sábado, 26 de setembro de 2015

«Silly Season» (Parte 6)

(Uma adenda no final deste texto.)
Mais um Verão – o de 2015 – que acabou, o que significa também que a «Silly Season» estival, «especial», Primavera-Verão, terminou… agora é retomada a «normal» de Outono-Inverno. E quais foram os mais notáveis (no mau sentido) disparates ditos e/ou feitos eventualmente causados pelo calor (o normal, não o imaginário «anormal» da fraude denominada «aquecimento global»)?
Alguns desses disparates, considerando os seus autores, fazem pensar que a origem poderá estar não na temperatura elevada mas sim na idade elevada, assim aumentando as preocupações de alguém poder «cair da tripeça». Nesse âmbito, James Taylor é como que um «repetente»: afirmou que Barack Obama é o seu «presidente favorito», e que está «agradecido por cada dia» que ele passou na Casa Branca. Outra «idosa» que reincide nas declarações pouco sustentadas é Cher, que acusa George W. Bush, a sua administração e a sua actuação de terem sido a causa do ISIS. Outro veterano da música popular, Roger Waters, achou tempo – enquanto persiste na sua (inevitavelmente anti-semítica) campanha contra Israel, que classifica de «regime colonial opressivo» - para comentar a campanha presidencial nos EUA, e concretamente, e depreciativamente, a candidatura de Donald Trump, que considera representativo «de tudo o que não é admirável na sociedade americana». E David Letterman, cuja recente reforma o terá tornado ainda mais predisposto para as parvoíces, a equiparar a (actual) oposição ao «casamento gay» à (antiga) oposição ao voto pelas mulheres!
Se entre os «veteranos» do entretenimento não existe muita sapiência, sensatez, prudência, entre os menos velhos essas características são ainda menos prováveis. Os amigos George Clooney e Matt Damon também já lançaram, como não podia deixar de ser, as suas «farpas» ao milionário-candidato, assim indicando que prescindem dos apoiantes daquele como compradores de bilhetes dos filmes em que participam. A mesma atitude teve Wes Bentley, que confessou sentir-se envergonhado do Estado em que nasceu – o Arkansas, onde não vai há 20 anos – por aquele ter aprovado uma lei de liberdade religiosa; e ainda (a britânica) Emily Blunt, que perguntou se teria tomado a decisão correcta ao tornar-se (também) cidadã dos EUA depois de ter visto o primeiro debate entre os candidatos a presidente do Partido Republicano – depois pediu desculpa pela suposta «piada», mas suspeita-se que tal tenha ocorrido apenas porque ela tem um filme novo a estrear… Mas a protagonista de «Sicario» não foi, obviamente, a única «celebridade» próxima da «sinistra» a não compreender o que disseram os republicanos, e exemplos disso não faltaram. Nem na cerimónia de entrega dos Emmys conseguiram conter-se na acrimónia contra o GOP, o que, juntamente com a obediência assumida – visível na utilização de um laço verde na lapela – ao combate às «alterações climáticas» proposto (ou imposto) por Barack Obama, terá contribuído decisivamente para que aquele programa registasse a sua mais baixa audiência de sempre. Não que (grande parte d)os liberais das artes e espectáculos se preocupem muito com a sustentabilidade financeira a longo prazo: 128 deles decidiram assumir publicamente o seu apoio a Bernie Sanders… mas será que sabem que o senador independente (e socialista) do Vermont favorece um aumento de impostos sobre os «mais ricos» que pode ir até 90% do rendimento?
Se da parte dos artistas pró-democratas não é surpreendente que a inteligência e a vergonha (que já não são muitas…) vão de férias no Verão, ainda custa a entender que da parte de jornalistas supostamente isentos o mesmo aconteça. Atentem em Mark Shields, que insiste em desvalorizar, e mesmo a negar, a existência de fraude eleitoral. Pasmem-se com David Brooks e com Doyle McManus, que «isentaram» respectivamente Barack Obama e Hillary Clinton (e as equipas de ambos) de qualquer escândalo! Riam-se de Dan Rather e de Rafael… perdão, Rachel Maddow a chamarem estúpidos a Jeb Bush e a Marco Rubio. Contemplem Andrew Rosenthal, Charles Pierce e Nina Burleigh a «competirem» pelo «prémio» de pior(es) (e injustificados) insulto(s) a conservadores. Enojem-se com Dick Meyer, que, em nome de uma «nação ingrata», agradeceu a Barack Obama - «extraordinário, excepcional presidente» - tudo o que ele tem feito. Quando o «quarto poder» (ou será «no quarto com o poder»?) não coloca a si próprio restrições ao ridículo, em Julho (como neste caso) ou em qualquer outro mês, não é de esperar que nos outros três o mesmo aconteça…
