar a Barack Obama e a Hillary Clinton se, vendo actualmente o avanço dos «homens de negro» de Alá e as matanças feitas por eles, teriam retirado todas as tropas daquele país em 2011…       
Outro tema de âmbito internacional, embora ao nível «civil», que causou um conflito entre o Nº 44 e bastantes dos seus camaradas no Congresso é o acordo de comércio que aquele quer estabelecer com países da Ásia, denominado «Trans-Pacific Partnership»… e que foi, está, bloqueado no Senado não tanto por acção de republicanos mas sim de democratas! O motivo oficial desta relutância é o da perda de postos de trabalho por parte de trabalhadores norte-americanos mas, na verdade, é a consequente redução do poder dos sindicatos, habituais aliados dos «burros»… Josh Earnest, mais uma vez, desvalorizou a situação e usou de eufemismos, classificando-a como uma «barafunda processual» («procedural snafu»). Porém, esta disputa originou um incidente «secundário» que pode até ter revelado uma tensão principal: tanto Sherrod Brown, senador (D) do Ohio como a Organização Nacional das Mulheres (insuspeita de simpatias direitistas) consideraram «sexista» a atitude de Barack Obama de se referir a Elizabeth Warren, a senadora do Massachusetts que é uma das mais veementes opositoras do acordo comercial, como… Elizabeth! Novamente Earnest veio tentar pôr ordem nas hostes, como que exigindo a Brown um pedido de desculpas ao presidente que, tanto quanto se pode apurar, (ainda) não aconteceu.
Para «piorar» ainda mais o panorama, Martin O’Malley, ex-mayor de Baltimore e ex-governador do Maryland que, com a «bênção» de Bill Clinton, estará a preparar-se para juntar-se a Bernie Sanders na corrida contra Hillary na nomeação presidencial democrata, afirmou, igualmente há cerca de uma semana, que o governo federal falhou na tentativa de evitar o declínio das (grandes) cidades americanas, estando estas piores do que há oito anos. São (pequenos?) «dramas» representados pelos seus próprios correligionários que o Sr. Hussein bem dispensaria nesta altura. No entanto, e longe de ser, como já se verificou, o «no drama Obama» que alguns chegaram a apregoar, Barack continua a promover não a união mas a divisão, a alimentar controvérsias, a fomentar conflitos irrelevantes e mesmo imaginários…
… Como as cíclicas alusões (e acusações) à Fox News, indignas de alguém na sua posição, mas que vários funcionários e colaboradores – um, dois, três, quatro exemplos – daquela estação agradecem pela publicidade grátis. Como a admoestação aos que preterem as escolas públicas e colocam os filhos em escolas privadas… «esquecendo-se», desavergonhadamente, que ele próprio frequentou as segundas e que tem as filhas numa delas. Como a permanente obsessão – que é, afinal, o cerne, ontem como hoje, do Partido Democrata – pela(s) raça(s) e pelo racismo, aumentando uma desconfiança e uma divisão que se diria que estavam (quase) extintas, e em que até a sua «cara-metade» participa uma e outra vez. Como a reiterada – e ridícula – asserção de que as alterações climáticas (significando «aquecimento global antropogénico) são reais, que negá-las representa uma «renúncia ao dever» («dereliction of duty») e que causam tudo e mais alguma coisa, incluindo o (recrudescimento do) terrorismo. Enfim, do «drama» passou-se à «comédia». E bem rasca.
(Adenda - … E a «comédia rasca» continua, com piadas de um mau gosto cada vez pior. Não fui só eu a lembrar-me: também Charles Krauthammer e outros observadores atentos e de boa memória pensaram no famigerado «Bagdad Bob» (Muhammad Saeed al-Sahhaf, ministro da Informação de Saddam Hussein aquando da invasão do Iraque) ao ouvirem Josh Earnest e o próprio Barack Obama continuarem a negar que o ISIS está a ganhar a (mais recente) guerra no Iraque (e na Síria). A (má) teimosia é tanta que Richard Engel, jornalista da NBC (outra organização insuspeita de direitismo) afirmou que é uma «definição de estupidez» a manutenção da mesma «estratégia» por parte da Casa Branca.
