segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Estúpidas «estrelas»

(Três adendas no final deste texto.)
Nos EUA o início de cada ano é também, já se sabe, e desde há bastante tempo, marcado pela realização de diversas cerimónias de entrega de prémios nas artes e nos espectáculos, com destaque para o cinema e para a música. Numa tendência que se vem agravando na última década, essas ocasiões constituem igualmente oportunidades para muitas «estrelas» exporem a sua estupidez em assuntos de política, assim dando a entender que não se incomodam com alienar grande parte – talvez metade, ou até mais – da sua potencial audiência. E, num ano de eleição presidencial, é inevitável que os disparates aumentem consideravelmente em quantidade e em «qualidade». Seguem-se alguns exemplos…
… E pode-se começar com alguns ocorridos no âmbito da música. Quando não estão a tentar conquistar Grammy’s e prémios MTV, Beyoncé e Katy Perry não se importam de ser instrumentalizadas – ou de se instrumentalizarem – a favor de figuras e de causas «progressistas». A cantora de «I Kissed a Girl» continua a ser fiel aos Clinton, participando – e cantando – em comícios de Hillary e com ela tirando fotografias. Já a cantora de «Single Ladies», comprovando mais uma vez que tipo de «dama» ela é, decidiu homenagear racistas negros, como os dos Black Panthers e dos «Black Lives Matter» (aos quais, com o marido Jay-Z, doou dinheiro) na sua segunda actuação no (intervalo do) «Super Bowl» em três anos; ou seja, e mesmo que indirectamente, apoiou a retórica violenta contra polícias, apesar de ter beneficiado da escolta e da protecção daqueles no percurso para o estádio…              
No cinema, vejamos os casos de algumas das pessoas nomeadas para os Óscares que ontem foram entregues em Hollywood. Como Matt Damon, que não se conseguiu conter e criticou… a embaraçosa «branquidão» das estatuetas para as quais ele competia (e que já ganhou), e até, por causa da água de Flint, que exigiu que o governador do Michigan se demitisse – porém, não consta que tenha feito o mesmo em relação a Jerry Brown, governador da Califórnia, que procedeu a pesquisas petrolíferas em propriedades suas, algo «herético» para ambientalistas extremistas como o protagonista de «O Marciano». Como Bryan Cranston, que pode saber de representação mas não de como funcionam as nomeações para o Supremo Tribunal dos EUA. Como (o mexicano) Alejandro Iñárritu, «vendedor de banha da cobra» (não sou eu que o afirmo), que ontem ganhou o seu segundo Óscar consecutivo de melhor realizador, provavelmente devido a todos os membros da Academia com sentimentos de culpa que têm criados hispânicos – talvez ilegais e mal pagos – nas suas casas, e que afirmou que a (eventual) construção de uma «muralha» na fronteira com o México constituiria uma «traição à fundação deste país»…
… Embora, e entretanto, não tenha constado que o realizador de «O Revelante» alguma vez tivesse aberto as portas do seu (supõe-se que espaçoso e confortável) lar em Los Angeles para acolher os seus compatriotas. No mesmo tipo de dilema costuma encontrar-se George Clooney, que, ao mesmo tempo que apela aos políticos do seu país para acolherem mais refugiados sírios e se encontra com Angela Merkel para lhe agradecer o ter feito isso mesmo na Alemanha, faz por se entrincheirar cada vez mais nas suas mansões, em especial na de Itália; talvez para fugir dos seus frequentes fracassos na bilheteira? No entanto, não faltaram outros anteriores nomeados e vencedores de Óscares a pronunciaram-se igual e recentemente sobre temas da actualidade política. Foram os casos de Danny DeVito, para quem «o país inteiro é racista»; Michael Moore, que se espanta por saber «quão segregada esta cidade (a dos «anjos»), esta indústria (a do cinema), é» - não devia, porque, sendo os democratas quem mandam em Hollywood, é claro que há segregação… aliás, Chris Rock, ontem durante o seu monólogo de abertura no Teatro Dolby, também salientou isso; Jane Fonda, que acusou Donald Trump de, com a sua retórica, incentivar os jovens muçulmanos ao terrorismo; Emma Thompson, que propôs (a brincar?), como solução para a falta de diversidade no cinema, matar lentamente todos os membros brancos e velhos da Academia das Artes e das Ciências Cinematográficas; Bette Midler, que, como se fosse uma «especialista» em Direito Constitucional, alegou que os «obstrucionistas» do GOP no Senado que se recusam a ouvir e a votar um substituto para Antonin Scalia proposto por Barack Obama são «criminosos»…
Não é novidade que muitas das «estrelas», muitas das «celebridades» que tomam uma posição política o fazem a favor de democratas. E, neste ciclo eleitoral, o interesse (?) está em saber quantos estão com Bernie Sanders e quantos estão com Hillary Clinton. Esta pode contar com Will Ferrell, Morgan Freeman… e Kendall Jenner, que, nitidamente, neste aspecto não se deixou influenciar pelo pai… perdão, (segunda) «mãe» Caitlyn Jenner, que, garante, é mais criticada por ser conservador(a) (?) do que por ser transgénero. Já o senador socialista de Vermont conta com Emily Ratajkowski, também porque, segundo ela, Hillary é de «extrema-direita»! Habituada como está a posar nua, ou quase, para milhentas fotografias, «EmRata» talvez não se desse mal, efectivamente, com uma presidência de Bernie, que, por pretender impor impostos sobre o rendimento com uma taxa de pelo menos 75%, deixaria os norte-americanos com pouco mais do que a roupa que têm no corpo. Enfim, apenas mais um caso de uma mulher muito bonita que, contudo, pouco deve à inteligência.  