… E disso as provas sucedem-se. Nancy Pelosi mantém-se a mesma «nut case» de sempre: ela, supostamente devota da Igreja de Roma mas que defende o aborto e o «casamento gay», atreve-se a insinuar que Marco Rubio é um «mau católico»; e apela à redução do «papel do dinheiro no sistema político»… antes de ir a uma angariação de fundos com Barack Obama! Entretanto, também da Califórnia – e, infelizmente, governador daquele Estado – vem Jerry Brown demonstrar até que ponto pode ir a degradação política… e mental: o seu histerismo com as «alterações climáticas» não dá mostras de… arrefecer, assegurando que estamos à beira da «extinção», acusando os cépticos de «trogloditas», e, claro, atribuindo às «ac’s» a culpa pelos incêndios; enquanto isso, arranja tempo para «proibir» a utilização da palavra «alien»! E há quem fale nesta abencerragem como provável candidato presidencial… no que, sem dúvida, proporcionaria a Joe Biden uma forte competição no que se refere às gaffes.
O vice-presidente continua a não parecer saber… que o é há quase sete anos, pois insurge-se regularmente contra «factos» político-económicos susceptíveis de serem alterados pela sua actuação; exemplo recente da sua «indignação» foi dado aquando do «Labor Day», em que, num discurso em Pittsburgh e protestando contra as desigualdades entre ricos e pobres, gritou «Estou quente! Estou louco! Estou zangado!» Provavelmente, estava era com uma insolação… afinal, era 7 de Setembro, ainda em pleno Verão.  Algum tipo de «afrontamento» anual também deve ter causado uma muito peculiar… confusão geográfica de Biden, que «colocou» a China na América do Norte este ano e no ano passado! Uma «barackada» repetida que talvez tenha agradado ao presidente (isto é, ditador) da China, Xi Jinping, que iniciou ontem uma visita oficial aos EUA. Pelo seu lado, a já re-candidata Hillary Clinton aproveitou igualmente a «estação parva» para dar largas à sua arrogância demagógica e hipócrita: acusa os republicanos de «sistemática e deliberadamente tentarem impedir milhões de cidadãos americanos de votarem» por preconizarem a obrigatoriedade da apresentação de um cartão de identificação em eleições… cartão que, obviamente, ela exige para a admissão num dos seus eventos de campanha; compara os republicanos a terroristas muçulmanos e a nazis alemães mas depois declara que as eleições não deviam ser discutidas e decididas com base em insultos; e desafiou Donald Trump a começar a respeitar as mulheres… algo que o seu marido é famoso por não fazer.
Enfim, uma menção a John Boehner, que decidiu terminar a (muito) longa «silly season» que foi o seu mandato como speaker da Casa dos Representantes. E fê-lo porque, simplesmente, perdeu a confiança da grande maioria dos eleitos e dos eleitores do Partido Republicano, que se fartaram da pouca firmeza demonstrada pelo «chorão do Ohio» - nem com o Papa conseguiu conter as lágrimas! – frente aos democratas em geral e a Barack Obama em particular. Os «extremistas» que alguns ingénuos e/ou ignorantes condenam são aqueles que não prescindem, obviamente, dos seus princípios e do seu patriotismo; são os que não querem o seu país mais empobrecido e mais enfraquecido pela (in)acção dos «azuis», e que por isso proporcionaram ao GOP a grande victória nas midterms de 2014,, traduzida no controlo das duas câmaras do Congresso. 
(Adenda - Quem não é, não tem sido, silly de todo é Ted Cruz, muito pelo contrário: sempre serious - apesar de algum ocasional, e salutar, momento de humor - e em qualquer estação do ano. Ele sabe explicar - e dá exemplos - porque é que a base do Partido Republicano está descontente com (e sente-se mesmo traída pel)a liderança do GOP em Washington. E recusa(m) a classificação - ou a difamação - de «extremistas», de estar(em) «fora da realidade», de ser(em) insensato(s), linguagem que, aliás, há mais de 35 anos já era utilizada a propósito de Ronald Reagan e dos seus apoiantes.)    

Sem comentários: