sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Desonrar a memória dos que caíram

(DUAS adendas no final deste texto.)
Todas as manifestações, palavras, expressões de pesar e de dolorosa recordação que Barack Obama e/ou qualquer outro membro do Partido Democrata, na administração, no governo federal, no Congresso, seja onde for, comuniquem hoje, décimo quarto aniversário dos ataques a Nova Iorque e a Washington e terceiro do ataque ao consulado em Benghazi, na Líbia, devem ser consideradas falsas, mentirosas, não sinceras. Vertem meras lágrimas de crocodilo, e mais não fazem do que desonrar a memória dos que caíram. Porquê? Porque os «azuis» continuam, na práctica, a auxiliarem os muçulmanos radicais na sua(s) campanha(s) de conquista, domínio, submissão e extermínio mundial.
Antes de mais, e como não podia deixar de ser, através do celebérrimo, famigerado, «acordo nuclear» com o Irão. Achavam que já era suficientemente mau o aviso prévio de 24 dias para se fazer inspecções? Pois bem (ou mal), entretanto soube-se que John Kerry e companhia aceitaram que fossem os iranianos, na práctica, a «inspeccionarem-se» a eles próprios… ao ser-lhes permitido fornecerem as imagens e as amostras dos locais e dos aparelhos exigidas pelos observadores internacionais! De tal maneira John Kerry está preocupado, e empenhado, na manutenção do «acordo» com Teerão que ele avisa o Congresso para «não lixar» os«ai-as-tolas» que, horror dos horrores, poderão não voltar à mesa das negociações! Algo com o qual Chuck Schumer não terá ficado impressionado, pois declarou a sua oposição ao «acordo». O senador de Nova Iorque, ao contrário de muitos dos seus colegas no Partido Democrata, com destaque para o presidente do país e para o secretário de Estado, de certeza que não acredita nas boas intenções dos fanáticos persas quando os ouve consecutivamente – um, dois, três, quatro, cinco exemplos recentes – a apelar à destruição de Israel e, quiçá, dos próprios EUA!     
Perante a retórica sempre agressiva… e dir-se-ia inequívoca do Irão, como responde Barack Obama? Responde como habitualmente, ou seja… insultando os republicanos. Alegando que não ouviu qualquer contestação lógica ao «facto» de o acordo colocar os EUA numa «melhor posição» (de joelhos? De cócoras?), o Sr. Hussein afirmou que os iranianos partidários da «linha dura» («hardliners») que gritam «morte à América!» têm uma «causa comum» com o GOP. Charles Krauthammer tem razão em dizer que esta comparação representou um novo «ponto baixo» (e já foram tantos…) para o presidente… mas será que ele se arrependeu de a ter feito? Não e, para além disso, reafirmou-a, no que constitui mais um exemplo de como o Nº 44 «evoluiu» no seu pensamento, nas suas posições, nos últimos anos – neste caso, o (não) comparar «os oponentes políticos (internos) a regimes autoritários, até homicidas (externos)». Ele não consegue refutar as acusações de anti-semitismo ao avisar que a rejeição do acordo significaria que Tel-Aviv seria depois atingida por mísseis – curiosamente, enquanto ele dizia isto, o Departamento de Defesa confirmou que um helicóptero norte-americano tinha estado na mira de uma arma de um navio iraniano… John Kerry bem pode insistir, pedir, para que se pare de olhar para o passado do Irão e que se comece a olhar para a frente, mas incidentes como este não constituem bons augúrios para o futuro.      
A ingenuidade (?) de Barack Obama e companhia (limitada) em relação ao Irão só é superada, em gravidade, à inactividade em relação ao ISIS. Os assassinos de massas do autodenominado Estado Islâmico continuam a atacar, destruir (património histórico e não só), roubar, aprisionar, ferir, torturar, violar, escravizar, vender… e matar – com requintes de malvadez – centenas, quiçá milhares, de cristãos (e de muçulmanos considerados não suficientemente puros), assim levando à práctica aquilo que o Marquês de Sade apenas imaginou (e Pier Paolo Pasolini filmou… a fingir) em «Os 120 Dias de Sodoma». E qual foi a «reacção» mais significativa da actual administração dos EUA? Treinar 60 sírios (ena «tantos»!) para combaterem os «homens de negro»… dos quais (pelo menos) sete não tardaram a ser capturados assim que entraram em acção! Talvez tal se tenha devido a eles não terem suficientes (em quantidade e em qualidade) «ideias», requisito considerado fundamental – e mais importante do que ter e usar armas – pelo Sr. Hussein para derrotar o ISIS. Um «conceito» que foi imediata e justificadamente criticado e ridicularizado, entre outros, por John McCain e por Bobby Jindal, e que é reminiscente daquele outro, expresso por Marie Harf (então porta-voz adjunta do Departamento de Estado), de que o ISIS melhor seria combatido através da… criação de empregos. Até Angelina Jolie acha que se tem feito muito pouco!        
Ou seja: ao contrário do que Joe Biden «profetizou» em 2010, o Iraque não se tornou um dos «maiores sucessos» desta presidência, e a perda de cerca de um terço do território (e outro tanto na Síria, apesar da «linha vermelha») para os terroristas liderados por Abu Bakr al-Baghdadi aí está a prová-lo; talvez tenha sido por isso também que Barack Obama, durante a cimeira do G7 realizada em Junho último na Alemanha, se recusou ostensivamente a falar com Haider al-Abadi, primeiro-ministro iraquiano e um dos convidados daquele encontro internacional. Porém, seria de esperar outro desfecho depois de o Sr. Hussein ter decidido retirar practicamente todas as tropas norte-americanas daquele país? E depois de ter admitido – pela segunda vez, e nove meses depois da primeira! – que continuava sem uma «estratégia completa» para derrotar o ISIS, (mais uma disparatada) afirmação que (mais uma vez) um assessor de BHO se apressou a corrigir, a «esclarecer», tentando (mais uma vez) controlar os danos?
