segunda-feira, 27 de julho de 2015

É a «flexibilidade», lembram-se? (Parte 2)

(DUAS adendas no final deste texto.)
Foi – e ainda é – um dos momentos marcantes, mais memoráveis, dos debates televisivos entre Barack Obama e Mitt Romney para a eleição presidencial de 2012: criticando a asserção do candidato republicano de que a Rússia era – aliás, continuava a ser – o principal rival («foe») geoestratégico dos EUA, o presidente, considerando-a errada… e antiquada, saiu-se com esta: «os anos 80 ligaram, querem a sua política externa de volta».
Três anos depois, ocorre um facto notável – e que, obviamente, não foi practicamente noticiado nos órgãos de comunicação social de «referência»: a 9 de Julho o General Joseph Dunford, nomeado pela Casa Branca para substituir o general Martin Dempsey como chefe do Estado Maior das Forças Armadas norte-americanas («chairman of the Joint Chiefs of Staff»), declarou, numa audiência de confirmação no Senado, que a Rússia é «a maior ameaça à nossa segurança nacional». Uma opinião, e uma posição, que seria reiterada nas semanas seguintes por (pelo menos) dois outros militares em funções de chefia, os generais Mark Milley e Paul Selva.
Não se sabe se o Sr. Hussein reconheceu entretanto que o seu opositor em 2012 estava certo, e se as suas escolhas para cargos castrenses reflectem essa mudança, ou se estes homens de armas, apesar de apontados por ele, têm e revelam um pensamento próprio. Porém, eles mais não fazem do que reagir à realidade. E não só por causa da invasão da Ucrânia e da anexação da Crimeia: em Abril e em Maio surgiram notícias de que Moscovo teria ordenado ataques informáticos à Casa Branca – mais concretamente, ao correio electrónico de BHO! – e ao IRSTambém há dois meses foi relatado que a actual administração estaria a considerar aplicar «punições» à Rússia por esta violar continuamente os tratados sobre armas nucleares assinados pelos dois países. Tudo isto considerado, não surpreende que o próprio «arquitecto» do famigerado – e falhado - «reinício» («reset») das relações protagonizado por Hillary Clinton, o então embaixador em Moscovo Michael McFaul, acredite agora que aquela não foi propriamente uma boa iniciativa… e não deve ser repetida. No entanto, a «culpa» não foi dele mas sim de quem prometeu a Vladimir Putin que teria mais «flexibilidade» caso fosse reeleito em 2012…
… O que, infelizmente (e injustamente), aconteceu, privando os EUA de terem um presidente verdadeiramente experiente, com bom carácter, competente, que ama de facto o seu país, e perspicaz: na verdade, não foi unicamente quanto à Rússia que Mitt Romney fez uma previsão que se revelaria acertada: também o fez quanto à China. Há quatro anos, aquando de um dos primeiros debates presidenciais (com os seus rivais do GOP), o ex-governador do Massachusetts alertou pela primeira vez para o facto de já então chineses estarem a atacar computadores – empresariais e governamentais – norte-americanos, roubando informações e propriedades intelectuais. Um alerta que foi previsível e generalizadamente ridicularizado à esquerda… incluindo Katherine Archuleta, directora do Gabinete de Gestão Pública, que classificou o nomeado republicano como uma pessoa com «um conhecimento reduzido do que se passa no século XXI». Pois bem (ou mal), neste ano descobriu-se que aquela senhora e aquele (muito importante) organismo do governo federal permitiram que, efectivamente, sistemas informáticos estatais sob a sua alçada fossem invadidos por hackers do «Império do Meio»… mas a incompetência não se limitou a não implementarem as protecções adequadas: também, imagine-se, concederam a manutenção daqueles sistemas a empresas chinesas, aos quais providenciaram os respectivos meios de acesso! Eu poderia dizer que este constitui o exemplo mais extremo, o ponto mais baixo, da estupidez e da irresponsabilidade «obamistas», mas não o digo... convictamente e agora, porque falta ano e meio numa presidência desastrosa, catastrófica, para os EUA, e sabe-se lá o que ainda pode acontecer...
