quinta-feira, 25 de junho de 2015

Em que planeta é que ele vive?

(Uma adenda no final deste texto.)
Apesar de não ser nem se assumir como independente, Charles Krauthammer é reconhecido dos «dois lados da barricada» como um analista competente, inteligente, sensato, pouco ou nada dado à hipérbole. Por isso, quando ele se interroga «em que Mundo, em que planeta é que ele (Barack Obama) vive», o motivo só pode ser sério. A causa desta interrogação? A afirmação, feita no início deste mês de Junho pelo presidente, de que os Estados Unidos da América são presentemente «o país mais respeitado da Terra»!
O colunista do Washington Post e comentador da Fox News procedeu depois à enumeração dos casos, dos exemplos, que demonstram precisamente o contrário. Mas nem seria preciso, pois eles são sobejamente conhecidos e indesmentíveis; Mark Steyn é outro observador atento que conhece as circunstâncias expõem a actual, e lamentável, «irrelevância» dos EUA. Além de que tal é sempre uma tarefa fútil porque, para a esquerda em geral, e para o Partido Democrata «dos Pinóquios» e o Sr. Hussein em particular, a imaginação (e a utopia) é sempre mais forte do que a realidade. Nem que os factos «entrassem pelos olhos dentro» ou que fossem enfiados pelo… enfim, nem assim seria suficiente. Porém, e obviamente, nem todas as instâncias ilusórias se caracterizam por um obstinado, patético, voluntarista «triunfo da vontade»: há também aquelas marcadas pela mais óbvia e descarada mentira…
… Em que, entre as mais recentes (são já tantas desde 2009!), se destacam ainda: a de que um dos seus «princípios fulcrais» («core principles») é o de nunca promover políticas que «dividem as pessoas» - tanto que é risível e falso que, esta semana, e na sequência do ataque de um jovem extremista-racista-terrorista a uma igreja em Charleston que matou nove pessoas, da parte do Nº 44 não se resistiu a insinuar que a culpa, ou parte dela, é dos que defendem a Segunda Emenda (o que, claro, não é verdade); e a de que (igualmente relacionada com o atentado na Carolina do Sul) «este tipo de violência de massas não acontece em outros países avançados» - na França e na Noruega haverá quem discorde, além de que no Brasil e no México provavelmente se irritarão por não serem considerados «avançados».
Há mais, evidentemente, e talvez «melhores» (ou piores, consoante a perspectiva…) Como a de que o «ObamaCare» é uma «parte crítica» (na verdade, é, tem sido, muito criticada… ;-)) na sua tentativa de «restaurar a promessa básica da América»; é difícil, se não impossível, discernir em que é que uma iniciativa que nacionaliza o sector da saúde, que penaliza quem não adquirir um seguro, aprovada com base numa premissa falsa («se gostar… poderá mantê-lo») e que subverte o relacionamento dos diferentes Estados com o governo federal segue o «espírito» do Pais Fundadores…  Neste âmbito, precisamente, a decisão hoje anunciada por parte do Supremo Tribunal dos Estados Unidos de considerar constitucional – contrariando o próprio enunciado do «(un)Affordable Care Act»! – a concessão de subsídios federais em Estados que não instituíram o seu próprio sistema de (c)ACA acaba por constituir a mais recente, e mais grave, das «histórias de horror» relativas ao «ObamaCare» que o Sr. Hussein assegurou que não têm sido ouvidas ultimamente – na verdade, existem, e de sobra, só que ou não lhas contam ou ele não quer ouvir…
Barack Obama poderá, mentalmente, viver em «outro planeta»; todavia, a sua (má) ideologia, a sua incompetência, a sua imaturidade, estão a prejudicar seriamente este em que vivemos, a começar pelos EUA. As sondagens mostram-no (George W. Bush, recorde-se, já é mais popular do que ele!), o New York Times – reflectindo certamente o que muitos na «lamestream media» pensam mas não ousam verbalizar – condena a sua «cultura de não-resposta», e vários dos seus «camaradas» (no Congresso e não só) culpam-no de ter «alienado» alguns deles… Enfim, nada que já não tivéssemos reparado.
(Adenda - Até Jimmy Carter admite, e afirma publicamente, que com o Nº 44 «a influência, prestígio e respeito dos EUA no Mundo é provavelmente menor do que há seis ou sete anos»... ou seja, quando «W» estava na Casa Branca!) 

2 comentários:

Jana B disse...

Octávio, sou sua leitora já há alguns anos e espero que você não delete o blog após, finalmente, o sr. Hussein sair da Casa Branca - e, esperemos, substituído por um republicano. Seu arquivo é maravilhoso!

Além dos livros que estão exibidos no blog, o que você recomendaria sobre história da política americana?


Obrigada.

OCTÁVIO DOS SANTOS disse...

Cara Jana, antes de mais muito obrigado pela atenção e pelo interesse que dá a este meu espaço, e já há algum tempo... e não se preocupe: da minha parte não há qualquer intenção de apagar o Obamatório. Tenho, na verdade, consciência de que, com o passar dos anos, o seu valor poderá aumentar pelos testemunhos que nele tenho vindo a acumular.

Quanto a fazer(-lhe) recomendações de leitura, isso já é mais difícil... O meu próprio contacto, e aprendizagem, com/(d)a História dos EUA fez-se quase sempre com base na comunicação social, na imprensa, no audiovisual, até mesmo no entretenimento... áreas que vieram a congregar-se na Internet. Enfim, diria que é conveniente diversificar as fontes... e nunca acreditar cegamente em tudo o que se lê e/ou ouve, em especial se for em «segunda mão».