Outro desastre acontece no Afeganistão: aqui – nunca é demais lembrá-lo – morreram mais militares dos EUA durante a presidência do Nº 44 do que a do Nº 43. E todo esse esforço, todo esse dispêndio de «sangue e tesouro» («blood and treasure») parece ter resultado em muito pouco de positivo: vários dos aspectos mais agressivos, ofensivos, retrógrados, violentos do Islão ou a este associados lá se mantêm, entre os quais a práctica generalizada da pedofilia masculina, contra a qual Charles Martland, sargento de 1ª classe «green beret» se insurgiu: em 2011 confrontou fisicamente um comandante da polícia – treinado, armado e pago por Washington – que abusara sexualmente de um rapaz e que agredira a mãe daquele por apresentar queixa. Resultado? Em vez de o condecorar, a liderança do Pentágono sob a actual administração prepara-se para expulsar o militar, alegando que os EUA não devem impor os seus valores e normas na cultura afegã! A defesa de violadores de crianças é igualmente uma cuspidela nos túmulos (e muitos não o tiveram) dos que morreram a 11 de Setembro de 2001 e de 2012.
Recorde-se e compare-se o tratamento dado a Charles Martland com o que foi dispensado por Barack Obama a outro soldado no Afeganistão, Bowe Bergdahl: um acolhimento de herói que incluiu uma cerimónia com os pais daquele nos jardins da Casa Branca. Já então há muito se sabia que o comportamento de alguém que «custara» a libertação de cinco líderes talibãs parecia tudo menos honorável. Agora, e para além da de deserção, BB é alvo de outra acusação, e mais grave – a de «mau comportamento perante o inimigo». Objectivamente, a política do Sr. Hussein neste âmbito é, indiscutivelmente, facilitar e até premiar a contenção, a rendição, a sujeição; se assim não fosse não teria decidido, por outra ordem executiva, que o governo federal deixaria de criminalizar as famílias que queiram pagar – e que paguem – resgates por membros seus que tenham sido raptados e feitos reféns por terroristas no estrangeiro. Menos de dois meses depois o FBI lançou um alerta geral depois de «homens do Médio Oriente» terem intimidado familiares de militares no Colorado e no Wyoming.
Alan Dershowitz ficou de tal forma revoltado com o acordo com o Irão que escreveu um livro sobre – e condenando – aquele, tendo aproveitado para declarar que Barack Obama é um «falhado abjecto segundo os seus próprios padrões»; o famoso professor, advogado e comentador está longe de ser um conservador… tal como Michael Oren, ex-embaixador de Israel, que, no seu livro de memórias publicado igualmente este ano, não duvida de que a degradação das relações entre os EUA e a nação judaica se deve ao actual presidente. Uma ou outra simples atitude, declaração, posição, poderia ser suficiente para afastar esta impressão. Por exemplo, alguma vez o Sr. Hussein criticou publicamente o seu conterrâneo (de Chicago) Louis Farrakhan, líder da Nação do Islão, depois de este ter acusado os «judeus israelitas e sionistas, ladrões, mentirosos e assassinos» de serem os verdadeiros culpados dos atentados de 11 de Setembro de 2001?
(Adenda – Não é surpreendente que Rudolph Giuliani afirme – correctamente – que, actualmente, os EUA enfrentam mais riscos do que antes de 11 de Setembro de 2001; o que é, sim, surpreendente, é que Andrew Cuomo diga practicamente o mesmo. Ou talvez não: mesmo o mais empedernido dos democratas pode ser capaz de reconhecer que os muçulmanos fundamentalistas, radicais, terroristas, não só não amoleceram na sua vontade de atacar o Ocidente como até endureceram aquela. Que se manifesta tanto numa grande como numa pequena escala: o maior perigo, sim, continua a ser um Irão que não modera o seu belicismo genocida, mas também pode ser – e, ocasionalmente, é – o jihadista «solitário» que tenta matar o maior número possível de «infiéis», como aquele que entrou com essa intenção numa igreja do Texas no passado dia 13… desta vez, e felizmente, não houve vítimas. Perante isto, e 14 anos depois, a actual administração continua a não classificar a ameaça pelo seu verdadeiro nome, e muitos dos seus membros consideraram apropriado fazer uma festa no dia 11. Será que estarão igualmente disponíveis para assistir à ante-estreia do próximo filme de Michael Bay?)
(Segunda adenda - Agora que o New York Times também abordou o assunto do continuado, generalizado - e, na verdade, secular - abuso sexual de crianças (concretamente, meninos) no Afeganistão, haverá um esforço sério para abolir definitivamente aquela odiosa práctica? E que dirá o novo (sub) secretário (da Defesa) para o Exército, Eric Fanning, cuja homossexualidade tem sido alardeada pela administração e pela comunicação social, da alegação - aliás, da acusação - de que os soldados receberam ordens para ignorar os actos de pedofilia? E de quem partiram essas ordens? Seja como for, novamente, e por mais que tentem ridicularizá-lo, se reconhece que Rick Santorum tinha razão.)       

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