Enfim, e voltando à grande «festa do cinema» ocorrida na «cidade dos anjos» neste domingo que passou… Leonardo DiCaprio, que tem tanto de talentoso e de trabalhador como de imbecil, conseguiu estragar o momento culminante da sua vida e da sua carreira ao aproveitar o palco do Teatro Dolby para apregoar, mais uma vez, a fraude do aquecimento global antropogénico (ou «alterações climáticas», embora estas não sejam entendidas como a natural sucessão de estações), incluindo a mentira de que 2015 foi o ano mais quente registado. Mas ele não foi o único a protagonizar uma situação embaraçosa nesta ocasião. Alusões a abusos sexuais, reais ou imaginários, rigorosas ou empoladas, não faltaram: pela canção co-escrita e cantada por Lady Gaga, que mereceu a «honra» de ser apresentada por… Joe Biden (!) e que contou com a presença de alegadas vítimas; e, principalmente, pelo filme considerado o «melhor», «Spotlight», cujo tema é o caso das violações de crianças por padres católicos em Boston – o realizador, Tom McCarthy, desafiou o Vaticano a «restaurar a fé», e Mark Ruffalo, um dos actores, antes da cerimónia foi protestar em frente da catedral de Los Angeles, e, mais, revelou ser («surpresa»!) um racista paternalista! Ainda estamos à espera de ver as mesmas pessoas indignarem-se contra crimes bem piores cometidos por muçulmanos, e actualmente, não há 10, 20 ou 30 anos. Sam Smith, co-autor e intérprete da (considerada) «melhor canção», «Writing’s on the Wall», de «Spectre», o mais recente filme da série «James Bond», que, mais do que se apresentar como «homossexual orgulhoso» e assumido, pensou que era o primeiro do… género a vencer um Óscar – não foi ele mas sim Dustin Lance Black, argumentista de «Milk», e os dois depois envolveram-se numa controvérsia que, mesmo à distância e electrónica, fez(-me) lembrar um sketch da série «Little Britain» sobre o «only gay in the village».
Quando se pensa que os Óscares não podem ficar mais ridículos… somos mais uma vez desmentidos. Antes dedicar mais atenção aos Prémios Duranty.
(Adenda – Quando até Tina Fey se queixa do excesso de proselitismo de várias causas «politicamente correctas» promovidas por vencedores dos Óscares, mas que, em última análise, só demonstram a hipocrisia daqueles, percebe-se melhor porque a cerimónia, apesar de toda a polémica do alegado racismo nas nomeações e da popularidade – isto é, sucesso comercial – de vários dos filmes a concurso (o que nem sempre acontece), traduziu-se num novo mínimo histórico em termos de audiências televisivas. Entretanto, confirmou-se o que Leonardo DiCaprio (que, definitivamente, é do tipo «atenta no que eu digo, não no que eu faço»), Barack Obama e Osama Bin Laden têm (enfim, no caso do líder terrorista, tinha) em comum.)