(Segunda adenda – Até Shepard Fairey, o artista que desenhou o famoso cartaz «Hope» a partir de uma fotografia de Barack Obama, está agora desiludido e frustrado com aquele que retratou e apoiou. E ele tem razão ao dizer que muitos norte-americanos são não-educados, complacentes, ignorantes e preguiçosos: a prova disso é que, em 2008 e 2012, elegeram o Sr. Hussein.)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cambada de cobardes

(Uma adenda no final deste texto.)
«Todas as religiões são iguais, mas há religiões que são mais iguais do que outras». Parafraseando George Orwell, esta poderia ser a principal conclusão – não surpreendente – do atentado (felizmente) falhado ocorrido em Garland, no Texas, há uma semana. E falhado porque, no que respeita a armas em quantidade e em qualidade disponíveis e prontas a utilizar, os EUA, e em especial o Texas, não são como a Europa…
Dois candidatos a jihadistas foram mortos por um só polícia do «Lone Star State» quando tentaram atacar os participantes num encontro sobre liberdade de expressão e (contra) o extremismo islamita… e que constituiu igualmente uma convenção, e um concurso, de caricaturistas de Maomé. E qual foi a reacção de muitos na comunicação social, e não só? Criticaram como «provocadora» e «incentivadora de ódio» a organizadora do evento, Pamela Geller. Mais do que uma cambada de cobardes, são hipócritas que não hesitam nos seus impulsos iniciais, que não param para pensar que, provavelmente, as posições que tomam acabam por ser contraproducentes relativamente aos «valores» que têm como verdadeiros… Ben Shapiro e Rush Limbaugh foram dos que primeiro e mais acertadamente denunciaram e desmontaram a – habitual, e cada vez mais histérica – dualidade de critérios. O primeiro, editor na Breitbart, lembrou que «os mesmos membros dos media que lamentaram os horrores das caricaturas de Maomé (…) esta(va)m perfeitamente felizes em usar o poder do governo para tomar como alvo qualquer comerciante que se recus(ass)e a prestar serviços a um casamento entre pessoas do mesmo sexo.» No mesmo «comprimento de onda» o segundo, famoso radialista, com perspicácia, perguntou: «se vamos respeitar e obedecer a leis sobre desenhar caricaturas do profeta, não temos de respeitar o que o Islão diz sobre homossexualidade e as mulheres?»
Já John Nolte foi mais abrangente e acutilante na reacção àqueles que, como disse Benjamin Franklin, estão dispostos a prescindir da liberdade para obter (um pouco de) segurança, e acabam por não ter nem merecer nem uma nem outra. E demonstrou que, sim, Jesus Cristo insultou mais (um)a religião do que Pamela Geller, e que, sim, o que ela organizou em Garland não é fundamentalmente diferente do que Martin Luther King organizou em Selma. Nolte também fez, no que foi acompanhado por Alex Griswold, pontaria especial contra o New York Times, jornal que elogiou «elevadas» expressões artísticas como «The Death of Klinghoffer», «Piss Christ» e «The Book of Mormon», mas que para uns desenhos de Maomé já não mostra o mesmo entusiasmo. Lá está, é o que dá nem os cristãos (incluindo os mórmons) nem os judeus terem o hábito de assassinar quem ofende as suas religiões… Tal como o NYT, também a AP, a CNN e o WP pareceram ficar surpreendidos por Geller não ter pedido desculpa, ou mesmo lamentado, os dois mortos que a sua iniciativa «causou» (!)… o que equivale, na práctica, a culpar a mulher que foi violada por usar uma saia curta. A Lena Dunham é que não fizeram semelhante sugestão… Previsivelmente, da (MS)NBC vieram igualmente – uma, duas, três, quatro – demonstrações de «dhimmitude»… e, incrivelmente, também da Fox News: Geraldo Rivera, Greta Van Susteren, Juan Williams, Laura Ingraham e Bill O’Reilly cederam desta vez ao medo, tentando disfarçá-lo com a desculpa de que é inútil, e prejudicial, ofender (tant)os muçulmanos…       