O cuidado que se deve (devia) ter com a China e com a Rússia não se justifica por aqueles dois países serem, por eles próprios, (enormes) ameaças para os norte-americanos: é por eles poderem dar – e de facto dão – ajuda a outros inimigos daqueles. Tal como o Irão: em Abril último foram noticiados dois acordos, um de Moscovo e outro de Pequim, com Teerão; o primeiro sobre a venda de mísseis terra-ar e o segundo sobre a (colaboração na) construção de (cinco novas) centrais nucleares; entretanto, e igualmente naquele mês, também houve alguém na Califórnia interessado em exportar tecnologia de ponta para a terra dos «ai-as-tolas» mas foi preso pelo FBI… Enfim, apenas «aperitivos» do que viria a ser o – perigoso e vergonhoso – «acordo» com o Irão alcançado este mês… que não vai impedir aquele país de obter armas nucleares, que obriga Washington a defender Teerão de Tel-Aviv (!), que estipula que as inspecções são feitas com um aviso prévio de 24 dias e nos locais escolhidos pelos iranianos, que não proporcionou a libertação dos (quatro) norte-americanos presos naquele país. No entanto, para melhor se ter a certeza de quanto o «acordo» é mau não se ouçam os seus opositores mas sim os seus defensores: Barack Obama disse que ele «não está dependente de o Irão começar a actuar de repente como uma democracia liberal»; Susan Rice disse que «devemos esperar» que parte dos (acrescidos) meios financeiros agora ao dispor do Irão sejam aplicados não só nas forças armadas daquele mas também no (reforço do) apoio a actividades terroristas; Joseph Dunford (ele outra vez) disse que a morte de cerca de 500 militares dos EUA no Afeganistão e no Iraque podia atribuir-se ao Irão…
… O que aliás está em consonância com o – constante, não contido – apelo, e objectivo, do regime de Teerão de «morte à América» (e a Israel), entoado em coro nos comícios do «ai-a-tola» Khamenei. Bem pode queixar-se John Kerry de que tais palavras de ordem «não ajudam» e são «bastante estúpidas», tanto mais depois das assinaturas rubricadas em Viena; todavia, é (mais um)a consequência de a actual administração, a começar pelo seu chefe, mostrar demasiada «flexibilidade» para com criminosos nacionais e estrangeiros, ditadores e terroristas.
(Adenda – Barack Obama é «arrogante» e «profundamente ofensivo» na sua defesa do acordo com o Irão, diz Joe Scarborough? Não, que ideia! ;-) Aliás, «nunca» o Sr. Hussein foi arrogante e ofensivo durante a sua presidência. Agora, verdadeiramente «ofensiva» - para os democratas (mas não só) – foi a afirmação de Mick Huckabee de que, com este acordo, BHO está a conduzir os israelitas para o «forno». De onde é que ele poderia tirar esta ideia «absurda», da qual ele não só não se arrependeu como até reiterou? De certo que «não» é das – repetidas – declarações de líderes religiosos, civis e militares iranianos que continuam a querer «apagar» Israel do mapa… e, aparentemente, a «convidarem» o Sr. Hussein a cometer suicídio; enfim, são de facto parceiros nos quais se pode «confiar»… tanto que Ashton Carter, secretário da Defesa, acredita que Teerão continua(rá) a ser o principal apoiante mundial do terrorismo – aliás, o caso mais recente neste âmbito ocorreu no Bahrain, com as autoridades deste país a acusarem o Irão de estar por detrás de um atentado bombista a uma escola feminina a 28 de Julho último. Apesar de tudo, e conforme confirmou John Kerry, com os «ai-as-tolas» celebraram-se «(sub)acordos laterais secretos» que a generalidade dos norte-americanos não tem autorização de conhecer.)
(Segunda adenda – Mais dois exemplos de como a «flexibilidade» passiva dos EUA induzida por Barack Obama, pela sua administração e pelo Partido Democrata possibilitou, e continua a possibilitar, a «flexibilidade» activa da China e da Rússia: hackers desta utilizaram, para atingir computadores do governo federal norte-americano, fotografias colocadas no Twitter (!); e hackers daquela, além de penetrarem nos sistemas de departamentos estatais e de seguradoras, também o fizeram nos da United Airlines.)   

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Transformados fundamentalmente

(Uma adenda no final deste texto.)