(Segunda adenda - Hoje, 6 de Março, faleceu Nancy Reagan. Tal como o seu marido Ronald Reagan, também se iniciou na arte da representação; ambos pertenceram a uma Hollywood bem diferente da actual. As condolências e os pêsames sucederam-se, não se limitando a uma só das metades da arena política, mas as abordagens bizarras feitas na NBC, no New York Times e no Washington Post ao óbito da antiga primeira-dama não deixaram de surpreender... pela negativa, como é óbvio. E Bernie Sanders mostrou, mais uma vez, classe, embora muitos dos seus adeptos nem tanto...)
(Terceira adenda - Barack Obama não irá comparecer, na próxima sexta-feira, 11 de Março, no funeral de Nancy Reagan, sendo representado pela esposa Michelle. Acaso esta notícia surpreende, em especial depois de, há poucas semanas, ele ter igualmente faltado ao funeral de Antonin Scalia? Não que ele não tenha uma «justificação», porém: no mesmo dia ele estará no Texas para participar no Festival (multimédia, e, sim, também cinematográfico) South by Southwest, em Austin. Enfim, há que ter prioridades... e prestar uma derradeira homenagem a alguém que insultou logo após ter sido eleito não é a maior para o Sr. Hussein.)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Bur(r)ocracias

Um dos meios principais – se não mesmo o principal – que Barack Obama e o Partido Democrata têm utilizado para proceder à – invariavelmente ilegal - «transformação fundamental» dos Estados Unidos da América é o aparelho do Estado federal, a burocracia, efectivamente transformada em «burrocracia» pelos «progressistas» empenhados em perverter a sociedade norte-americana, mesmo que seja contra a maioria dos seus compatriotas. Procedamos, pois, a uma breve listagem de alguns dos mais recentes – e insolentes – (ab)usos neste âmbito…
… E pode-se começar pela agência governamental que durante décadas foi indubitavelmente a mais prestigiada mas que, desde 2009, se tornou cada vez mais numa anedota: a NASA, agora indutora de náusea e não pelas vicissitudes das viagens no espaço, sob a presidência de Barack Obama já não se limita (o que não é pouco) a privilegiar, pela atribuição de verbas no seu orçamento, o «aquecimento global» - agora também permite a discriminação e a perseguição religiosas (e o constrangimento da liberdade de expressão) dos seus funcionários, chegando ao cúmulo de em Houston haver aparentemente incómodo com a simples menção do nome de Jesus.
Outra agência de (autêntico) «desemprego» é a EPA: a iniciativa «Clean Power Plan» mais não é do que a sistematização da vontade – anunciada pelo Nº 44 logo no início – de destruir a indústria do carvão no país, e, entre outros efeitos devastadores, aumenta(ria) 33 vezes (!) os custos de operação de pequenas e médias empresas hidroeléctricas; porém, nem tudo estará perdido, pois no passado dia 9 – ou seja, ainda com Antonin Scalia vivo e actuante, no que terá sido talvez a sua última deliberação – o Supremo Tribunal dos EUA suspendeu a aplicação daquela directiva, em resultado de uma acção judicial interposta por 27 Estados. Infelizmente, este «cartão amarelo» não deverá ser suficiente para acabar com uma «cultura de corrupção» que, segundo o representante do Arizona Paul Gosar, é predominante na EPA, onde vários dos seus funcionários foram «apanhados» em transgressões mais ou menos graves – como roubo de materiais de escritório, consumo de marijuana, condução sob efeito de álcool e visionamento de pornografia – e receberam apenas (leves) penas de suspensão. Mas a agência de protecção ambiental – com culpas (não suficientemente divulgadas) nos casos de poluição das águas em Flint (no Michigan) e em Silverton (no Colorado) – não é o único organismo público em Washington apostado em ir até às últimas (e ridículas) consequências no alarmismo das «alterações climáticas»…
… Pois tem o «apoio» do Departamento de Energia, encabeçado pelo «português e parvo» Ernest Moniz, que emitiu um comunicado em que se queixa de que as abóboras, muito utilizadas (depois de cortadas e decoradas) no Dia das Bruxas, contribuem para o «aquecimento global»! No entanto, pior e mais preocupante é, como já referi, que este activismo de extrema-esquerda, em especial no «controlo da temperatura», se estenda também às forças armadas. No Departamento de Defesa foram emitidas directivas neste sentido que deverão modificar – isto é, piorar – o desempenho do Pentágono a todos os níveis. Outras manias «politicamente correctas», todavia, não faltam, e na Marinha já se começou a «combater» as «discriminações de género» patentes em muitas das designações de posições e de funções! Não se luta, contudo, com tanta determinação contra o despesismo e o desperdício…
… E é por isso que o DoD não conseguiu explicar cabalmente como é que conseguiu gastar cerca de 43 milhões de dólares na construção de um posto de abastecimento de combustíveis no Afeganistão. O que, com o bilião de dólares que ao Departamento de Segurança Doméstica custou digitalizar e disponibilizar em linha um impresso de imigração, ajuda a explicar porque é que Barack Obama deverá deixar, quando sair da Casa Branca, uma dívida nacional na ordem dos 20 triliões de dólares. E ainda há quem se enerve, por vezes até à histeria, com a perspectiva de que ocorra mais um shutdown do governo federal. Esperemos que sim, pois tal só traz vantagens, aspectos positivos, o principal dos quais o de impedir, mesmo que por pouco tempo, que uma súcia de incompetentes arruínem ainda mais o erário público… e o carácter da nação.           

