quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Ano Oito

O Obamatório celebra hoje o seu sétimo ano de existência, e, óbvia e simultaneamente, entra no seu oitavo ano… que será o último com a «intensidade», o «ritmo», registados desde 2009 (àqueles que poderão dizer que o número de textos por ano diminuiu, o que é verdade, eu respondo que a sua dimensão tem aumentado…) Não, este blog não irá «fechar portas» em Janeiro de 2017, com a tomada de posse do 45º Presidente dos Estados Unidos da América – seja ele, ou ela, quem for, independentemente de ser democrata ou republicano(a). O objectivo principal sempre foi registar e comentar a presidência de Barack Obama, e aquele será conseguido, finalizado, realizado, quando ele sair da Casa Branca. E, felizmente, só faltam 12 meses…
… E, depois disso, neste espaço, far-se-ão – não sei por quanto tempo, mas far-se-ão – ocasionais, pontuais, apontamentos sobre as consequências, os «ecos», a «ressaca» destes dois mandatos que tão prejudiciais têm sido – e continuam a ser – para os EUA e para o Mundo. E nada poderia ter salientado mais nitidamente esse facto do que o último – e foi mesmo o último! – discurso do Estado da União – ou «estado de negação»? – feito pelo Sr. Hussein no Congresso, no passado dia 12 de Janeiro. Não só pelo conteúdo, previsível na sua descrição de uma realidade alternativa, de um mundo de fantasia, enfim, em mais uma série de mentiras e de demonstrações de demagogia, em completo desfasamento com os factos
… Mas também pelo contexto desse discurso: o de uma humilhação às mãos do Irão. Exactamente no mesmo dia, e algumas horas antes, dois barcos da Marinha dos EUA, e os respectivos tripulantes, foram aprisionados por forças de Teerão, que alegaram – o que não ficou demonstrado – que aquelas embarcações haviam entrado indevidamente nas suas águas territoriais; os militares norte-americanos passaram pela vergonha de lhes ser apontadas armas, de terem as mãos atrás da cabeça, detidos (com a única mulher do grupo a ter de envergar um hijab), interrogados e – através de um deles, que poderia (deveria?) ir a conselho de guerra por causa disso – a pedir desculpa perante uma câmara de televisão iraniana. Se alguém, perante isto, pensou em «1979», «embaixada» e «Jimmy Carter», compreende-se... Se tudo isto já era suficientemente mau, pior ficou quando a actual administração tentou desvalorizar e até desculpabilizar a actuação das autoridades de Teerão, e agradeceu, através de John Kerry, a rápida libertação dos militares – algo, alegou-se, decorrente do novo clima de «desanuviamento» resultante do acordo nuclear com os persas… sim, aquele acordo que, basicamente, não impede que os «ai-as-tolas» construam a bomba atómica e lhes entrega 150 biliões de dólares para fazerem o que quiserem… eventualmente, apoiar mais uns quantos grupos e acções terroristas.
O «melhor», porém, estava para vir, e não tardou, apenas quatro dias depois: uma troca de prisioneiros entre os dois países – na verdade, quatro reféns norte-americanos (civis, inocentes, detidos pelos iranianos, alguns há vários anos, incluindo um clérigo e um jornalista) por sete criminosos iranianos – que evoca o mau negócio feito por Bowe Bergdahl (este, sim, já em conselho de guerra), que como que incentiva a que mais cidadãos dos EUA sejam capturados para serem obtidas vantagens, e que «esclarece», três meses depois, a (ofensiva) afirmação do Secretário de Estado de que não se devia deixar o acordo (com o Irão) «refém dos reféns»; e o levantamento das sanções económicas, decididas pelo Sr. Hussein em mais uma ordem executiva ilegal, pois trata-se de outra matéria da competência do Congresso: assim desrespeitou aquele mais uma vez, depois de lá ter feito o «SOTU», que, com ele, é mais do tipo «STFU»…
… E, sim, ele deveria ter aproveitado a ocasião para demitir-se, mas nem isso seria já suficiente, depois de tantas demonstrações, por ele e pela sua administração, de autêntica colaboração com os inimigos da nação – em outro exemplo de um comportamento que não seria exagero considerar… traiçoeiro, na mesma altura dez prisioneiros foram libertados, de uma só vez, de Guantánamo. A haver verdadeira justiça – e não falamos da «social» - na terra do Tio Sam, e se os republicanos, pressupondo que voltarão a ocupar o Nº 1600 da Avenida da Pensilvânia e que os «têm no sítio» (os actuais líderes do GOP no Capitólio não os têm), Barack Obama enfrentará uma acusação e, quiçá, a prisão. Entretanto, o ano que falta arrisca-se a ser o mais problemático, porque não restam dúvidas de que ele fará tudo o que bem entender. É o que os norte-americanos levam depois de uma maioria deles ter eleito, por duas vezes, alguém que: favorece uma «autoridade internacional»; apresenta «duas falsas escolhas»; demonstra uma persistente «inabilidade em perceber a realidade»; confunde liderança com «falar torrencialmente»; tem uma dúbia noção do que é verdadeiramente «vergonhoso»; e que prefere ser «meteorologista» a comandante-em-chefe. Por isso, é melhor «agarrarem-se»… porque a «ponta final» desta «viagem» arrisca-se a ser bem «agitada».

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