Não há qualquer dúvida quanto a isso, e não deve haver qualquer problema (eu não tenho) em assumi-lo, em reconhecer que é verdade… infelizmente: Barack Obama conseguiu cumprir a sua promessa de 2008 e os Estados Unidos da América estão hoje, foram, efectivamente, transformados fundamentalmente. Não para melhor, evidentemente. Não que essa transformação seja aceite pela maioria dos norte-americanos, que não é. Não que tal tenha acontecido de uma forma legítima, legal, normal – pelo contrário, aconteceu através da manipulação e do abuso de poder, da mentira e do crime. Não que, porém, a transformação seja definitiva – tal dependerá principalmente, mas não só, de quem vencer a eleição presidencial de 2016. No entanto, a imagem da Casa Branca iluminada com as cores do arco-íris, em celebração do «casamento» - e do comportamento – homossexual, constitui um símbolo, e uma demonstração, de que muito mudou e de uma forma que até há pouco tempo não se imaginaria – aliás, muitos não imaginariam – possível.
Todavia, a transformação verificada não condiz, na verdade, com a que foi prometida pelo Sr. Hussein durante a mesma campanha eleitoral de há sete anos, sendo cada vez mais saliente a diferença entre o senador Obama e o presidente Obama: em vez de diminuir, a dívida pública aumentou; em vez de melhorar, a transparência na administração pública piorou… para índices nunca antes vistos, havendo mesmo quem considere o Nº 44 como «a coisa mais próxima de Nixon»; em vez de unificar, o marido de Michelle dividiu o país e os seus habitantes, usando, tal como os seus «camaradas», uma retórica agressiva e provocatória contra os republicanos como estando sempre em «modo de campanha». Para ele, com efeito, só as «black lives matter», e não são todas: principalmente, as de criminosos como Trayvon Martin, Michael Brown e Freddie Gray, que mereceram reconhecimento da Casa Branca, mas não Kate Steinle, branca assassinada por um imigrante ilegal que São Francisco não quis entregar às autoridades federais por ser uma «cidade-santuário» para criminosos… não que a actual administração se preocupe muito com isso, muito pelo contrário… tal como o «Don´t Ask, Don’t Tell» e o «Defense of Marriage Act», é mais uma iniciativa de Bill Clinton que Barack entende que não é obrigatório respeitar. Aliás, Jim Webb, ex-senador e actual candidato presidencial, não se reconhece no actual Partido Democrata, que considera já não ser o seu por se ter deslocado demasiado para a esquerda.  
Enfim, e insisto uma vez mais, não faltam exemplos de como o PD é uma organização criminosa, que promove, practica e premeia o crime, também por ter transformado fundamentalmente os EUA numa nação em que a aplicação das leis é selectiva, aleatória, condicionada pelos interesses e pelas conveniências do momento… ou seja, as dos «progressistas». Em que «todas as leis são iguais mas algumas são mais iguais do que outras». Concretamente, e segundo os esquerdistas, as pastelarias devem obedecer à «lei» (que as obriga a fazer bolos de «casamento» para gays) mas não as «cidades-santuário»; portanto, há um precedente para não respeitar, por exemplo, a obrigatoriedade do «ObamaCare». Mais do que isso, está criado o contexto e a justificação para se adoptar uma desobediência civil generalizada… e não é de agora que os apelos a isso surgiram. Sarah Palin, sempre mais atenta, coerente, intuitiva e lúcida do que alguns querem fazer crer, já o dizia há dois anos, aquando do denominado «shutdown» do governo federal. Então verificou-se que, ao mesmo tempo que se colocavam barricadas e polícias para impedir veteranos de visitar (os seus) memoriais de guerra, autorizava-se que imigrantes ilegais se manifestassem – exigindo tudo e mais alguma coisa – nos mesmos espaços. Afrontava-se os defensores enquanto se cedia perante os invasores. Não equivaleu isto a uma autêntica declaração de guerra (que de «civil», isto é, «educada», nada tem), mais do que a uma mera fase da «transformação fundamental» dos EUA?
A ver se fica esclarecido de uma vez por todas: nem todos serão – e não são – traficantes, ladrões, raptores, violadores, assassinos, apesar de, efectivamente, muitos o serem; mas todos os imigrantes ilegais, por definição, por terem entrado nos EUA clandestinamente, sem autorização, são criminosos. Que, com o beneplácito interesseiro dos democratas, antevendo conquistar novos eleitores, vão se apoderando: dos (não muitos) novos empregos criados e disponibilizados, uma tendência que vem do passado e que deverá prolongar-se no futuro; e de números de segurança social de cidadãos norte-americanos mortos, assim os habilitando a receberem regalias e benefícios que não merecem. Podem acusar – injustamente – Donald Trump de tudo e de mais alguma coisa, mas ele não deixa de ter (muita, se não toda a) razão nesta questão. Obviamente, o aumento da insegurança e da criminalidade ocorrido recentemente em cidades comandadas por democratas não se deve apenas às acções de estrangeiros, resultando igualmente do incremento de ilícitos perpetrados por afro-americanos na sequência da campanha contra a(s) polícia(s) desencadeada na sequência do aproveitamento por demagogos de alguns casos de alegada discriminação e de suposto excesso de violência pelas forças da ordem… campanhas essas que, na práctica, o próprio Barack Obama não hesita em liderar. Não satisfeito com isso, a sua administração continua a autorizar a libertação de imigrantes ilegais criminosos que não tardam em reincidir, e, como se isso não fosse suficiente, a escrever cartas (!) aos que ele ainda não soltou…      
Perante este panorama cada vez mais inquietante, como não compreender que, parafraseando Barack Obama em 2008, os conservadores se «agarrem amargamente» cada vez mais às armas e à religião como resistência à «fundamental transformação», apesar de tanto umas como a outra estarem em risco? Quanto às primeiras, tentam tirá-las, desarmar os cidadãos, directamente pelo gun control, isto é, restringindo a posse e o uso de armas, ou indirectamente pelo açambarcamento de munições por parte do governo federal. Quanto à segunda, tentam coarctá-la ou inutilizá-la: pelo «ObamaCare», impondo a organizações e a pessoas de fé – até a freiras! – o financiamento de contraceptivos, esterilização e pílulas abortivas; pela decisão do Supremo Tribunal sobre os «casamentos» entre pessoas do mesmo sexo, penalizando os indivíduos e… as igrejas que se recus(ar)em a oficiar e/ou celebrar aqueles – algo que em 2013 Charles Krauthammer já previa. E, claro, nunca convém esquecer essa central de constante conspiração contra conservadores em que se transformou o IRS, cujos pormenores, crescente e regularmente revelados, não suscitam – que «surpresa»! – suficiente interesse junto de certos sectores…
Assim, será o desastre definitivo? Considerando todas (só quatro?) as maneiras pelas quais a esquerda está a (tentar) destruir a História dos EUA, indo ao ponto de sugerir que aqueles deveriam ter continuado a ser colónias da Grã-Bretanha, pode-se dizer que a revolução está morta? Ou não está, sendo contudo necessária uma «segunda declaração de independência»?     
(Adenda – Se os EUA não estivessem transformados fundamentalmente o(s proprietários do) Empire State Building não concordaria(m) em iluminar aquele edifício com as cores do Islão (verde e branco) no fim do Ramadão… e um dia depois de mais um terrorista muçulmano ter cometido um atentado em solo dos EUA, desta vez contra centros de recrutamento das forças armadas em Chattanooga, no Tennessee, tendo morto cinco militares; é tão mau ou pior do que a Casa Branca – e o castelo do Disneyworld! – iluminada com as cores do arco-íris. Nem uma organização como a Planned Parenthood, apoiante de e apoiada por democratas, de que duas dirigentes (pelo menos até agora, poderão ser mais…) foram apanhadas em vídeo a discutir métodos e preços de venda de órgãos de crianças abortadas, estaria ainda em actividade.)       

sábado, 4 de julho de 2015

Dia da «Dependência» (Parte 3)

(Uma adenda no final deste texto.)
O feriado do dia 4 de Julho nos Estados Unidos da América celebra a assinatura da Declaração da Independência das então «Treze Colónias» norte-americanas em relação à Grã-Bretanha, e, portanto, a sua libertação – que ainda teria de ser assegurada por uma guerra em que George Washington, o primeiro presidente, se destacou - face ao Rei Jorge III, que consideravam um tirano.
Porém, e obviamente, os tiranos não são necessariamente todos estrangeiros, externos; também podem ser compatriotas, internos. Pelo que recusar, rejeitar os ditames daqueles que não respeitam as vontades das populações, e, eventualmente, combatê-los e derrubá-los é, mais do que um direito, um dever. Um tirano interno pode ser ainda mais perigoso e prejudicial do que um tirano externo. Tal asserção é agora ainda mais relevante depois de cinco em nove de juízes do Supremo Tribunal dos EUA terem considerado constitucional o «casamento» entre pessoas do mesmo sexo, assim engrossando a lista dos juízes activistas e abusadores que – ao nível estadual – tinham anteriormente anulado as decisões legais de vários Estados, directamente pelos eleitores via referendo ou indirectamente pelos seus representantes eleitos.
A decisão tomada por Anthony Kennedy, Elena Kagan, Ruth Bader Ginsburg, Sonia Sotomayor e Stephen Breyer é, pois, nula; não tem qualquer validade, legitimidade ou sustentação… a não ser, o que não «vale», a utilização da 14ª Emenda – a que deu aos negros direitos civis, entre os quais o de voto. Pelo que pode e deve ser desobedecida, quanto mais não seja porque, como afirmou Anthony Scalia (um dos quatro juízes derrotados), constitui efectivamente «uma ameaça à democracia». Não existe – ou não está confirmada – qualquer mudança radical na opinião da maioria dos norte-americanos sobre este assunto, e, logicamente, as sondagens não contam, não valem por votos. Demograficamente, eleitoralmente, sociologicamente, os EUA continuam a ser uma nação predominantemente conservadora, como ficou confirmado, demonstrado, nas eleições de 2014.
Ao contrário do que dizem pessoas como Ron Fournier, Mick Huckabee não é como um segregacionista por se opor ao «casamento» entre pessoas do mesmo sexo e invocar os direitos dos Estados: são os apoiantes daquele que devem ser equiparados aos segregacionistas, porque, tal como a escravatura, que pressupõe que um ser humano pode ser proprietário de outro, e tal como o aborto, que pressupõe que é trivial matar-se um ser humano em formação, a homossexualidade é uma perversão do corpo. E os esquerdistas apoiam todas as perversões do corpo. Além do ex-governador do Arkansas, outro candidato presidencial do GOP que mais firmemente e inequivocamente condenou a decisão do ST foi Ted Cruz. E, como seria de esperar, é do Estado daquele senador, o Texas, que vem o maior, o melhor bom exemplo do que se deve fazer em termos de resistência – e de independência – face a este acesso de totalitarismo. Também no Louisiana, e graças a Bobby Jindal, há quem esteja disposto a não desistir do combate.
Sim, reitero-o: há como que uma segunda guerra civil actualmente a ocorrer – aliás, talvez tenha sido declarada definitivamente com as recentes decisões do ST – mas os «beligerantes» são, desta vez, não tanto dois grupos de Estados mas sim vários Estados, do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste, dos EUA contra alguns, poucos, bastiões urbanos de «liberalismo», de «progressivismo»… enfim, de autoritarismo: Washington DC, Nova Iorque, Los Angeles, São Francisco, Boston. Os que desrespeitam a vontade popular – que, note-se, não preconiza o cometimento de atrocidades, crueldades e (verdadeiras) discriminações ao rejeitar o «casamento gay» – e que desenvolvem acções que resultam objectivamente na negação daquela devem, portanto, ser demitidos, presos, julgados e condenados. Como este «bando dos cinco» do ST – dois dos quais, Kagan e Ginsburg, deveriam até ter sido impedidas (porque nunca seria de esperar que tivessem a dignidade mínima de, voluntariamente, se afastarem) de participar na decisão por terem já oficiado «casamentos» entre pessoas do mesmo sexo! Como quase todos os políticos eleitos pelos democratas. Como Barack Obama, que, ao promover nacional e internacionalmente a «agenda LGBT», ao sobrestimar o (inexistente) «aquecimento global» e assim prejudicar a vitalidade económica e energética da nação, ao ratificar a libertação de criminosos (em especial criminosos imigrantes ilegais) e ao desvalorizar a ameaça do terrorismo islâmico, está a enfraquecer os EUA e a pôr em causa a sua independência.