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Obituário: Antonin Scalia

(Uma adenda no final deste texto.)
Não são, de facto, e felizmente, muitos: este é apenas o segundo obituário no Obamatório: o primeiro, há quase quatro anos, foi sobre Andrew Breitbart, e hoje é sobre outro grande vulto do conservadorismo norte-americano, que faleceu no passado sábado, no Texas, devido a um (aparente) ataque cardíaco: Antonin Scalia, juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América, escolhido e nomeado em 1986 por Ronald Reagan e confirmado no Senado por 98-0. Mas, infelizmente, a sua morte dificilmente poderia ter acontecido em pior momento – aliás, para Mark Levin foi mesmo um «absoluto desastre» e para Ben Shapiro poderá significar «o fim da Constituição». E ela seria sempre de lamentar porque o eminente constitucionalista, nascido em 1936, que disseminou a sua sabedoria e sensatez em muitas sentenças e frases, constituiu sempre um combatente corajoso e temível contra os abusos da esquerda, quer estivesse na maioria quer na minoria aquando das decisões do SCOTUS, em especial em casos relativos à posse e uso de armas e ao «casamento» entre pessoas do mesmo sexo – quanto a este, o seu texto de «dissent» (que aqui divulguei na altura) perdurará sempre como uma exaustiva, lúcida e valorosa denúncia das perversões que o «politicamente correcto» - e juridicamente incorrecto – pode proporcionar.
O estatuto – e a estatura (se não física, então moral) – de Antonin Scalia tiveram o condão de, mesmo que brevemente, unir os actualmente tão desavindos candidatos presidenciais do Partido Republicano (enfim, os que ainda continuam na «corrida»…) no elogio à sua pessoa, à sua vida e obra: Jeb Bush, Ben Carson, Ted Cruz, John Kasich, Marco Rubio e Donald Trump pronunciaram-se nesse sentido; de destacar as homenagens expressas também por George W. Bush e Jeff Sessions. Quanto aos democratas, e com a excepção bem-educada, honesta e respeitosa (neste caso) de Bernie Sanders, as reacções não primaram pelo decoro. Desde logo, pelo oportunismo e pela pressa por eles expressas em, ainda antes de o corpo do juiz ter arrefecido, procederem à sua substituição. Barack Obama, que não reagiu imediatamente à notícia – o seu pessoal na Casa Branca fê-lo por ele – porque («surpresa»!) estava a jogar golfe, depois deixou bem clara a sua intenção. Porém, no Senado, e mais concretamente para a liderança (republicana) do mesmo, não há qualquer vontade de sequer ouvir – quanto mais confirmar – algum eventual candidato que o Sr. Hussein proponha, e Mitch McConnell já reiterou essa (o)posição. Porquê? Porque há uma tradição – seguida por «azuis» e por «vermelhos» nos últimos 80 anos – de não preencher vagas no STJ dos EUA no último ano de mandato de um presidente… e porque, obviamente, da parte do GOP não há qualquer vontade em dar a mais pequena possibilidade de que (mais) um juiz liberal seja empossado para ajudar na «transformação fundamental» preconizada pelo Sr. Hussein e pelos seus «camaradas». E o próprio Scalia, compreensivelmente, não gostaria que o seu substituto desfizesse aquilo que ele fez. Bob Woodward tem a certeza de que Obama não pode(ria) levar a sua avante neste caso através de uma ordem executiva, mas, sabendo (de ginjeira!) como ele é, não me admiraria que tentasse…