… Porém, quantas vezes são precisas dizer, repetir, o óbvio? Os terroristas muçulmanos não precisam de pretextos, de «provocações», para atacarem, para destruírem e para matarem. Acaso os civis que estavam e/ou que trabalhavam nas torres gémeas do World Trade Center em 2001 tinham insultado o Islão e o seu profeta? E os que participavam e assistiam na/à maratona de Boston em 2013? E, já agora, os utentes de transportes públicos, autocarros, comboios, metropolitanos, em Madrid em 2004 e em Londres em 2005? Se um bully, ou um tirano, diz que não se deve fazer algo, então aí é que se tem mesmo de fazer, em especial nos EUA, onde a Primeira Emenda é, como não se cansou de repetir Megyn Kelly na semana passada, um princípio central, fundamental, sagrado. Que deve ser respeitado apesar das «birras» que possam fazer (e fazem muitas) organizações para-criminosas como o CAIR – que, claro, quer restringir a liberdade de expressão – ou o SPLC – que mais não faz do que acusar de «hate group» qualquer instituição não esquerdista…
… Tal como a Iniciativa de Defesa da Liberdade Americana, dirigida por Pamela Geller, que até em Portugal é identificada como sendo «anti-Islão» e «islamófoba». No entanto, ao realizarem uma exposição com caricaturas de Maomé, a AFDI nada fez de diferente do que o Charlie Hebdo fez; são (foram) os caricaturistas (os vivos e os mortos) do jornal satírico francês também «anti-Islão» e «islamófobos»? Quem tem, sim, «fobias» - aos direitos humanos, em especial as liberdades de expressão e de religião - são (muit)os muçulmanos.
(Adenda – Outro cobarde, e patético: Dean Obeidallah (cujo nome parece significar «obedecer a Alá»!) não só pensa, e afirma, que a ideia de «Islão radical» é «inventada», como decide promover um concurso subordinado ao tema «Desenhe o seu islamófobo favorito». Como vários já salientaram, não é de esperar que apareçam… «islamófobos» a tentarem assassiná-lo e aos eventuais concorrentes. Entretanto, no Texas, Estado que albergou as alegadamente «odiosas» caricaturas de Maomé, uma família muçulmana foi acusada de dois homicídios e de outros crimes… de autêntico ódio, pela intolerância manifestada, e pelo desrespeito às leis dos EUA em particular e aos valores ocidentais em geral, que muitos seguidores de Alá continuam a rejeitar.) 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Sem classe

(Uma adenda no final deste texto.)
Enquanto tal nem seria necessário, mas os motins ocorridos em Baltimore na semana passada – motivados alegadamente por mais um caso de um cidadão negro, Freddie Gray, morto por polícia(s) em circunstâncias (ainda) não esclarecidas – são mais um exemplo de como as políticas (ou falta delas) económicas e sociais dos democratas conduzem habitual e invariavelmente à decadência e à falência das cidades, dos Estados… e, eventualmente, do próprio país, quando sob a direcção dos «burros».
Como referiu, e muito bem, John Nolte, o que acontece(u) na maior cidade do Estado do Maryland não é um problema da América mas sim dos democratas. Desde 1967 que Baltimore só tem mayors «azuis»; a actual é afro-americana, e uma das suas primeiras reacções aos motins foi afirmar que os desordeiros precisavam de «espaço para destruir»; todos os actuais 15 membros do conselho da cidade são democratas, e nove deles são negros; o chefe da polícia é negro, e comanda uma força em que as minorias são… a maioria; o caso desta urbe é muito semelhante ao de Detroit, sem republicanos a dirigi-la há ainda mais tempo, e que entretanto faliu… devido a altos impostos que afastaram famílias e empresas, gastos excessivos, cedências constantes aos sindicatos, corrupção continuada, e uma prevalência da assistência social que desincentiva a coesão das famílias, o que é uma consequência permanente do programa «Grande Sociedade» lançado por Lyndon Johnson na década de 60. E trata-se, enfim, de uma questão moral, ética, legal: se quer-se protestar contra a morte de uma pessoa – que, note-se (e isto não desculpa nem justifica o que lhe aconteceu), tinha um considerável cadastro – para quê assaltar e destruir lojas cujos proprietários nada tiveram e nada têm a ver com o sucedido? Não é esta a lição, não é este o legado de Martin Luther King.   