Os activistas e militantes LGBT, eles próprios uma minoria de uma (pequena) minoria, são um grupo ditatorial e não estão, não ficarão satisfeitos com esta recente «victória»: a próxima batalha é, em colaboração com os seus aliados e «idiotas úteis» heterossexuais (?), o silenciamento, a neutralização definitiva dos que deles discordam e que a eles se opõem, com destaque especial para as organizações religiosas; estas já estão a receber «avisos», bem como os indivíduos que queiram publicar e divulgar opiniões contrárias ao «casamento gay» – tal como, aliás, em relação aos que discordam do «aquecimento global antropogénico». Eles são, pois, um grupo supremacista, convencidos da sua superioridade por serem quem – e como – são…
… E, nesse aspecto, será curioso e interessante compará-los com outro grupo supremacista – racistas brancos - que viram também recentemente um dos seus maiores símbolos – a bandeira da Confederação – ser cada vez mais contestada ao ponto de ser retirada, eliminada, «apagada».  Este feriado de 4 de Julho é, em 2015, também marcado pela recente – e correcta – decisão de Nikky Haley, governadora (republicana) do Estado da Carolina do Sul, de, na sequência do crime (ataque a uma igreja que causou nove mortos) cometido em Charleston por Dylan Roof, jovem supremacista que a usava, pedir a remoção definitiva – algo que a legislatura daquele Estado ainda terá de ratificar – daquela bandeira de edifícios e espaços públicos (a sua utilização continua a ser livre, obviamente, por privados) daquele símbolo por excelência do racismo, da escravatura, da traição, da guerra civil, da segregação, do Ku Klux Klan, dos linchamentos… enfim, do Partido Democrata, e Al Sharpton, ao menos por uma vez e sem querer, está certo. Assim, não há qualquer motivo para se atribuir aos republicanos as «culpas» por uma bandeira que não é, nunca foi, a sua, e contra a qual combateram. Pelo que não se deve deixar que os democratas, entre os quais Bill e Hillary Clinton, que a usaram orgulhosamente no governo do Arkansas e na campanha eleitoral de 1992, se aproveitem para fazer demagogia – algo que até Paul Begala, amigo e conselheiro do casal, considera reprovável.
No entanto, e como seria de esperar, está a passar-se «do oito ao oitenta» muito rapidamente nesta campanha de apagar, da História e do imaginário colectivo, o estandarte do «x estrelado» em fundo laranja. Compreende-se a decisão de empresas como a Amazon, eBay e Walmart de deixarem de vender produtos com a imagem (idêntica ou similar) daquela bandeira; todavia, todas essas empresas ainda vendem artigos com imagética nazi e comunista… Mas há pior: a Apple suspendeu a comercialização de jogos com a bandeira confederada; a Warner Brothers deixou de licenciar o «General Lee» (o automóvel) dos «Dukes of Hazzard» (série televisiva que também foi retirada de exibição); Lou Lumenick, «crítico de cinema» do New York Post, sugeriu a retirada definitiva de «Gone With the Wind» de quaisquer circuitos de distribuição; há quem queira encerrar/destruir o memorial – sim, um edifício! – de Thomas Jefferson em Washington. Enfim, com os democratas está a acontecer… o que sempre acontece nestas ocasiões: dá-se um «dedo» e eles querem o «braço»; dir-se-ia que eles querem (tentar) eliminar todo o seu passado racista, o que se compreende… contudo, e obviamente, não o conseguirão. Como disse Ann Coulter, podia aproveitar-se a ocasião e banir o PD e não apenas o seu ancestral «ignóbil trapo»!
Do que não restam dúvidas é que a rejeição – envergonhada, hipócrita, tardia – da «Stars and Bars» não significa necessariamente a adopção plena e incondicional da «Stars and Stripes». Na verdade, vem de longe a «tradição» de criticar, danificar, destruir a bandeira nacional dos EUA. Pelo que, desta vez, Greg Gutfeld não tem razão e Rush Limbaugh, como habitualmente, tem: o próximo passo será arriá-la… definitivamente, e não será (é) só Louis Farrakhan a exigi-lo. No fundo, a bandeira que esquerdistas, «liberais», «progressistas» mais sentem como sua actualmente é a arco-íris… e tanto assim foi que Barack Obama permitiu, num cúmulo do atrevimento, de desrespeito, que a Casa Branca fosse iluminada com aquelas cores. N(est)a segunda guerra civil norte-americana a bandeira da confederação foi substituída pela bandeira arco-íris; esta, tal como aquela, significa divisão e opressão; por isso, mais tarde ou mais cedo, chegará também o momento de a apagar da História?
(Adenda – Está mesmo tudo ao contrário: um juiz que, em consciência com as suas convicções religiosas, se recusa a celebrar «casamentos» entre pessoas do mesmo sexo recebe ameaças de impugnação… mas o mesmo não acontece aos juízes, estaduais e federais, que, ilegitimamente, ilegalmente, «anularam» as decisões tomadas pelos cidadãos através de votos. Embora, segundo Jimmy Carter, a religião não esteja a ser interpretada correctamente: para o ex-presidente «Jesus seria provavelmente um fã do casamento gay». Uma das «vantagens» de se ser um esquerdista irresponsável (redundância!) é que se pode sempre «mudar» a História e o Mundo ao sabor da imaginação. O que, lá está, possivelmente constitui um perigo maior – quando é «interno» - do que os ingleses em 1776.)