A ausência de decoro neste assunto por parte dos democratas também se nota na – flagrante e desavergonhada – hipocrisia, tão intrínseca às suas atitudes e comportamentos: tanto Barack Obama como Chuck Schumer já foram entretanto «apanhados» a defenderem actuações opostas consoante o presidente em exercício fosse (seja) «burro» ou «elefante». No entanto, a contínua «vira-casaquice» dos democratas na política, mais uma vez desmascarada com a morte de Antonin Scalia, até é civilizada se comparada com o contentamento manifestado por democratas no entretenimento e na comunicação social pela morte do juiz, revelando o seu muito baixo nível, a sua vileza… enfim, o habitual. Ao mesmo tempo, mais ou menos as mesmas pessoas começaram a desejar que Clarence Thomas, e o mais rapidamente possível, «seguisse o exemplo» de Scalia – nada mais «normal» do que militantes e/ou votantes e/ou apoiantes do PD (com ou sem capuzes e mantos brancos) a quererem que um afro-americano que não lhes obedece receba um «castigo»… definitivo. Se eu fosse da mesma laia desejaria que Ruth Bader Ginsburg fosse a próxima da «lista», e depressa. Mas não sou. ;-)
(Adenda – Realizou-se ontem o funeral de Antonin Scalia, que incluiu (pormenor particularmente comovente) uma missa conduzida pelo seu filho Paul. Entre os que compareceram estava Ted Cruz, apesar de haver quem tivesse dito que ele não iria. Porém, quem de facto não apareceu foi Barack Obama, e o facto de, na véspera, ter comparecido na vigília – por menos de dois minutos! – não compensa, de todo, a deselegância, sem dúvida cometida por motivos ideológicos. Como posso ter a certeza? É suficiente saber a que funerais o Sr. Hussein foi enquanto presidente: nenhum de uma só personalidade conservadora, mais à direita; um de alguém que ele não conhecia pessoalmente (ao contrário do juiz do Supremo Tribunal dos EUA); um de um racista que foi dos principais líderes do Ku Klux Klan, organização associada ao Partido Democrata de que ele faz parte.)  

domingo, 7 de fevereiro de 2016

… Ele é um comediante!

(Uma adenda no final deste texto.)
Depois de muitos meses – na verdade, quase um ano – de anúncios, comícios, debates, especulações, intrigas, notícias e previsões, no passado dia 1 ocorreu, no Iowa, o primeiro momento de real relevância na campanha eleitoral para a presidência dos EUA em 2016: a primeira votação estadual nas primárias para os dois principais partidos. No Republicano, Ted Cruz venceu, seguido de Donald Trump e de Marco Rubio. No Democrata, Hillary Clinton e Bernie Sanders empataram – não se pode dizer, verdadeiramente, que a ex-secretária de Estado venceu ao ter ficado à frente por menos de dez votos e, em alguns casos, ter ganho por «moeda ao ar». Estes são os factos, o resto é conversa inútil. No Obamatório – e não é de agora – não se perde tempo e espaço a despejar caracteres em longas e ridículas divagações sobre o que acontecerá se o candidato A vencer em vez do B, e, por isso, o cenário X poder ser mais provável do que o Y. E, igualmente, aqui também não se dá importância a sondagens, que, mais uma vez, e para não variar, falharam agora em acertar nos resultados finais.
Aqueles que tanto esforço despendem em fazer constantes palpites sobre idas às urnas – quase como se estivessem a apostar em competições desportivas – não costumam mostrar, igualmente, vontade em relatar e em comentar o que realmente interessa: as afirmações e as (in)acções políticas da administração de Barack Obama (e, em menor grau, por culpa própria, dos membros do Congresso), que afectam efectivamente a sociedade, a cultura e a economia dos EUA, e não as declarações de um bilionário do imobiliário que nunca exerceu um cargo público. E enquanto quase todas as atenções se concentravam – e se distraíam! – nos escrutínios no Iowa e no New Hampshire, o Sr. Hussein continuou a dizer e a fazer das suas… (tentativas de) transformações fundamentais. Quase todas as atenções, não todas: eu nunca deixei – nunca deixo – de estar atento ao fundamental.