Como seria de esperar, a situação em Baltimore só começou a acalmar quando um republicano interveio; mais concretamente, Larry Hogan, recém-eleito e empossado governador do Maryland, que admitiu que esperou mais do que pensava pelo pedido de ajuda da mayor. E todos os EUA só deverão recuperar quando Barack Obama deixar de ser presidente e alguém do GOP ocupar a Casa Branca: demonstrando mais uma vez que os democratas não aprenderam e não querem aprender, o Nº 44 culpou mais uma vez… os republicanos, que não querem «investir maciçamente nas comunidades urbanas», ecoando assim os pensamentos de muitos dos seus «camaradas», entre os quais Steny Hoyer, que acredita que a solução para Baltimore passa por mais «investimento em infra-estruturas e habitações adequadas». Porém, é isso que tem acontecido, e os resultados (ou falta deles) estão à vista de todos…
… De todos excepto dos «progressistas», a começar pelo Sr. Hussein, que insiste(m), pelo contrário, que «nós sabemos que as ideias deles não funcionam», e que é «apenas demagogia (“just spin”)» os republicanos dizerem que querem ajudar as famílias da classe média. No entanto, Joe Biden declarou, um dia antes, que «a classe média está a ser morta, na pior forma desde os anos 20». Mas então… não é ele e o seu chefe que «mandam» no país, e no governo federal, há mais de seis anos? Outra prova conclusiva – mas que nem seria necessária – de que a alegada, tão propalada, papagueada (também em Portugal por certos «comentadores») «recuperação económica» realizada pela actual administração norte-americana é fictícia: o próprio Barack Obama viu-se obrigado a confirmar isso mesmo! Ao nível económico (e não só) a comparação entre a sua presidência e a de Ronald Reagan é-lhe, sem surpresa, desfavorável. Os prognósticos optimistas não se confirmam. Os números da taxa de desemprego continuam a ser subavaliados ou mesmo deturpados, mas há ainda quem esteja disposto a dar o benefício da dúvida à actual administração...
Assim sendo, o que fazer? Talvez retomar e reforçar a solução original – e final? – de Barack Obama de «espalhar a riqueza em volta» («spread the wealth around»). Afinal, e como disse Michael Eric Dyson, os motins em Baltimore deveram-se principalmente à inexistência de uma «distribuição equitativa» de capital. Antes, Joe Biden já falara da necessidade de se proceder a uma «emancipação» dos «um por cento» em relação à riqueza que injustamente concentram. E depois admirem-se quando se diz que os democratas são comunistas disfarçados (ou nem tanto…) Na verdade, os mais abastados já pagam bastantes impostos. E, para se continuar a dar biliões de dólares a empresas estrangeiras de «energia verde», muito provavelmente vão ter de pagar mais.
(Adenda – Quando republicanos, conservadores, como Ted Cruz afirmam que Barack Obama «inflamou as relações raciais» e aumentou a divisão entre norte-americanos em vez de a diminuir, defraudando assim as esperanças que muitos tinham (eu não) aquando da sua eleição, não faltam os democratas, liberais, que protestam indignados. Porém, é o próprio presidente a dar razão aos seus críticos quando, também a propósito dos motins em Baltimore, declara que «não há disputa», não há dúvida de que homens negros (e latinos) «têm a experiência de serem tratados diferentemente» pelos agentes da lei. Não existe, evidentemente, qualquer prova disso, e se há desproporção, ela tem origem no número desproporcionado… de crimes cometidos por afro-americanos. Consequências, por sua vez, das desastrosas politicas «progressistas» implementadas não só em Baltimore mas também, concretamente, nas outras nove cidades mais segregadas dos EUA, nas quais – obviamente! – os democratas não só detêm actualmente o cargo de mayor como também se sucedem nele há décadas. Entretanto, o facto de a maior cidade do Maryland ter sido beneficiária de 1,8 biliões de dólares decorrentes do famigerado – e fracassado - «programa de estímulo» promovido pelo Sr. Hussein vem desmentir a asserção (a mentira?) deste de que o problema está na «falta de investimento» nas comunidades urbanas. De qualquer forma, seja bem ou mal aplicado, o dinheiro necessário para essas acções vem dos impostos dos contribuintes… mas existem notórios esquerdistas como um colaborador nazi e criminoso de guerra e quatro apresentadores de um canal de cabo que devem ao IRS quantias de milhares, milhões ou até biliões (!) de dólares apesar de regularmente e hipocritamente apelarem a que os mais ricos contribuam com a sua «fair share».)