Por onde começar? Pela visita que ele fez no dia 4 à mesquita da Sociedade Islâmica de Baltimore, que pouco ou nada fez para diminuir as acusações, as insinuações… e as gozações de que ele é, no fundo, um muçulmano. Na verdade, aquela instituição corânica na maior cidade do Baltimore é (tristemente) conhecida por nela se terem apoiado bombistas suicidas e condenado homossexuais, para além de ter uma área separada, segregada, para as mulheres – algo que até fez com que no New York Times se criticasse a visita e o presidente! Porém, imperturbável, isso não o impediu de afirmar que «o Islão sempre fez parte da América» (o que não é verdade) e que muitos norte-americanos têm dos seus praticantes uma «impressão enormemente distorcida» resultante de igualmente «distorcidos retratos nos media» e de «retórica política inexcusável», e que, portanto, a crítica a eles não tem (não deve ter) lugar no país. No dia seguinte, durante o National Prayer Breakfast, reiterou o seu peculiar proselitismo pró-Crescente, bizarro para quem se diz cristão, ao enaltecer o suposto «espírito pacífico do Islão». Entretanto, soube-se que, em 2015, 81 muçulmano-americanos estiveram associados a actos de terror (tentados ou concretizados) nos EUA, o maior número desde o 11 de Setembro de 2001, e que representa, neste (desagradável) âmbito, uma enorme desproporção daquela comunidade em relação a outras…
No entanto, e infelizmente, a passividade e mesmo a simpatia para com os seguidores de Maomé não é apenas para «consumo caseiro». Pior é a (continuada) atitude da Casa Branca perante todos os que se curvam para Meca, em especial no estrangeiro. O Irão tem beneficiado ultimamente de uma bizarra bonomia: John Kerry admitiu (que «surpresa»!) que algum do dinheiro que Teerão irá receber (cerca de 150 biliões de dólares) com o fim das sanções será para apoiar grupos terroristas; há a suspeita de que se terá pago 1,7 biliões de dólares aos iranianos para libertar os norte-americanos detidos; e nenhuma referência foi feita ao regime dos «ai-as-tolas», e à negação da Shoah feita por aqueles, pelo Sr. Hussein quando discursou no Dia Internacional de Lembrança do Holocausto, onde teve o descaramento de se assumir como líder global contra o anti-semitismo! Enquanto isso, continua a desvalorizar o ISIS: em meados de Dezembro último insistia em tentar impingir a ideia de «contenção», afirmando no Pentágono que o Daesh «desde o Verão não teve uma só operação ofensiva com sucesso no chão do Iraque e da Síria» - pois não… mas teve no chão de França (Paris) e dos EUA (São Bernardino); e culpou – uma e outra vez – a comunicação social, na sua ânsia de obter audiências, pelo medo que as populações têm dos «soldados de negro», o que pode «explicar» a reacção algo alheada («tone deaf») notada e admitida até por David Axelrod. Ou então é a faceta «no drama» de Barack Obama, que também pode «explicar» que tenha ido jogar golfe depois de saber que seis soldados haviam sido mortos no Afeganistão por mais um bombista suicida dos talibãs… os mesmos talibãs que receberam cinco dos seus líderes em troca da libertação de Bowe Bergdahl, que, como era previsível, vai mesmo ser julgado por deserção; libertado – de Guantánamo - também foi o inventor do «sapato-bomba», elogiado por Osama Bin Laden…
… E que foi apenas um dos muitos foras-da-lei que a actual administração mandou soltar das prisões norte-americanas nos últimos meses. Antes de partir para o Havai nas férias de Natal, Barack Obama decidiu dar uma grande «prenda» à comunidade criminal nacional: comutou as sentenças de quase 100 presidiários condenados por crimes graves, em especial tráfico de droga – mais uma parcela dos cerca de seis mil que foi decidido soltar no ano passado. Entretanto, de Washington continuam a vir ordens para os agentes deixarem entrar e/ou não perseguir e/ou não deter imigrantes ilegais – e é de crer de que a reprovação, pelo Tribunal de Apelos do Quinto Circuito, da ordem executiva do Sr. Hussein que expandiu a amnistia não tenha grande impacto nas tentativas constantes dos «burros» de aumentar os «democratas não documentados». Neste contexto de subida (induzida por eles) do número de bandidos em circulação, que fazem o Nº 44 e os seus cúmplices para «melhorar» a segurança dos seus concidadãos? Duas coisas. Primeira, insistem cada vez mais n(a falsa solução d)o «gun control», ou seja, na progressiva restrição da posse e uso de arma, indo talvez à confiscação e, logo, na (drástica) diminuição da capacidade de auto-defesa. Segunda, enfraquecem – moralmente, se não mesmo materialmente – a acção da(s) polícia(s): quão hipócrita é alguém que, depois de condenar aqueles que fazem dos agentes da lei «bodes expiatórios pelos falhanços da sociedade e do sistema de justiça criminal», alega que a actividade do movimento «Black Lives Matter» – de que muitos membros advogam a violência contra, e até a morte, (d)aqueles agentes – é um sinal de «progresso», apesar de «um pouco desconfortável». Não surpreende que o actual presidente admita que espera que o seu sucessor se preocupe tanto como ele com os «assuntos da disparidade e da (in)justiça racial» - o que não é de admirar porque ele é um democrata, logo, racista…
… E um impenitente narcisista ainda com adoradores suficientes para manterem um «culto da personalidade» que, embora atenuado, ainda vai registando episódios insólitos, se não ridículos, como: ter sido o primeiro presidente em exercício a aparecer (autorizado pelo próprio) na capa de uma publicação LGBT – e isto enquanto outras, e mais relevantes, «primeiras vezes» para políticos do GOP não são igualmente destacadas; ter o seu nome dado a uma estrada numa cidade da Flórida em substituição da expressão «Old Dixie» evocativa da Confederação esclavagista - ou seja, manteve-se a «toponímia democrata». E, como que para comprovar a sua imagem de – segundo o «moderado» Van Jones – de «pessoa mais fixe («cool») alguma vez nascida» (algo que até em Portugal se acredita, como referi aqui antes), acusa os republicanos de serem «sombrios, eles são como o Gato Rabugento».  Porque, na verdade, com Barack Obama é «só» alegria, boa disposição, optimismo, riso, arcos-íris… ;-)
… E por isso não surpreende que ele tenha participado no programa de Jerry Seinfeld «Comediantes em Carros Tomando Café»; pelo contrário, faz todo o sentido… porque, afinal, ele é um comediante! Tão ou mais do que o seu «camarada» Harry Reid! Demonstram-no, por exemplo, e além dos seus «brilhantes» desempenhos nos jantares anuais dos correspondentes da Casa Branca, a preferência por aparecer em bizarros, excêntricos programas de… entretenimento (alguns só na Rede) e a relutância e até desagrado em responder a perguntas difíceis feitas por jornalistas, algo que tanto James Corden como Rick Santorum fizeram notar. E, no seu «reportório» recente, há «piadas» como: assegurar que «não se faz a mudanças através de lemas», ou, numa palavra, «sloganeering» (olha quem fala!); dar Chicago como um (bom) exemplo na luta contra a corrupção (!); e asseverar que ter seguro de saúde, em especial com o «ObamaCare», proporciona «paz de espírito» - os milhares, ou mesmo milhões, de norte-americanos que viram as suas despesas médicas aumentarem e/ou que perderam a cobertura e/ou o(s) médico(s) que preferiam devem «concordar». Enfim, é só gargalhadas. O que vem mesmo a calhar neste fim-de-semana «prolongado» de Carnaval... embora, neste caso, exista quem leve a mal.
(Adenda – E ele continua a dizer «anedotas»… sem propriamente muita graça. Por exemplo, que «nos últimos sete anos fizemos investimentos históricos em energia limpa que ajudaram companhias do sector privado a criar dezenas de milhares de bons empregos». Na verdade, quase todos esses «investimentos» foram desperdícios de dinheiros públicos, pagamentos de favores a amigos, e quase todos – nomeadamente os feitos na famigerada Solyndra – acabaram por resultar em relativamente poucos empregos criados… e em falência; o que, a juntar à «guerra ao carvão» feita pela actual administração através da EPA, se traduziu, na práctica, pelo aumento do desemprego. Outra «anedota», de tão «complicada», só mais de seis anos depois teve a sua «punch line»: em 2009 Joe Wilson acusou de mentiroso Barack Obama por este assegurar que imigrantes ilegais não seriam beneficiados pelo «ObamaCare»… e agora foi confirmado que aquele republicano estava certo; não é de esperar que todos aqueles que então criticaram e condenaram severamente o representante da Carolina do Sul pelo seu comportamento alegadamente incorrecto reconheçam que, afinal, ele tinha razão. Mas bem se pode dizer que quem ri por último...